Manuel Pizarro, o ministro da Saúde que sucedeu a Marta Temido, admite que o cenário do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é “mais difícil” do que esperava quando aceitou o convite para integrar o Governo em setembro. Destaca mesmo que os casos mais graves que tem em mãos são em Lisboa e Vale do Tejo e na região Sul e diz que  no Norte “há maior eficiência na gestão de recursos”.

Em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias, o ex-eurodeputado assumiu que surpresa no estado do SNS: “Encontrei um cenário mais difícil do que aquele que esperava.” Tanto em Lisboa e Vale do Tejo como na região Sul, o ministro da Saúde explicou que “as dificuldades são muito grandes, quer por falta de recursos humanos, quer por termos deixado que o SNS ficasse um pouco para trás no processo de modernização tecnológica e no processo de requalificação de instalações”.

Manuel Pizarro, apesar de não ter conhecimento das razões, explicou que “há maior eficiência na gestão de recursos na Região do Norte do que na de Lisboa e Vale do Tejo”. “O SNS tem casos de sucesso em todo o país. Agora, é verdade que na região Norte, não sei explicar inteiramente porquê — talvez porque as pessoas são mais próximas umas das outras –, há experiências de cooperação que começaram há mais tempo e que deram melhores resultados”, argumentou.

O ministro considera que sete anos de governação do PS serviram para se fazer “muita coisa” no que toca à Saúde e para compensar “boa parte das perdas brutais dos anos da troika”, mas sublinhou que a “austeridade no SNS foi devastadora do ponto de vista da modernização tecnológica e da perspetiva de futuro”.

Não tem dúvidas de que é preciso “fazer mais”, mas não acredita que “não haja capacidade de retenção ou capacidade de atração no setor público da saúde”. Aliás, Manuel Pizarro afirmou que “o SNS tem hoje cerca de 4300 médicos especialistas, mais do que no final de 2015” para justificar que nem todos os profissionais de saúde desejam sair para o setor privado.

Porém, o ministro da Saúde admitiu que é preciso olhar para a situação das tabelas salariais para resolver os problemas do SNS. Pizarro disse ser uma “boa notícia” haver acordo com a maioria dos sindicatos dos enfermeiros para “revalorizar a carreira” e prometei que “a situação dos médicos vem imediatamente a seguir”.

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