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O Departamento de Estado norte-americano está empenhado em interromper o fluxo de receitas da Rússia com diamantes, indicando à Lusa que acredita que uma maior fiscalização desta indústria impedirá Moscovo de financiar a guerra na Ucrânia.
O Departamento de Estado e a Comissão Europeia reuniram-se na segunda-feira com os principais retalhistas, fabricantes, associações comerciais e laboratórios de diamantes europeus e norte-americanos para discutir a importância de travar a importação destas pedras preciosas da Rússia, incluindo diamantes lapidados, conforme observado na recente Declaração dos Líderes do G7.
A Rússia continua a ganhar milhares de milhões de dólares com o comércio de diamantes, e a discussão centrou-se nas formas mais eficazes e impactantes de interromper esse fluxo de receitas. Os EUA e a União Europeia continuam empenhados em impor consequências económicas à Rússia pela sua guerra não provocada na Ucrânia”, indicou o Governo norte-americano em comunicado.
Questionado pela Lusa sobre medidas concretas para travar esse fluxo de receitas, o Departamento de Estado indicou que a aplicação de restrições aos diamantes lapidados ajudará a melhorar a fiscalização e, consequentemente, impedirá “que a receita de diamantes da Rússia financie a guerra ilegal na Ucrânia”.
Em termos de ‘timing’, sabemos que a indústria já está a desenvolver e a implementar diversas abordagens e programas que permitirão o cumprimento de uma eventual restrição. Trabalharemos em estreita colaboração com todas as partes interessadas para desenvolver uma abordagem que seja prática para a indústria e as autoridades de fiscalização”, disse à Lusa um porta-voz do Departamento de Estado.
Ao longo dos próximos meses, os EUA continuarão a trabalhar com parceiros do G7 para “tomar medidas concretas” nesse âmbito, adiantou.
Na sequencia desta reunião, um órgão comercial da indústria de jóias dos EUA emitiu um alerta aos membros, apontando para a possibilidade de sanções à importação de diamantes originários da Rússia.
O Comité de Vigilância de Joalheiros (JVC, na sigla em inglês) dos EUA encorajou os membros a planear proibições contra os diamantes russos.
O JVC recebeu informações de que as restrições provavelmente visam especificamente os diamantes lapidados, independentemente de onde são cortados e polidos”, diz o comunicado, citado pela revista ‘online’ Jeweller Magazine.
“Quaisquer fornecedores no exterior que ainda estejam a comprar diamantes da [empresa mineira russa] Alrosa provavelmente precisarão de começar a segregar esses produtos para garantir que não cheguem ao mercado dos EUA e devem estar preparados para fazer declarações alfandegárias de que os seus produtos não contêm materiais de origem russa”, acrescenta.
No mês passado, para assinalar um ano da guerra da Rússia na Ucrânia, a União Europeia anunciou o décimo pacote de sanções contra Moscovo, “destinado à indústria militar, propaganda e sistema financeiro”.
Independentemente do que foi adotado, os 27 prometeram fórmulas com o G7 para sancionar a importação de diamantes russos.
A Rússia já se tornou na nação mais sancionada do mundo no ano passado, alvo de sanções de mais de 30 países que representam mais da metade da economia mundial.