Há atletas, desde o futebol ao basquetebol e passando pela Fórmula 1 ou pelo MotoGP, que decidem perpetuar-se: Cristiano Ronaldo, Michael Jordan, Fernando Alonso ou Valentino Rossi, por exemplo. Atletas que já ganharam tudo, que já conquistaram tudo, que já têm tudo e já não precisam de mais nada, mas que se mantêm no ativo e ao mais alto nível. Pelo mais puro amor ao desporto. Venus Williams, no ténis, é um exemplo paradigmático disso mesmo.

Aos 43 anos, a tenista norte-americana acabou de ser confirmada como uma das wildcards de Wimbledon, o que significa que vai disputar o Grand Slam britânico pela 24.ª vez e 26 anos depois de lá ter estado pela primeira vez, em 1997. Venus Williams conquistou Wimbledon em cinco ocasiões, para além das duas vitórias no US Open, e disputou a última final no All England Club em 2017, tendo perdido para Garbiñe Muguruza.

O convite por parte da organização do Grand Slam britânico, que também o estendeu à ucraniana Elina Svitolina, surge numa altura em que Venus Williams acabou de vencer uma tenista do top 50 mundial pela primeira vez em quase quatro anos. Atualmente no lugar 697 do ranking WTA, depois de ter estado afastada dos courts durante seis meses devido a uma lesão, a norte-americana derrotou a número 48 Camile Giorgi nos oitavos de final do Birmingham Classic, um dos principais torneios de preparação para Wimbledon.

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Ao longo de mais de três horas e com o joelho lesionado ainda ligado, Williams alcançou aquela que foi apenas a segunda vitória no espaço de dois anos em três sets e sublinhou, já depois do final da partida, que voltou a alcançar serviços a mais de 190 km/h. “Fiz alguns serviços a 192 km/h e não fazia nada disso há um par de anos. Fiquei do estilo: ‘Tive saudades vossas!’. Acho que joguei bem e ela também o fez. Estou surpreendida por ela não ser a número 1 do mundo. Houve tantos momentos em que pensei que o jogo estava acabado e ela fazia uma pancada do nada. Fez-me ser melhor do que eu achava que podia ser”, começou por dizer a norte-americana, que assumiu ter sofrido com dores no joelho magoado no terceiro set.

“Foi difícil controlar as minhas emoções. Eventualmente tentei só ignorar aquilo. Não podia mexer-me tão como queria, mas tentei ir a todas as bolas”, desabafou Venus Williams, que antes de Wimbledon vai defrontar Jeļena Ostapenko, a número 17 mundial, nos quartos de final do Birmingham Classic.