789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Supremo Tribunal dos Estados Unidos acaba com o direito constitucional ao aborto no país

Este artigo tem mais de 1 ano

Seis juízes conservadores votaram para revogar o caso "Roe" e três liberais a favor. O Missouri foi o primeiro Estado a "acabar efetivamente com o aborto". Outros 12 podem anunciar o mesmo em breve.

Roe v Wade
i

Decisão devolve ao país a situação vigente antes do emblemático julgamento Roe vs Wade, quando cada Estado era livre para autorizar ou para proibir o aborto

CQ-Roll Call, Inc via Getty Imag

Decisão devolve ao país a situação vigente antes do emblemático julgamento Roe vs Wade, quando cada Estado era livre para autorizar ou para proibir o aborto

CQ-Roll Call, Inc via Getty Imag

Os juízes do Supremo Tibunal dos Estados Unidos decidiram esta sexta-feira anular a decisão do processo Roe vs. Wade, que, em 1973, legalizou a interrupção voluntária da gravidez, noticia o The New York Times. A decisão foi aprovada por seis juízes conservadores (metade deles foram nomeados no mandato de Donald Trump) contra três liberais.

“Abominável”. Supremo dos EUA pondera revogar lei do aborto que tem 50 anos. O que está em causa?

Para os juízes democratas, “seja qual for o resultado das leis que aí vêm, um resultado da decisão de hoje é certo: a redução dos direitos das mulheres e do seu estatuto enquanto cidadãs livres e iguais“, como se lê no tweet da jornalista Bloomberg Emma Kinery.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Swearing-In Cermony For Supreme Court Justice Elena Kagan Associate Supreme Court Justice Breyer Speaks At Library Of Congress Barack Obama Sworn In As U.S. President For A Second Term

Elena Kagan, Stephen Breyer e Sonia Sotomayor: os que se opuseram à revogação

Getty Images

Agora, esta decisão devolve aos 50 estados o poder de legislar sobre esta matéria, estimando-se, segundo um levantamento do Instituto Guttmacher, que 26 vão banir a possibilidade de abortar livremente ou que vão adotar leis mais restritivas, como a do estado do Texas.

Em 13 estados, existem mesmo trigger bans (em português, leis gatilho) prontas a entrar em vigor. Menos de duas horas depois da decisão do Supremo norte-americano, o Missouri tornou-se o primeiro estado a banir a interrupção voluntária da gravidez. A decisão, segundo a AFP, foi avançada pelo procurador-geral, Eric Schmitt.

O caso Roe vs. Wade fixou jurisprudência e conferiu à mulher o direito de abortar até cerca das 23 semanas de gravidez. A lei chega ao Supremo devido a uma decisão do estado do Mississipi que, em março de 2018, aprovou uma lei que proíbe o aborto a partir das 15 semanas, contrariando o que ditava a decisão de há 49 anos. Esta nova diretiva argumentava que o aborto é “uma prática bárbara, perigosa para a paciente materna e humilhante para a profissão médica”, sem prever qualquer exceção para casos de violação ou incesto. A decisão do Mississipi foi alvo de um pedido de impugnação apresentado pela única clínica do estado onde era possível realizar interrupções voluntárias da gravidez e que se socorreu da jurisprudência do Roe vs Wade. O processo terminou esta sexta-feira.

Obama fala em ataque “às liberdades fundamentais de milhões”. Pince diz que “a vida ganhou”

Para o ex-Presidente Barack Obama, “o Supremo Tribunal não só reverteu um precedente de quase 50 anos como relegou a decisão mais intensamente pessoal que uma pessoa pode tomar aos caprichos de políticos e ideólogos”, ao atacar as “liberdades fundamentais de milhões de norte-americanas”, escreveu no Twitter.

Por seu turno, o homem que foi vice-presidente de Donald Trump, Mike Pence, elogiou “a justiça da maioria [republicana], que teve a coragem de avançar com as suas convicções”, afirmando que “hoje, a vida ganhou”.

“Tendo sido dada esta segunda oportunidade à vida, agora não devemos descansar nem ceder até que a santidade da vida seja restaurada no seio da lei americana em todos os Estados do país”, prosseguiu numa sequência de tweets.

Nova Iorque não retirará o direito ao aborto às mulheres — contrariando, assim, a vontade de Pence. Quem o garante é a procuradora-geral Letitia James, que caraterizou a decisão como “cruel” e “um dos momentos mais sombrios da História” da nação: “Mas não tenham dúvidas: enquanto outros Estados retiram o direito fundamental à escolha, Nova Iorque sempre será um porto seguro para quem procura um aborto”. Assegurou ainda, na mesma rede social, “trabalharei incansavelmente para garantir que os mais vulneráveis e que as pessoas de Estados hostis tenham acesso a estes cuidados que salvam vidas“.

A Presidente da Câmara dos Representantes Nanci Pelosi condenou “cruel, escandalosa e devastadora decisão” de reverter a Roe vs Wade.

Hoje, o Supremo Tribunal — controlado por republicanos — alcançou o objetivo obscuro e extremo do Partido Republicano de retirar às mulheres o direito de tomarem as suas próprias decisões de saúde reprodutiva. Por causa de Donald Trump, de Mitch McConnell, do Partido Republicano e da sua supermaioria no Supremo Tribunal, as mulheres americanas têm hoje menos liberdade do que tinham as suas mães”, vincou em comunicado, referindo-se à nomeação da conservadora Amy Coney Barrett parao lugar da democrata Ruth BaderGinsburg.

EUA. Morreu a juíza do Supremo Ruth Ginsburg. E o lugar vazio que deixa vai entrar na campanha

E rematou: “As decisões fundamentais de saúde das mulheres devem ser tomadas por elas, com o apoio de médicos e de entes queridos – não devem ser ditadas por políticos de extrema-direita”.

“Milhões de norte-americanos passaram meio século a rezar, a protestar e a trabalhar para esta vitória histórica do Estado de direito e pelas vidas inocentes.” Assim reagiu o líder republicano do Senado norte-americano, Mitch Mcconnell, ao que disse ser a correção de “um terrível erro moral e legal”.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora