A Benfica SAD anunciou na manhã desta quarta-feira um princípio de acordo com Roger Schmidt, treinador alemão de 55 anos do PSV. A comunicação surge no seguimento das notícias que davam conta de um novo encontro entre dois representantes dos encarnados com o técnico dos neerlandeses na Alemanha.

“A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248º do Código dos Valores Mobiliários, informa que estão a decorrer negociações e existe um princípio de acordo para a contratação do treinador Roger Schmidt, a qual ainda não se encontra formalizada”, explicou. O contrato, já acordado de forma verbal, será válido até junho de 2024 com mais um ano de opção para os lisboetas.

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De recordar que o primeiro encontro entre a estrutura dos encarnados e o treinador que antes passou pelos modestos Delbrücker, Preussen Münster e Paderborn antes de se destacar ao serviço do RB Salzburgo entre 2012 e 2014. Foi esse trabalho na Áustria, concluído com a “dobradinha” em 2013/14 que lhe abriu outras portas. Na Alemanha, onde treinou o Bayer Leverkusen com duas passagens à fase a eliminar da Champions e duas qualificações diretas via Bundesliga antes do 12.º lugar na última época em 2016/17. Na China, onde orientou o Beijing Guoan com a conquista de uma Taça. Nos Países Baixos, onde depois de uma temporada inicial sem títulos e sem entrada na Champions (foi eliminado no playoff de acesso à fase de grupos pelo… Benfica), ganhou a Taça e a Supertaça frente ao Ajax, chegou aos quartos da Liga Europa onde caiu frente ao Leicester com um golo do português Ricardo Pereira e está a quatro pontos do primeiro lugar da Eredivisie.

Ainda antes do anúncio do princípio de acordo entre o Benfica e o técnico germânico, o PSV tinha anunciado no final de março o novo treinador até 2025: Ruud Van Nistelrooy, antigo avançado internacional neerlandês que foi adjunto na seleção e orientou os juniores e a equipa B do conjunto de Eindhoven.

A razão da escolha e as alternativas que foram previamente pensadas

A continuidade de Jorge Jesus para 2022/23 sempre foi um cenário altamente improvável entre a cúpula dirigente dos encarnados até mesmo depois da qualificação para os oitavos da Liga dos Campeões – algo que foi adensando o desconforto do técnico, que queria ver o seu futuro resolvido. No final de dezembro, após a derrota na Taça de Portugal por 3-0 frente ao FC Porto, o “caso Pizzi” ainda no balneário do Dragão e a ameaça de boicote ao treino no dia seguinte, deixou de ser problema: rescindiu contrato por mútuo acordo com os encarnados, continuando a receber caso não assinasse por outro clube como aconteceu.

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Nelson Veríssimo foi chamado numa primeira instância para segurar na equipa como interino enquanto Rui Costa e a restante estrutura ponderava a melhor solução a breve prazo. Dado o contexto da temporada, a vontade de querer lançar um novo ciclo no início da época seguinte e a crença de que era possível com o antigo técnico da equipa B atingir o segundo lugar, ficou acordado que iria dirigir o conjunto principal até ao final de 2021/22, sem que em nenhum momento tivesse sido abordada uma possível continuidade.

Foi durante esse hiato que foi tomada a decisão sobre o comando técnico do Benfica, pelo presidente Rui Costa em ligação com o novo homem forte do futebol, o regressado Lourenço Pereira Coelho. E já estiveram juntos no primeiro encontro com Roger Schmidt, em Eindhoven, em fevereiro. Essa conversa foi quase decisiva para a escolha do alemão, sendo que antes tinham sido equacionadas outras hipóteses. O técnico do PSV não foi o único nome estrangeiro pensado mas ganhou pela experiência e pelo menor “risco” que comporta, mesmo não tendo ligação prévia aos encarnados. Marco Silva foi sondado por representantes do Benfica mas fez saber que estava focado no Fulham e na presença com a equipa de Londres na Premier League na próxima temporada, como foi confirmado na última semana. Houve pelo menos mais um treinador ventilado nessas semanas mas Rui Costa, de forma direta, falou apenas com o germânico.