O administrador da NASA, Bill Nelson, garantiu, esta segunda-feira, numa entrevista ao Der Spiegel que os esforços de cooperação entre a agência espacial norte-americana e a sua contraparte russa iriam manter-se, desvinculando as duas agências da situação de guerra na Ucrânia. Também esta segunda-feira, o antigo astronauta dos EUA, Scott Kelly, tinha dito ao Daily Mail que a NASA não voltaria a trabalhar com Moscovo em futuros projetos enquanto Putin permanecesse no poder.

Existe uma estação espacial lá em cima no espaço que é operada conjuntamente por russos e norte-americanos, e isso vai continuar de um modo pacífico e profissional”, afirmou Bill Nelson.

Questionado, tendo como base as declarações do ex-astronauta Scott Kelly, se a exploração espacial poderia de facto libertar-se das políticas na Terra, o administrador da NASA considerou que sim: “Em plena Guerra Fria, quando a União Soviética e os Estados Unidos eram inimigos mortais e as suas armas nucleares podiam ser utilizadas a qualquer momento, uma nave norte-americana e uma russa cruzaram-se no espaço em 1975. A cooperação pacífica continuou mesmo depois do colapso da União Soviética. O nosso vaivém espacial atracou à estação espacial russa Mir e decidimos então construir a Estação Espacial Internacional juntos.”

Astronaut Bill Nelson During NASA's STS 61-C Mission

Bill Nelson, então um astronauta norte-americano, a bordo do vaivém Columbia, durante uma missão espacial em 1986

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Já sobre os comentários de Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos — a contraparte russa da NASA — em relação ao seu apoio à guerra, Bill Nelson afirmou tratar-se de apenas um indivíduo, e que o seu público “consiste numa única pessoa”, Vladimir Putin.

O governo russo não se retirou da estação espacial. De facto, o oposto é verdade, se se analisar mais de perto, não se verifica nenhuma alteração nas operações.”

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