A família real britânica foi um dos temas abordados por Donald Trump durante uma entrevista a Nigel Farage, durante a qual o antigo Presidente dos Estados Unidos disse que, se for novamente eleito para o cargo no próximo mês de novembro, vai adotar “as ações apropriadas” em relação ao príncipe Harry. No seu livro de memórias, o filho mais novo de Carlos III admitiu o uso de drogas, comportamento que inibe a obtenção de visto para viver nos Estados Unidos. Por isso, há dúvidas sobre o que terá respondido na sua candidatura e se esta resposta será válida.
Nigel Farage referiu-se ao príncipe Harry como “uma das recentes exportações” do Reino Unido para os Estados Unidos e questionou Trump sobre se o povo a americano tem direito a saber o que terá o príncipe escrito no seu pedido de visto. “Acredito que sim. Não falo sobre ele há muito tempo”, disse Trump. Farage insistiu e questionou o que aconteceria se Harry tiver mentido e se deve ter privilégios especiais. A resposta foi curta: “Não”. “Teremos de ver. Se eles souberem alguma coisa sobre as drogas e se ele tiver mentido teremos de tomar as ações apropriadas”. Farage perguntou se tal seria “não ficar na América”, ao que Trump responde: “vocês terão de me dizer a mim”.
O ex-Presidente confessou-se “fã do conceito da família real e da família real” e comentou ainda o afastamento dos duques de Sussex da então soberana, Isabel II. “Acho que houve grande desrespeito por uma pessoa que conheci muito bem e gostava, a Rainha. Ela era inacreditável. Conheci-a muito bem. Lembre-se que eu era para ter estado com ela 10 a 15 minutos e estive duas horas”, respondeu Trump. Depois acrescentou que a soberana tinha sido tratada de forma “muito desrespeituosa” por Harry e Meghan.”Imagino que lhe tenham partido o coração.”
[Já saiu o quarto episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui e o terceiro episódio aqui]
uestionado sobre o Rei Carlos III disse que “ele é um tipo realmente maravilhoso” e que é “um pouco mais focado nas restrições ambientais”. Trump disse que se considerava ele próprio um “ambientalista no verdadeiro sentido, mas um tipo de ambientalista diferente”. Kate também foi assunto e Trump foi questionado sobre a polémica fotografia que foi alterada digitalmente. “Isso não deveria ser um grande problema, porque toda a gente altera” fotografias hoje em dia.
Nigel Farage agora trabalha em informação, mas foi um político bem conhecido no Reino Unido e um dos principais defensores do Brexit. Publicou parte desta entrevista na sua conta de X (antigo Twitter). A entrevista na íntegra pode ser vista no Youtube.
Trump tells me Prince Harry faces an uncertain future in America if he lied on his visa application. Watch the full interview on GB News tonight at 7pm.
— Nigel Farage (@Nigel_Farage) March 19, 2024
Os duques de Sussex estão a viver na Califórnia desde 2020, não são fãs de Trump e vice-versa. Quem pede um visto para os Estados Unidos deve revelar o seu historial no que toca ao uso de drogas e essa informação pode ter impacto na decisão de atribuir o documento ou não. Mentir pode levar a penalizações, entre elas a deportação. O visto do príncipe Harry tornou-se uma questão depois do lançamento do seu livro de memórias “Na sombra” em janeiro de 2023, no qual admite o uso de drogas no passado, como canabis, cocaína e cogumelos mágicos.
A revelação levou o grupo conservador de pensamento Heritage Foundation a mover um processo contra o equivalente ao ministério da Administração Interna (US Department of Homeland Security, DHS) para conseguir acesso aos dados de imigração do príncipe, por considerar que o uso de drogas o desqualifica de poder entrar nos Estados Unidos. Surgiram dúvidas sobre se o duque teria mentido relativamente ao uso de drogas ou se teria tido um tratamento especial por parte das autoridades. No início deste mês de março, um juiz de Washington ordenou o governo norte-americano a conceder acesso ao processo de candidatura de Harry. O DHS tentou evitar a publicação dos documentos e no mês um advogado em nome da autoridade disse que as revelações do livro podiam ser empoladas para “vender livros”, escreve o Telegraph.