789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 33.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Nova ronda de negociações na Turquia só na terça-feira. Ucrânia recuperou cidade estratégica de Irpin. Retirada de civis em Mariupol está a ser negociada e ucranianos acusam Rússia de raptar crianças.

Ukrainian Counteroffensive Pushes Back Russian Forces Outside Kyiv
i

Imagens da destruição em Byshiv, nos arredores de Kiev

Getty Images

Imagens da destruição em Byshiv, nos arredores de Kiev

Getty Images

Ao 33.º dia de guerra, as forças ucranianas terão conseguido recuperar o controlo de Irpin, uma cidade estratégica às portas de Kiev, o que pode alterar o jogo de forças no combate pela capital. As negociações continuam interrompidas até à próxima terça-feira, altura em que russos e ucranianos se sentarão à mesa em Istambul para discutir a aplicação de um cessar-fogo e entrada de ajuda humanitária na Ucrânia.

No terreno, registam-se ataques a leste, quer em Kharkiv, quer perto de Donetsk e Lugansk (mais concretamente em Topolske, Kamyanka e Verkhnotoretsky). Mais a ocidente, as forças ucranianas dizem ter havido ataques aéreos a Lutsk, Zhytomyr e Rivne. Também houve mísseis disparados contra Kiev ao longo da madrugada de segunda-feira, que terão sido repelidos pelas defesas anti-aéreas do exército ucraniano.

Por outro lado, e além de Irpin, as forças ucranianas terão também recuperado o controlo da cidade de Trostyanets, no nordeste do país, que tinha sido capturada e ocupada pelas forças russas há cerca de três semanas.

Aqui fica um ponto de situação para compreender o que aconteceu nas últimas horas. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador. Acompanhe também a situação no terreno com os relatos feitos pelos enviados especiais do Observador à Ucrânia, Pedro Jorge Castro e João Porfírio: o mais recente é a história aterradora de uma fuga de Mariupol, uma das cidades mais afetadas neste conflito.

O que aconteceu durante a tarde e noite?

  • Joe Biden reafirmou a polémica declaração que fez no fim de semana (no sábado, disse sobre Putin: “Por amor de Deus, este homem não pode continuar no poder!”). Questionado sobre se se arrepende da declaração, Biden respondeu: “Não retiro nada do que disse. Estava a expressar a indignação que senti em relação às ações deste homem, a brutalidade em relação às pessoas na Ucrânia”.
  • O oligarca russo Roman Abramovich, dono do Chelsea e com nacionalidade portuguesa, terá sofrido sintomas de envenenamento depois de ter estado em Kiev no início de março para uma reunião negocial relativa ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Além de Abramovich, também terão sido afetados dois membros da delegação ucraniana, com o The Wall Street Journal a afirmar que as suspeitas recaem sobre a linha dura de Moscovo.
  • Depois da notícia do The Wall Street Journal, os serviços de informações dos Estados Unidos dizem que é mais provável que a doença dos três homens tenha sido provocada por fatores ambientais e não por um envenenamento.
  • A operadora de telecomunicações ucraniana Ukrtelecom foi esta segunda-feira alvo de um ciberataque que deixou grande parte da infraestrutura inoperacional, confirmou o governo de Kiev, alegando que o ataque foi lançado pela Rússia.
  • O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu esta segunda-feira a homóloga da Grécia e salientou a união entre os dois países na ajuda à Ucrânia. Marcelo diz que as duas nações farão “sempre o que for necessário” para apoiar a Ucrânia e, depois, na reconstrução do país.
  • O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou esta segunda-feira que pediu ao chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, que “procure imediatamente com as partes envolvidas [no conflito] um acordo possível para um cessar-fogo humanitário na Ucrânia“, que permita a retirada de civis em segurança.
  • O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que o Reino Unido “vai continuar a aumentar os esforços para ajudar a Ucrânia a defender-se da agressão”.
  • O número de pessoas a entrar em território europeu vindas da Ucrânia está a cair — neste momento, entram cerca de 40 mil pessoas por dia, mas o número já chegou aos 200 mil por dia. Os dados foram revelados pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, após uma reunião, em Bruxelas, do Conselho Extraordinário de Justiça e Assuntos Internos.
  • Um grupo de soldados russos envolvidos na invasão e tomada de controlo da central nuclear ucraniana de Chernobyl levantou poeiras radioativas ao conduzir veículos militares pela área mais contaminada da região, numa atitude considerada “suicida” pelos trabalhadores ucranianos da central.

O que aconteceu durante a manhã e a tarde?

  • As forças armadas ucranianas reconquistaram o controlo de Irpin, uma cidade estratégica às portas de Kiev, que estava sob controlo russo na ofensiva de Moscovo contra a capital ucraniana;
  • Está agendada para terça-feira, na Turquia, uma nova ronda de negociações entre Rússia e a Ucrânia. Depois de inicialmente noticiado que a ronda negocial começasse esta segunda-feira, têm surgido várias informações contraditórias, com avanços e recuos sobre o momento de início da negociação. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o mais provável é que comecem na terça-feira;
  • Peskov também voltou a falar sobre as polémicas declarações do Presidente dos EUA, Joe Biden, no seu discurso de sábado em Varsóvia. Diz que são “alarmantes”;
  • Volodymyr Zelensky deu uma entrevista à revista britânica Economist, na qual deixou críticas à comunidade internacional e disse que há cidades ucranianas “que já só existem como pontos no mapa”;
  • A Ucrânia abriu uma investigação interna depois de ter sido divulgado um vídeo que, alegadamente, mostra soldados ucranianos a balear nos joelhos soldados russos capturados;
  • A cidade ucraniana de Mariupol, cercada há várias semanas e transformada no símbolo da destruição da Ucrânia, está à beira de uma catástrofe humanitária e tem de ser totalmente evacuada, disse o presidente da câmara da cidade. Segundo as autoridades ucranianas, já morreram 5 mil pessoas na cidade;
  • A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, diz que as forças russas estão a tentar cercar Kiev, criando um corredor à volta da capital para bloquear as rotas de transporte de e para a cidade;
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse que um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, neste momento, seria “contraproducente”. Lavrov disse também que as relações entre a Rússia e a China estão mais fortes do que nunca;
  • Lavrov disse também que a Rússia está a preparar um decreto presidencial para restringir a entrada no país de cidadãos de determinados países, incluindo todos os membros da UE, como forma de “retaliação” às ações tomadas por eles países face à Rússia;
  • O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia avançou que cerca de 17.000 soldados russos foram mortos ou ficaram feridos desde o início da ofensiva militar russa, sem clarificar o número total de óbitos;
  • A ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, diz que a invasão russa já custou 516 mil milhões de euros aos cofres públicos ucranianos;
  • Na Rússia, o jornal Novaya Gazeta, um dos órgãos mais independentes ainda no ativo no país, anunciou que vai suspender a sua atividade “até ao fim da operação especial na Ucrânia”, depois de ter recebido um segundo aviso do regulador russo da comunicação social;
  • Os corredores humanitários que deveriam estar em funcionamento a partir desta segunda-feira, afinal, não foram abertos, uma vez que a Ucrânia teme que haja “provocações” russas ao longo dos percursos;
  • A Turquia — país onde deverá decorrer a nova ronda negocial entre Moscovo e Kiev na terça-feira — poderá ser uma garantia de segurança para uma futura Ucrânia desmilitarizada, disse o vice-chefe de gabinete de Zelensky à Reuters;
  • Volodymyr Zelensky confirmou que haverá uma nova ronda de negociações entre as delegações dos dois países, mas salientou que a “soberania” e a “integridade territorial” da Ucrânia são linhas vermelhas em que Kiev não vai ceder;
  • O número de refugiados provocados pela guerra na Ucrânia já se cifra nos 3,8 milhões de pessoas, de acordo com uma atualização da ONU, que adianta ainda que há 6,5 milhões de ucranianos deslocados internamente e cerca de 13 milhões de pessoas retidas em zonas de combate ativo;
  • A cervejeira Heineken, da Holanda, e Carlsberg, da Dinamarca, anunciaram que vão deixar de operar na Rússia;
  • Um porta-voz da Cruz Vermelha Internacional, entidade que coordena o apoio humanitário no terreno, disse que as equipas do organismo não estão neste momento a conseguir entrar na cidade de Mariupol, onde está a ser desrespeitado o direito internacional;
  • A Nova Zelândia vai dar apoio à Ucrânia, incluindo na análise de imagens de satélite, aproveitando a diferença horária (quando é noite na Ucrânia, é dia na Nova Zelândia) para ajudar o país a monitorizar em permanência as movimentações russas;
  • Os países do G7 rejeitaram pagar o gás da Rússia em rublos, como tinha sido exigido por Moscovo. Putin tinha afirmado que Moscovo não faz “caridade” aos países “hostis” e que deixaria de aceitar euros e dólares em troca do gás natural;
  • O atleta ucraniano Maksym Kagal, campeão mundial de kickboxing, morreu em Mariupol, depois de se ter juntado ao exército do seu país para lutar contra os russos;
  • Usar o “Z” e outros símbolos de apoio à invasão russa da Ucrânia pode vir a ser crime na Estónia e na Alemanha;
  • Em Portugal, o dirigente do PCP João Ferreira insurgiu-se esta segunda-feira contra a “deriva autoritária e de imposição do pensamento único” sobre a guerra na Ucrânia e considerou que as conclusões do Conselho Europeu fomentam a escalada da confrontação;
  • O Governo português estima que os custos com a crise energética e Ucrânia atinjam 809 milhões este ano, mas só terão um impacto de 524 milhões no défice;
  • Portugal já concedeu mais de 23 mil pedidos de proteção temporária a pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia.

O que aconteceu durante a madrugada?

  • A Turquia confirmou que haverá nova ronda de negociações entre russos e ucranianos na terça-feira, em Istambul, com o principal objetivo de acordar um cessar-fogo e agilizar a ajuda humanitária no terreno.
  • Várias cidades ucranianas foram atacadas durante a noite, como Lutsk, Zhytomyr e Rivne, segundo o governo ucraniano. Também Kiev foi alvo de bombardeamentos, tendo os destroços de um míssil destruído pela defesa anti-aérea ucraniana caído em cima de uma casa — o que provocou um incêndio. A leste, houve ofensivas contra Kharkiv, e em Donbass contra Topolske, Kamyanka e Verkhnotoretsky.
  • Há relatos de incêndios perto da central nuclear de Chernobyl. A vice primeira-ministra ucraniana acusa o exército russo de colocar em risco a segurança nuclear, falando em “sério risco” de contaminação e pedindo a intervenção do Conselho de Segurança.
  • França, Grécia e Turquia estão a negociar a retirada de 170 mil civis da cidade de Mariupol, que continua a ser uma das mais flageladas pelos ataques do exército russo e onde há falta de comida e água potável. O Presidente ucraniano acusou ainda o regime russo de ter raptado cerca de duas mil crianças da cidade, que terão sido levadas para a Rússia. “É uma catástrofe, é horrível”, disse Zelensky.
  • As escolas reabrem na capital de Kiev esta segunda-feira, em regime online.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora