O tom foi calmo, e não “histérico” ou “frenético”, como diria Dmitry Peskov. O secretário-geral da NATO afastou a hipótese de um ataque deliberado à Polónia, atingida na terça-feira por, pelo menos, um míssil, e garantiu que não há qualquer prova de que a Rússia se prepare para atacar os países da Aliança Atlântica. Com base na investigação atual, o projétil que matou dois polacos seria ucraniano e não russo. Apesar disso, deixou claro que a Ucrânia não tem culpa do sucedido, e que a responsabilidade é do país que iniciou uma guerra ilegal — a Rússia.

“Não temos nenhuma indicação de que tenha sido um ataque intencional”, disse Jens Stoltenberg em conferência de imprensa. Inicialmente, parte da comunidade internacional apontou o dedo à Rússia, que na terça-feira atingiu a Ucrânia com vários mísseis. No entanto, a investigação mostra que o mais provável é tratar-se de um míssil de defesa anti-aérea ucraniana.

Do lado do Kremlin, o porta-voz e assessor para a imprensa de Vladimir Putin foi claro: “Testemunhámos mais uma reação histérica, frenética e russofóbica, que não foi baseada em qualquer facto real”, afirmou Dmitry Peskov, acrescentando que as acusações feitas à Rússia eram infundadas.

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Pondo de lado a hipótese de ter sido um ataque intencional da Rússia à Polónia, Stoltenberg garantiu não haver qualquer indício de que a Rússia esteja a preparar um ataque sobre os países da NATO. No entanto, deixou claro que a culpa do sucedido não é da Ucrânia, mesmo que tudo indique que tenha sido um míssil de Kiev a atingir uma vila polaca, matando duas pessoas.

“Deixem-me ser claro, isto não é culpa da Ucrânia. A Rússia tem a responsabilidade final ao continuar com a sua guerra ilegal contra a Ucrânia”, frisou o secretário-geral da NATO.

Depois da declaração inicial, já na fase de perguntas dos jornalistas, Stoltenberg foi questionado sobre se os aliados estariam dispostos a estender o seu “guarda-chuva” de defesa aéreo até às zonas fronteiriças da Ucrânia, onde a segurança dos estados membros da NATO possa ser posta em causa.

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“A NATO não faz parte desta guerra”, respondeu o secretário-geral, pondo de lado essa hipótese. O foco da Aliança Atlântica é continuar a ajudar a Ucrânia a fortalecer o seu sistema de defesa aéreo. “A Ucrânia tem o direito de abater mísseis” que vão atingir o seu território, sublinhou ainda Stoltbenberg, voltando a dizer que esta é uma guerra ilegal iniciada pela Rússia.

Para já, a investigação ao sucedido continua.