Dardos, pequenas flechas ou flachettes são objetos de aço ou metal com uma cauda desenhada para um voo estável, tendo sido muito usados durante a I Guerra Mundial no ataque a aeronaves, adquirindo uma força cinética capaz de perfurar capacetes e por vezes até o crânio humano. Segundo o The Guardian, dezenas de civis que morreram na cidade ucraniana de Bucha foram mortos precisamente por estas pequenas flechas de metal.

Médicos forenses, patologistas e legistas que estão a realizar autópsias nos corpos encontrados em valas comuns nesta região norte de Kiev, onde as forças russas foram acusadas de atrocidades, encontraram pequenos dardos de metal embutidos na cabeça e no corpo de civis.

Ucrânia: 412 corpos exumados e recolhidos em Bucha, na sequência de massacre russo

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Especialistas independentes em armas que viram e analisaram fotos das flechas de metal encontradas nos corpos confirmaram que tiros de flechette foram disparados pela artilharia russa, tendo sido utilizadas munições de fragmentação — proibidas em grande parte do mundo — e poderosas bombas não guiadas em áreas povoadas, que destruíram pelo menos oito edifícios civis.

O mesmo jornal explica que, uma vez disparados, os projéteis explodem quando um fusível cronometrado explode acima do solo, acrescentando que no impacto com o corpo de uma vítima, o dardo pode perder rigidez, dobrando-se num gancho, enquanto a parte traseira da flecha muitas vezes se rompe causando uma segunda ferida.

De acordo com Neil Gibson, especialista em armas do grupo Fenix Insight, com sede no Reino Unido, os dardos de metal vieram de artilharia “incomum e raramente vista”, que “funciona como um verdadeiro projétil de estilhaços, mas é preenchido com flechettes e um aglutinante de cera.”

Segundo a Amnistia Internacional, este é “um tipo de arma projetada para penetrar em vegetação densa e atingir um grande número de soldados inimigos, mas não deve ser usada em áreas civis construídas”.