O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou, este domingo, que a Bielorrússia está a ser “arrastada para a guerra” na Ucrânia. Numa mensagem direcionada à população bielorrussa, o chefe de Estado declarou que o “Kremlin já decidiu” que Minsk vai participar na ofensiva.

No seu discurso ao país, Volodymyr Zelensky apelou à revolta da população bielorrussa, que não “é escrava nem carne para canhão”. “Vocês não têm de morrer. E podem prevenir que decidam por vocês o que vos espera a seguir”, disse, acrescentando que “tudo depende dos cidadãos da Bielorrússia”. “Eu sei que podem recusar participar nesta guerra. A vossa vida pertence-vos, não ao Kremlin”, assinalou, naquilo que constitui uma afronta ao Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

“Eu sei que as pessoas da Bielorrússia apoiam a Ucrânia, apoiam-nos e não à guerra”, afirmou o Presidente ucraniano. “É por isso que a liderança russa quer levar todos os bielorrussos para a guerra, eles querem semear o ódio entre nós”, advertiu.

Volodymyr Zelensky garantiu que a Ucrânia “vai defender-se dos ataques de qualquer direção e de qualquer arma”. “Tenho a certeza de que vamos aguentar e vamos recuperar tudo”, sublinhou o Presidente ucraniano, que ressalvou que “qualquer pessoa, qualquer pessoa normal em qualquer país, em particular na Bielorrússia, pode contribuir para a proteção da vida”.

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No sábado, o Presidente bielorrusso reuniu-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin. Os dois líderes discutiram as questões de segurança na Europa e o chefe de Estado da Rússia prometeu que enviaria sistemas de mísseis com capacidade militar para território bielorrusso.

“Por favor, ajude-nos.” Putin responde ao pedido de Lukashenko e envia mísseis com capacidade nuclear para a Bielorrússia

Ataque em Kiev mostra que a Rússia “decide que tudo é hostil”

Sobre o ataque contra Kiev, Volodymyr Zelensky ironizou o sucedido: “O segundo maior exército do mundo triunfantemente ‘derrotou’ um jardim de infância e um centro residencial”. O Presidente ucraniano divulgou que um homem de 37 anos morreu na sequência dos ataques e uma menina de sete anos ficou ferida, cuja mãe é uma “cidadã russa”. “Ela não estava a ser ameaçada no nosso país, ela estava completamente segura, até a Rússia decidir que tudo é hostil — mulheres, crianças, jardins de infância, hospitais, caminhos de ferro.”

“Mísseis também atingiram a região de Mykolaiv, a região de Chernihiv, Odessa, Cherkasy”, indicou Volodymyr Zelensky, que apelou à comunidade internacional o envio de sistemas de defesa aérea “modernos e eficazes” que consigam proteger a Ucrânia de ataques aéreos.