A energia produzida a partir de painéis solares abasteceu 10% do consumo de eletricidade em Portugal no mês de julho, o que representa um valor recorde para esta fonte renovável. De acordo com dados da REN (Redes Energéticas Nacionais), a produção de energia solar ultrapassou a hídrica que representou apenas 6% da procura de eletricidade, um valor baixo que é explicado pelo verão e pela seca que afeta a capacidade das barragens.

O índice de produtibilidade hidroelétrico foi de 0,61 no mês passado, “um valor muito inferior à média, mas com pouco significado, tratando-se do período de verão em que as afluências são praticamente nulas.” Já os regimes eólico e solar ficaram acima dos valores médios, situando-se respetivamente em 1,08 e 1,05, acrescenta a REN.

Não obstante o atraso na instalação de vários parques solares, em particular dos que adjudicados nos dois leilões promovidos pelo Governo, este aumento de produção reflete a expansão de capacidade fotovoltaica que irá continuar nos próximos anos.

A eólica continuou a ser em julho a principal fonte de energia renovável respondendo por 22% da procura, mas a energia importada de Espanha acabou por ser a responsável por fornecer 28% do consumo de eletricidade, uma percentagem equivalente a toda a produção renovável.

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Julho fica ainda marcado por uma queda 5,6% na procura, face a igual período de 2022, o que é explicado pelas temperaturas moderadas sentidas em Portugal que escapou à onda de calor vivida em vários países europeus. Corrigindo o efeito da temperatura, a procura recuou 3,1%.

Nos primeiros sete meses do ano, o consumo está a cair 0,8%, uma variação que a REN explica pelo crescimento do autoconsumo (em vez do consumo ligado à rede) a partir de fontes fotovoltaicas. As fontes renováveis abasteceram 58% do consumo, com a hidroelétrica a dominar com uma quota de 24%, seguida da eólica e da fotovoltaica com 7%.

Já a produção a partir de gás natural, a única fonte térmica a operar em Portugal, forneceu 21% do consumo, a mesma percentagem de energia que foi importada. O consumo de gás natural caiu 20% nos primeiros sete do ano, atingindo o nível mais baixo desde 2014.