Os talibãs pediram esta terça-feira aos Estados Unidos para que suspendam as sanções que impedem o Governo afegão de aceder às reservas internacionais do país, bem como as sanções contra os seus líderes.

O pedido foi feito no final de dois dias de negociações entre a delegação afegã, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Amir Khan Muttaqi, e a delegação dos EUA, liderada pelo representante especial dos EUA para o Afeganistão, Thomas West.

Durante os dois dias, as partes “discutiram e trocaram opiniões sobre os problemas políticos, económicos, de saúde e educacionais do Afeganistão”, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros afegão, num comunicado.

Os talibãs querem que os EUA coloquem um fim às sanções financeiras ao Afeganistão, nomeadamente libertando as reservas afegãs no estrangeiro.

“Os grupos técnicos de ambas as partes realizaram reuniões separadas para avançar mais. Em geral, as sessões foram positivas e ambas as partes concordaram em continuar com as reuniões no futuro”, acrescentou a diplomacia afegã.

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Este foi o segundo encontro oficial entre o enviado de Washington e os talibãs, após uma outra reunião que decorreu no Paquistão, no início de novembro.

O Afeganistão atravessa uma grave crise económica e humanitária, que aumentou para níveis sem precedentes após a chegada dos talibãs ao poder, em 15 de agosto, como resultado de sanções económicas internacionais, em particular dos Estados Unidos, para impedir o acesso de líderes islâmicos ao sistema financeiro internacional.

Estas sanções provocaram enormes danos na economia afegã, deixando a população dependente da distribuição de ajuda humanitária.

Embora os Estados Unidos não tenham reconhecido o Governo talibã, há várias questões em aberto no relacionamento entre os dois países, relacionados com matérias de direitos humanos e de luta contra o terrorismo.