O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) autorizou o helicóptero ao serviço do INEM a aterrar no complexo desportivo, que fica a dois quilómetros do hospital da cidade, confirmou, esta terça-feira, o presidente da instituição, Orlando Rodrigues.

Com esta solução, reduz-se o tempo de socorro, que estava a ser feito desde o início do ano com pouso no aeródromo do concelho, que fica a cerca de 15 quilómetros do hospital.

“Tivemos uma solicitação do INEM para aterrar no nosso campo, tendo em conta que estavam a fazer a operação a partir do aeródromo de Bragança, e isso demorava muito tempo. Nós autorizámos. Estão a operar desde sábado”, disse Orlando Rodrigues.

O helicóptero pousa agora num dos dois campos de futebol de relva sintética, que tem as condições necessárias, como iluminação e vedação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Orlando Rodrigues admitiu que “podem haver alguns danos da utilização”, mas considerou que “o valor que está em causa é maior”. A notícia desta autorização foi avançada esta terça-feira pelo Jornal Nordeste e confirmada pelo IPB à Lusa.

Desde 3 de janeiro que na base de Macedo de Cavaleiros está um helicóptero de emergência médica de modelo AW139, de maior porte e maior autonomia, que estava antes em Évora, substituindo o anterior A109S em Trás-os-Montes.

Helicóptero do INEM em Macedo de Cavaleiros não aterra em todos os heliportos

Este helicóptero não pode aterrar nos dois heliportos hospitalares do distrito por falta de certificação.

No início do ano, o INEM tinha pedido à câmara a utilização do estádio municipal, o que foi recusado por ser considerado inviável.

Os bombeiros de Bragança continuam a colaborar com o transporte médico aéreo de emergência e asseguram o funcionamento do novo local de pouso 24 horas.

“Estamos a falar de dois quilómetros, sensivelmente, entre o campo do IPB e o hospital para entre 12 a 15 quilómetros até ao aeródromo de Bragança. É muito mais perto e será muito mais célere a transferência da vítima”, detalhou Carlos Martins, comandante dos bombeiros de Bragança.

Os bombeiros ficam também responsáveis, se for noite, por exemplo, por acender as luzes do estádio e abrir os portões de acesso a ambulância, explicou ainda Carlos Martins, acrescentando que esta solução não lhes causa transtorno nenhum.

“O helicóptero pode aterrar onde for, estaremos lá sempre para receber a vítima e transportá-la para o hospital”, afirmou o comandante.

Como já cabia aos bombeiros, fazem também a verificação de segurança da pista antes da aterragem e depois a transferência do doente.

Quanto à segurança caso o campo esteja a ser utilizado, o que até ao momento aconteceu no sábado, em que estavam a ser realizados treinos desportivos, Carlos Martins adiantou que há tempo para avisar e desimpedir o local, visto que o helicóptero demora entre 10 a 15 minutos a chegar da base, em Macedo de Cavaleiros, até Bragança.

A Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) informou na sexta-feira ter em curso os processos de autorização de operação para aeronaves de maiores dimensões nos heliportos hospitalares de Bragança e de Mirandela, o que é feito pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

ULSNE tem processos em curso para heli do INEM aterrar nos hospitais de Bragança

Em Mirandela, o município tem vindo a disponibilizar o relvado sintético da Reginorde e o aeródromo municipal.

Orlando Rodrigues disse não conhecer pormenores da operação, mas revelou que não ficou estabelecido nenhum prazo de utilização até a homologação do heliporto, que, disse, nunca acontecerá antes do final de fevereiro.

A Lusa tentou contactar o INEM para mais esclarecimentos, sem resposta até ao momento.