Dois técnicos da central nuclear de Zaporíjia, capturada pelas forças russas em março do ano passado, alertaram para a possibilidade de um desastre “muito mais grave” do que os que aconteceram em Fukushima ou Chernobyl.

Os funcionários, que falaram com a Sky News sob condição de anonimato por temerem retaliações por parte do Exército russo, mostraram-se muito preocupados com as falhas de energia que têm afetado a central e também com a falta de técnicos especializados.

De acordo com uma das fontes ouvidas pela televisão britânica, antes do início da guerra, trabalhavam em Zaporíjia cerca de 11 mil pessoas. Hoje são apenas 3.500, um número que é insuficiente para resolver todos os problemas de manutenção.

Zelensky acusa Rússia de estar a bloquear um dos portos abrangidos pelos acordo dos cereais do Mar Negro

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O mesmo funcionário lamentou falta de trabalhadores especializados — os mais qualificados, abandonaram a central quando o conflito começou, em fevereiro do ano passado, afirmou. “De maneira geral, a situação está a deteriorar-se”, constatou. A fonte adiantou ainda que o número de tropas em Zaporíjia foi reforçado nos últimos meses, acrescentando que os russos estão claramente “a preparar-se para uma contraofensiva”.

O outro técnico descreveu o ambiente na maior central nuclear da Europa como “assustador”.

A Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) tem vindo a alertar para os perigos associados à central nuclear e apelado à desmilitarização da área em redor, mas sem sucesso. O diretor da agência, Rafael Grossi, sugeriu a aplicação de cinco princípios para garantir a segurança em Zaporíjia, mas tanto a Rússia como a Ucrânia não se comprometeram com a proposta, noticiou a Reuters.