Os serviços de telefone e televisão da Vodafone continuam afetados esta quarta-feira. Durante a manhã, o portal Downdetector, que monitoriza problemas e falhas de serviços online, dava conta de de um ressurgimento das queixas, depois de uma acalmia durante a madrugada: pelas 9h30, o site já contava com 298 notificações de falhas. Ao final desta tarde, em comunicado, a empresa afirmou que tinha iniciado “de forma gradual o restabelecimento” e informou “que a prioridade” tem sido “a estabilização da sua rede e a recuperação do serviço de voz fixa”.
Segundo a operadora, foi “igualmente possível restabelecer alguns canais de comunicação” do serviço de apoio a clientes. Apesar disso, a empresa assume que tem “constrangimentos ainda associados” e pede “a compreensão dos clientes face à instabilidade ainda existente neste serviço”.
Outra das áreas de atuação prioritárias é quanto ao “processo de sustentabilidade da prestação do serviço de dados móveis sobre a rede 4G”. Segundo a operadora, está a “evoluir favoravelmente, em resultado dos esforços contínuos” das equipas técnicas.
A Vodafone Portugal diz ainda que “embora o serviço de televisão não tenha sido diretamente impactado pelo ciberataque, alguns clientes viram o seu serviço comprometido durante o dia”. Tal acontece “devido aos trabalhos em curso e a interligações entre sistemas, estando neste momento em fase final de resolução, com um número já bastante residual de clientes afetados”. “Continuaremos a atualizar os nossos Clientes sobre a evolução da reposição dos serviços sempre que justificável”, diz a empresa.
Esta quarta-feira, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) disse em resposta ao Observador que a Vodafone fez uma notificação de violação de dados pessoais ao abrigo do artigo 33° do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD). Segundo esta lei, a partir do momento em que tem conhecimento e caso exista violação de dados pessoais, uma empresa tem um prazo de 72 horas para alertar as entidades competentes de cada estado-membro — neste caso é a CNPD.
Vodafone notifica CNPD de violação de dados pessoais. Operadora diz que não são dados de clientes
Há também, desde ontem à noite, vários relatos de clientes da Vodafone que dão conta do surgimento, na lista de contactos, de novos números de telefone, guardados com o nome “Vodafone”. Em comunicado, a operadora referiu que não está ligado ao ciberataque e que os números já tinham sido previamente criados devido às permissões que foram concedidas à app da empresa que foi instalada nos smartphones.
Numa mensagem divulgada no Twitter, o CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, garante que “equipas técnicas [da empresa] estão a trabalhar sem parar” para repor a operação”.
Perante o ciberataque ocorrido, "a nossa prioridade absoluta é o restabelecimento dos nossos serviços. As nossas equipas técnicas estão a trabalhar sem parar desde o momento em que este ataque foi detetado no sentido de repor a operação." – Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal pic.twitter.com/aejafWEjGV
— Vodafone Portugal (@VodafonePT) February 8, 2022
Vodafone. Tudo o que parou no país ou está com problemas devido ao ataque
O grupo Lapsu$ Group, responsável pelo ataque informático ao grupo Impresa, publicou na sua conta do Telegram a palavra “Vodafone”, seguindo-se um emoji a indicar que estão a observar o que está a acontecer em Portugal, mas não reivindicou o ciberataque à Vodafone, avança o Expresso e confirmou o Observador.
O ataque continua a ser investigado pela Polícia Judiciária, que garante não ter sido pedido até agora nenhum resgate.
O que já se sabe (e o que falta saber) sobre o ataque à Vodafone Portugal
Esta quarta-feira, de forma a acautelar as dúvidas dos clientes, a empresa criou uma página dedicada com perguntas e respostas quanto ao ciberataque.