Ainda antes do arranque do Campeonato do Mundo no Qatar, Fernando Santos tinha bem definido aquilo que considerava ser o melhor para o futuro – fazer uma grande participação com uma das equipas com mais e melhores opções que tinha nas mãos desde que chegara à Federação Portuguesa de Futebol em 2014, se possível fazer história e chegar pela primeira vez à final da competição e deixar o comando técnico nacional com o sentimento de dever cumprido. Depois, algumas coisas foram diferentes do esperado, não só a nível desportivo com a derrota nos quartos com Marrocos mas também noutros planos internos como a questão da conferência de imprensa após o jogo com a Coreia do Sul ou a relação com o capitão Cristiano Ronaldo. O que não mudou? A vontade de sair. O que ganhou força? O desejo de assumir outro projeto. Assim foi.

Após ter recebido contactos exploratórios de outras seleções, Fernando Santos acabou por aceitar o projeto da Polónia para comandar a seleção de Robert Lewandowski e companhia. Ainda não é conhecida a duração do contrato entre o antigo treinador da Seleção e a Federação polaca, sendo que o anúncio oficial será feito apenas esta terça-feira, numa conferência marcada para as 13h locais (menos uma em Portugal). Paulo Bento, ex-selecionador que foi substituído em 2014 pelo próprio Fernando Santos e que esteve agora quatro anos na Coreia do Sul, estava também na lista da Polónia e chegou a receber contactos nesse sentido. Klinsmann, Vladimir Petkovic ou Steven Gerrard foram outros dos nomes apontados nos últimos dias.

Fernando Santos vai ocupar a vaga deixada em aberto com a saída de Czeslaw Michniewicz, técnico que já tinha antes orientado os Sub-21 e que foi escolhido após sair do Legia Varsóvia para assegurar o comando da equipa na sequência da rescisão de Paulo Sousa para assumir os brasileiros do Flamengo. A equipa alcançou a qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo após vencer a Suécia no playoff mas não foi além dos oitavos, com uma vitória (Arábia Saudita), um empate (México) e duas derrotas (Argentina e França, a eliminar). Mesmo melhorando em relação a 2018, o futebol da Polónia ficou aquém das expetativas.

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De recordar que Fernando Santos, de 68 anos, esteve nos últimos 12 anos à frente de seleções nacionais. Em 2010, após ter comandado clubes como AEK Atenas, Panathinaikos e PAOK, o técnico assumiu a seleção da Grécia, tendo conseguido chegar aos quartos do Europeu de 2012 onde perdeu com a Alemanha (segunda melhor participação na prova, superada apenas pela vitória de 2004) e aos oitavos do Mundial de 2014, onde caiu nas grandes penalidades com a Costa Rica (melhor participação dos helénicos na competição). Em setembro de 2014, na sequência da saída de Paulo Bento, Santos assinou pela Seleção, tornando-se ao longo de oito anos no cargo o treinador com mais jogos e vitórias entre a conquista do Campeonato da Europa de 2016 em França e da primeira edição da Liga das Nações, em 2019, no Porto.