É o ano que marca o último período do ciclo olímpico rumo a Paris-2024, estava a ser um ano em que tudo o que podia correr mal, corria ainda pior para Jorge Fonseca. Antigo bicampeão mundial da categoria de -100kg em 2019 e 2021, além de medalhado olímpico em Tóquio-2020 (bronze), o judoca de 30 anos queria acertar o passo rumo aos Jogos mas continuava a enfrentar vários problemas que iam adiando os melhores resultados sobretudo por problemas físicos. Agora, correu o risco de falhar o Grand Prix de Zagreb pelo caos que se viveu em alguns aeroportos europeus no final da semana, tendo mesmo de dormir no aeroporto perante a falta de alternativas na Alemanha (o voo que deveria aterrar em Frankfurt acabou por passar para Nuremberga) até seguir até Viena e daí rumar à Croácia. No entanto, tudo acabou por valer a pena.

Após sofrer uma rotura na coxa no Grand Slam de Telavive, onde caiu nas repescagens para o sétimo lugar, Fonseca teve uma longa paragem de fevereiro até junho, voltando apenas a competir em Ulan Bator, na Mongólia. Foi por isso que o judoca acabou por falhar os Mundiais, em abril. “Há um objetivo macro. Todos os nossos esforços, atitudes e treino são para ter sucesso nos Jogos Olímpicos. Uma preparação para voltar a ganhar e é por isso que abdicámos do Mundial, com muita pena. Não seria uma participação a 100%, nem a 50%. Importa não ir atrás da sorte”, explicou na altura o técnico Pedro Soares à agência Lusa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O atleta do Sporting voltou a acabar em sétimo na Mongólia e não fez melhor depois no Masters da Hungria, em Budapeste, caindo logo no primeiro combate da prova, sendo que em Ulan Bator tinha sofrido mais um problema físico que condicionou aquele que estava a ser o trajeto ascensional após a paragem. Agora, em Zagreb, tudo mudou. E mudou até à conquista da primeira medalha internacional de 2023.

Isento da primeira ronda do terceiro e último dia do Grand Prix de Zagreb, Jorge Fonseca, que perante os meses de ausência desceu ao 21.º lugar do ranking mundial de -100kg, começou por vencer o alemão Louis Mai (47.º) por castigos no golden score, seguindo-se novo triunfo diante do cazaque Bekzat Shagata (169.º) por ippon ainda na primeira metade do combate. No acesso às meias-finais, o judoca nacional teve pela frente o polaco Piotr Kuczera (42.º), vencendo de novo por ippon em pouco mais de 30 segundos.

O primeiro pódio internacional do ano estava próximo mas ainda “longe”. No entanto, e no bloco da manhã, Jorge Fonseca resolveu logo qualquer dúvida ao garantir a qualificação para o combate decisivo, batendo o neerlandês Simeon Catherina por castigos. Na final estaria o sérvio Aleksandar Kukolj, 23.º do ranking mundial que nas meias batera o brasileiro Leonardo Gonçalves (29.º) e que iria reeditar a decisão do Mundial de 2021, então com triunfo do português. Agora, o triunfo acabou por cair para o balcânico, com um wazari no último minuto de combate quando Jorge Fonseca já estava tapado com dois castigos.