A Rússia fez uma ameaça à Moldávia, esta sexta-feira, avisando que um dos seus objetivos passava por controlar a região separatista da Transnístria. No entanto, as declarações do general russo Rustam Minnekayev não surtiram efeito: o país do leste europeu assinou o primeiro questionário para entrar na União Europeia.

“Outro dia histórico para a República da Moldávia”, escreveu na sua conta pessoal do Twitter Nicu Popescu, o ministro dos Negócios Estrangeiros do país. “Submetemos a primeira parte do questionário da União Europeia, que nos aproxima à integração na UE”, detalhou.

Em declarações à agência de notícias moldava IPN, Nicu Popescu considerou que este passo é uma “conquista para o projeto” do país. “Sempre disse, em discussões com líderes europeus, que o nosso país é um Estado europeu. Temos um passado europeu, a nossa língua romena é uma das línguas oficiais da UE”, afirmou o ministro, garantindo que o “lugar” da Moldávia “é na União Europeia”.

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Apesar de ser um passo em direção na entrada da UE, o ministro dos Negócios moldavo sublinhou que o “trabalho não acaba aqui”. “Estamos já a preparar a segunda parte do questionário. Estamos a cooperar de forma próxima com os representantes da Comissão Europeia, com a presidência francesa e com os Estados-membros”, disse Nicu Popescu, que assegurou que a Moldávia está pronta para “fazer esforços para preencher todas as condições necessárias para se tornar parte na família europeia”. 

Para Nicu Popescu, o povo moldavo quer entrar na União Europeia, um espaço considerado de liberdade, estabilidade e paz. É também um processo que é notado como irreversível. Numa entrevista ao Washington Post, o ministro dos Negócios Estrangeiros moldavo lamentou que tenha havido algum “desapontamento” nos anos anteriores devido às ações dos políticos europeus, mas o “caminho para a Europa foi indiscutivelmente escolhido pela sociedade” da Moldávia.

Sobre a guerra na Ucrânia, o governante moldavo reconheceu que a “agressão militar russa fez todas das pessoas na Europa sentirem-se menos seguras”, estando a ter um “impacto negativo em todas as pessoas”. “E claro que o impacto é mais negativo na Moldávia porque a Moldávia está perto.”  

A Moldávia assume-se como um país “neutral”, mas Nicu Popescu explicou os limites: “A neutralidade apenas se refere [ao facto] de não participarmos na ação militar”. “Não somos neutrais no que diz respeito à condenação da agressão. Não somos neutrais no que toca a defender princípios do Direito internacional”, afirmou.