Depois de mais uma semana de campanha para as eleições presidenciais norte-americanas, as sondagens continuam a colocar Kamala Harris à frente de Donald Trump, com margens variáveis. Esta sexta-feira, o FiveThirtyEight, um site da ABC News que agrega as várias sondagens, apresentava um média nacional de 45,5% das intenções de voto para a democrata e 43,4% para o republicano.

A diferença de 2,1 pontos percentuais reflete a média das nove sondagens nacionais que apresentaram resultados ao longo desta semana. Destas nove, apenas uma dá a vitória a Donald Trump: a CNBC coloca o ex-Presidente com 48%, dois pontos percentuais de vantagem face aos 46% da atual vice.

Olhando para outras três sondagens, das mais citadas entre os media norte-americanos, os números variam. A sondagem do TheEconomist/YouGov põe Kamala Harris na frente com 45% dos votos — Donald Trump tem 43% — e a da Ipsos/Reuters atribui à democrata 42% das intenções de voto, contra apenas 37% do republicano.

Segundo a sondagem do Napolitan Institute, os eleitores que tencionam votar em Harris representam 47% dos inquiridos, enquanto os que se inclinam para Trump são 46%, a margem mais curta.

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Apesar da vantagem no panorama nacional, as eleições presidenciais norte-americanas são decididas nos Estados-chave, devido à existência do colégio eleitoral. Mas mesmo esse cenário apresenta-se animador para os democratas. Esta semana, o Cook Political Report, uma publicação independente de análise eleitoral, alterou a classificação da inclinação eleitoral de três Estados. Arizona, Geórgia e Nevada passaram da categoria “com inclinações republicanas” para “toss-up.

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A expressão que, em português, se traduz literalmente como “atirar para o ar”, é utilizada para classificar Estados com resultados imprevisíveis e que tanto podem cair para um lado, como para o outro. A editora da publicação explicou isto mesmo na quinta-feira, em declarações à PBS. “Isto significa que a corrida já não está tão desequilibrada para o lado de Trump como estava antes, no início de julho. As equipas já estão equilibradas”, afirmou Amy Walter.

Walter assinala como ponto de viragem a desistência de Biden e a escolha de Kamala Harris para sua sucessora. A nova candidata democrata foi capaz de ultrapassar Trump, algo que o Presidente não conseguiu, e manter essa vantagem ao longo das sondagens publicadas desde o dia 21 de julho.

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Olhando então para estes três Estados, cuja classificação foi alterada, as sondagens mais recentes continuam a colocar Trump na frente, mas com margens mínimas. No Arizona, ganha com 44,8% dos votos, sobre 44,4% de Harris e na Geórgia, recebe 45,8% das intenções de voto, enquanto Harris se fica pelas 45,2%. No Nevada, não foi publicada nenhuma sondagem esta semana, mas a da semana passada coloca os dois candidatos num empate técnico.

Nos restantes Estado-chave, a tendência inverte-se. Na Pensilvânia, a democrata leva a liderança com 45,5% dos votos, contra os 44,6% de Trump e no Wisconsin, reúne 46,2% das intenções, face às 44,4% do republicano. De notar que estes são os Estados onde Kamala Harris escolheu começar a sua tour pelos swing-states e apresentar o seu vice, Tim Walz. Esta sexta-feira, dirige-se para o Michigan, onde também lidera as sondagens, com uma vantagem mais confortável de 44,9% sobre os 42,9% de Donald Trump.

O último Estado-chave, a Carolina do Norte, registou apenas uma sondagem esta semana, a cargo de um meio de comunicação local. Esta dá a vitória a Trump com 47% das intenções de voto. Já Harris, fica-se pelas 44%.

Contas feitas entre os dois candidatos, a corrida para a Casa Branca só fica decidida em novembro e ainda vai haver espaço para a Convenção Democrata, mais comícios e pelo menos um debate televisivo. Mais certo, parece ser o fracasso de Robert F. Kennedy Jr. O candidato independente não ultrapassa os 6% em nenhuma das sondagens publicadas esta semana.

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