Daniel Graham e Adam Carruthers: são os nomes dos homens acusados de ter abatido uma árvore centenária e causado danos na muralha de Adriano. O julgamento dos dois suspeitos, no Tribunal da Coroa britânico, começa esta quarta-feira.

O caso começou a 28 de setembro do ano passado, quando o Parque Natural de Northumberland, no norte de Inglaterra, acordou com a notícia que que a árvore com mais de 150 anos tinha sido deliberadamente cortada. A árvore, um plátano, ficou famosa por crescer solitária num vale da planície, uma imagem cinematográfica que ficou imortalizada no filme de 1991 Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões.

Depois de cortada, a árvore caiu em cima da Muralha de Adriano, uma fronteira do tempo do império romano que se estendia ao longo de mais de 100 quilómetros, de oeste ao este da Grã-Bretanha. A ruína, que foi declarada Património Mundial da UNESCO em 1987, ficou parcialmente destruída pela queda da árvore.

Segundo a BBC, a polícia britânica abriu uma investigação ao caso, para averiguar os culpados, acabando por deter Graham e Carruthers em abril deste ano.

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Os suspeitos foram depois presentes ao tribunal de Newcastle no dia 15 de maio. A procuradora Rebecca Brown, citada pela AP, declarou que o custo dos danos aos dois marcos emblemáticos ultrapassou as 620 mil libras (cerca de 735 mil euros). “A acusação diz que a árvore foi deliberadamente abatida em 28 de setembro do ano passado e que a queda resultante danificou a Muralha de Adriano, Património Mundial da UNESCO”, afirmou Brown no tribunal.

Os homens enfrentam duas acusações de crime de dano. Em tribunal, Daniel Graham declarou-se inocente, enquanto Carruthers não se pronunciou.

A juíza Zoe Passfield acabou por redirecionar o caso para o Tribunal da Coroa, responsável pela apreciação dos casos penais graves. Justificou-se, dizendo que “o caso é demasiado grave para ser julgado no tribunal de magistrados”. Nas suas declarações, citadas pela Sky News, Passfield afirmou: “Estou ciente de que os ânimos estão exaltados em relação a este caso”.

O caso mediático começa a ser julgado no Tribunal da Coroa de Newcastle, esta terça-feira, dia 12 de junho. Entre os dois julgamentos, os suspeitos foram libertados sob fiança.