A Start Campus garante que continua empenhada em desenvolver o projeto do centro de dados em Sines. E diz também que os seus acionistas continuam “comprometidos” com a evolução do investimento.

Em comunicado, a Start Campus garante que “mantém o compromisso com as suas operações e investimentos em Portugal e está a tomar todas as medidas necessárias para garantir a continuidade da operação e para que a sua equipa, clientes e parceiros comerciais continuem a receber o mesmo nível de serviço de alta qualidade”, dizendo que está a cooperar com as autoridades portuguesas e a fornecer as informações solicitadas no âmbito da investigação judicial.

A própria empresa foi constituída arguido e teve de prestar uma caução de 600 mil euros. Os dois gestores ficam sujeitos, como medida de coação, a termo de identidade e residência.

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A empresa, que está a construir um centro de dados em Sines, no parque da AICEP, foi apanhada na Operação Influencer, tendo os seus dois administradores sido constituídos arguidos. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves já renunciaram aos cargos na empresa (mas não consta no Portal da Justiça a sua renúncia na participada Start Campus Energy) e para o lugar de presidente executivo, de forma interina, foi nomeado Robert Dunn, que já estava na sociedade desde abril de 2022. É uma nomeação interina com efeitos imediatos. “Na sua nova função, continuará a apoiar a sua equipa para assegurar que o projeto alcance, em breve, a sua fase operacional”, diz o comunicado.

Nesse mesmo comunicado, a Start Campus indica que os seus acionistas, Davidson Kempner Capital Management e Pioneer Point Partners (da qual Diogo Lacerda Machado foi consultor), também “estão comprometidos com o desenvolvimento do projeto, um dos maiores centros de dados da Europa, que contribuirá significativamente para a transição energética, transformação digital de Portugal e para responder à crescente procura das empresas de tecnologia internacionais”.

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Nada é referido sobre a alegada dificuldade de financiamento ao projeto, no decurso do processo judicial, conforme noticiou o Jornal Económico, que referia que os acionistas da empresa não estavam a conseguir levantar mais dinheiro para o investimento de 3,5 mil milhões de euros.