O presidente do Chega disse, esta segunda-feira, não crer que as Forças Armadas venham a realizar protestos nas ruas, apesar considerar que têm sido mal tratadas pelo Governo.

“Não creio que venhamos a ter o Exército na rua. Acho que há insatisfação nas Forças Armadas porque têm sido sucessivamente mal tratadas”, disse André Ventura reagindo assim a um alerta das associações representativas dos oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas, que admitiram protestos na rua.

Em declarações aos jornalistas antes de iniciar uma arruada nas ruas de Almada, no distrito de Setúbal, André Ventura acusou o Governo de ter criado desigualdades entre forças de segurança e Forças Armadas que “potenciam situações de conflito”.

“O Governo tem de resolver esta situação. Como não vai resolver, terão de ser os próximos a resolver. Este suplemento de missão faz sentido nas Forças Armadas e tem de ser enquadrado no mesmo espírito que foi enquadrado o suplemento de missão da Polícia Judiciária”, disse.

O presidente do Chega defendeu que “faz sentido pensar e avançar para um suplemento de missão transversal”. “É assim que se resolverá uma injustiça criada pelo Governo socialista”, frisou.

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As associações representativas dos oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas admitiram protestar na rua se o próximo Governo atender às reivindicações das forças de segurança, mas não der “atenção especial” aos militares.

“Alertamos fortemente, mas mesmo fortemente, para o facto de, se depois das eleições, quando forem tratados — e muito bem – os assuntos das forças e serviços de segurança, não houver uma atenção muito especial, eu diria em dobro, para as Forças Armadas (…) nós equacionamos todas as formas de luta, dentro da legalidade democrática, obviamente, inclusivamente vir para a rua”, alertou o coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA).

Estes alertas, que já tinham sido avançados hoje pelo semanário Expresso, foram transmitidos pelo coronel em declarações à Lusa.