A China proibiu os funcionários do governo de utilizarem iPhone e outros dispositivos de empresas estrangeiras no local de trabalho. A informação foi esta semana avançada pelo The Wall Street Journal, que cita fontes familiarizadas com a questão e que não especifica quais são as outras marcas visadas por Pequim.

Após as notícias de que os funcionários de agências governamentais chineses receberam, ao longo das últimas semanas, instruções para deixarem de utilizar e de levar para o local de trabalho telemóveis da Apple, as ações da tecnológica têm estado em queda. Nos últimos dois dias, caíram mais de 6%, perdendo 200 mil milhões na sua capitalização bolsista (valia no final de quinta-feira 2,7 biliões de dólares). De acordo com a BBC, o mesmo aconteceu com alguns dos seus fornecedores. Foi o caso da Qualcomm, empresa que fabrica semicondutores para smartphones, cujas ações caíram mais de 7% na quinta-feira.

A China é o terceiro maior mercado da Apple. A empresa norte-americana depende desse país para cerca de 19% da sua receita anual. Neste momento, existem rumores, que foram avançados pela Bloomberg, de que o governo tem a intenção de expandir a restrição a empresas públicas e organizações por si controladas.

A proibição surge numa altura em que a China quer reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras e tem forçado as agências governamentais e empresas estatais a substituírem computadores, sistemas operativos e softwares por outros que sejam nacionais. O The Wall Street Journal escreve que Pequim poderá estar ainda preocupado com a segurança nacional, nomeadamente com um eventual acesso a dados sensíveis do governo por parte de entidades estrangeiras.

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Se desta vez foi a China a proibir a utilização de equipamentos de uma empresa norte-americana, já este ano aconteceu o oposto. Por receios de que o TikTok seja utilizado como uma ferramenta de espionagem ao serviço de Pequim, vários estados dos EUA proibiram os funcionários públicos de utilizarem a rede social em dispositivos de trabalho, como telemóveis e computadores.

Avisos do FBI, acesso indevido a dados, proibições e receios de espionagem. É o fim da linha do TikTok nos EUA?