O novo Governo vai assumir funções na próxima terça-feira e, nesse mesmo dia, os diretores das escolas vão pedir uma reunião com carácter de urgência a Fernando Alexandre, novo ministro da Educação, Ciência e Inovação, adianta Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), ao Observador. O novo responsável pela pasta da Educação só foi nomeado esta sexta-feira, mas as escolas querem saber o que pretende fazer em relação às provas de aferição dos 2.º, 5.º e 8.º anos e às provas finais do 9.º ano — se mantém o formato digital, como deixou o anterior Governo, ou se reverte a decisão e opta pela continuidade do papel e da caneta.

Este é, aliás, o grande desafio que o novo ministro terá em mãos a curto-prazo. Ainda antes de se preocupar com a recuperação do tempo de serviço congelado dos professores — os seis anos, seis meses e 23 dias –, Fernando Alexandre terá de garantir que as provas de aferição e as provas finais do 9.º ano, com estas últimas a contar para avaliação, decorrem sem problemas.

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As provas começam em maio, mas há alunos que ainda não têm computadores, outros que não conseguem aceder à internet e muitas escolas ainda não sabem sequer como vão garantir que existem tomadas suficientes para que os alunos possam carregar os computadores durante as provas. Diretores de escolas, professores e pais consideram que a melhor solução é reverter a decisão do ainda ministro — até terça-feira — João Costa.

O Governo de António Costa ainda libertou uma verba de 6,5 milhões de euros durante este mês de março, exclusivamente destinado à aquisição de novos computadores para todos os alunos que ainda não têm um, mas o dinheiro ainda não chegou às escolas. Aliás, a verba é dada pelo Governo, é certo, mas são as escolas que terão de abrir concursos para a comprar dos equipamentos.

Provas digitais. Faltam computadores, a internet nem sempre funciona e nem há tomadas para utilizar durante os exames

“O processo agora passou para nós, mas as escolas ainda não têm verbas nenhumas. É uma grande responsabilidade que estão a pôr nas costas dos diretores. Querem que tenhamos uma varinha mágica e que façamos, no período de alguns dias, aquilo que a tutela não fez durante muito tempo — muitos meses, ou até anos”, explicou Filinto Lima, na semana passada, ao Observador. Além disso, os computadores que estão avariados, vão continuar com problemas, uma vez que os 6,5 milhões de euros serão apenas para a compra de novos computadores e não para arranjos.