Não era propriamente um grande “segredo”, faltava ainda saber em concreto o enquadramento do mesmo. Num dia que será marcado pela entrevista à RTP, André Villas-Boas aproveitou a antecâmara dessa aparição pública para apresentar Rui Pedroto, filho do mítico técnico portista José Maria Pedroto, como candidato a vice-presidente da lista B para a área de Projetos Sociais. Atualmente, o gestor lidera a Comissão Executiva da Fundação Manuel António da Mota, tendo como objetivo a criação e consolidação da Fundação FC Porto.

“Rui Pedroto exemplifica dedicação e excelência no trabalho social e a sua liderança na Fundação Manuel António da Mota é um testemunho disso. Um dos maiores orgulhos da nossa candidatura é a criação da Fundação FC Porto. É essencial que o clube se destaque no combate às crescentes desigualdades sociais e económicas. A nossa Fundação aspira a ter um impacto social significativo, à altura do palmarés e da história do clube, fomentando a intervenção social com os valores do desporto e utilizando o seu poder como veículo de promoção da saúde, educação e igualdade de direitos. Caberá a Rui Pedroto, o nosso futuro vice-presidente para a área de Projetos Sociais, concretizar esta visão”, destacou na ocasião Villas-Boas.

“Rui Pedroto é conhecido no universo do FC Porto mas sobretudo da cidade e sociedade portuense. Nasceu no seio de uma família de portistas e de desportistas. Desde cedo percebeu os valores de uma região que teve de construir tudo com o seu esforço, uma região a que muito pouco é oferecido, onde tudo resulta do esforço e da sagacidade das suas gentes. Por outro lado, também desde cedo percebeu que o desporto é a expressão desse espírito. Uma escola de virtudes que permite perceber que o trabalho sério, o rigor, o esforço, a lealdade e a coragem na competição fazem de nós mulheres e homens de fibra. A sermos excelentes naquilo que fazemos”, comentou, antes de falar também da importância do “Zé do Boné”.

“Passados todos estes anos, a presença de José Maria Pedroto faz-se sentir pelos corredores do Dragão. O seu exemplo continua vivo, os seus valores intocáveis e inatacáveis. Por isso nos marcou a todos. Todas as grandes instituições têm o seu mentor e José Maria Pedroto é o nosso. Ele acreditava em cada um dos seus jogadores. Cada um tinha de colocar o melhor de si ao serviço do grupo, da comunidade, da região, da cidade, do clube, do FC Porto. Este ensinamento passou de geração em geração e hoje frequentemente falamos dele quando identificamos aqueles que se distinguem como ‘jogadores à Porto’ Foi isto que nos deixou. São estes os valores que nos passou e, por natureza passou-os também ao seu filho”, salientou.

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“Espero que este calor humano se transmita no dia 27, que estejamos lá todos para dar início a uma nova era no FC Porto. Tornei-me sócio há 48 anos mas a minha ligação ao FC Porto começou na infância e prolongou-se pela vida fora. Permitam-me evocar a memória do meu pai. Como filho, recordo o educador, o clima de concórdia e harmonia que foi sempre apanágio da nossa vida familiar. O homem píblico de horizontes largos, polémico e na atitude no dizer, mas respeitador de todos, sem laivos de vaidade. Um homem íntegro e sem medo. Um amante e defensor da liberdade. Dedicou os melhores anos da sua vida ao FC Porto, salientou na cerimónia de apresentação desta segunda-feira, entre vários outros elementos das listas.

“O percurso desportivo de André Villas-Boas fala por si, no FC Porto ganhou tudo o que era possível. Preparou longamente a sua candidatura. Lidera uma equipa de portistas indefectíveis, com pessoas competentes e com provas dadas nas suas vidas profissionais, prontas para lançar o clube para uma nova era, ávidas de vitórias. É Uma candidatura que é imune às pretensões pessoais, que não se acomoda pelas circunstâncias do tempo, que fala a verdade, programática, que sabe ser grata ao passado, que não esquece as inúmeras conquistas das últimas épocas”, referiu também Rui Pedroto durante o evento na sede da lista B.

“Nos 50 anos de abril esta é uma candidatura corajosa, sem mordaças, de homens e mulheres sem medo. De todas as gerações e classes, para quem não há elites, portistas amigos ou inimigos, que recusa ataques pessoais. Foi muito óbvio para mim que tinha de haver uma alternativa ao atual estado das coisas e que o André corporizava essas mudanças, essa esperança de modernidade para o clube. Não havia alternativa para mim que não fosse aderir a este projeto, às ideias que o André foi apresentando”, acrescentou.