Luís Montenegro coloca como meta vencer as próximas autárquicas e defende um candidato presidencial que surja dos quadros do PSD. O perfil definido pelo presidente social-democrata, na moção de estratégia global, exclui assim apoio a candidatos como Paulo Portas, Santana Lopes ou Gouveia e Melo, mas tem uma definição que pode encaixar em potenciais candidatos como Marques Mendes, Leonor Beleza e até Durão Barroso — todos nomes já testados em sondagens.

Luís Montenegro destaca que as presidenciais são “uma eleição unipessoal, onde as candidaturas surgem da vontade individual das personalidades que se propõem a desempenhar a função de Presidente da República.” Apesar de defender que “as candidaturas não devem nascer nos partidos, o que não quer dizer que os partidos as não possam apoiar e até estimular.” O PSD vai, por isso, seguir “a tradição de aguardar as disponibilidades eventuais de militantes do partido com apetência e qualificação pessoal e política para o cargo.”

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Na moção, Montenegro escreve que “há seguramente nos nossos quadros partidários, militantes com notoriedade e conhecimento profundo e transversal do país, das políticas públicas, das instituições democráticas e cívicas, da realidade geopolítica internacional, da nossa participação na Organização das Nações Unidas, na União Europeia, na Nato, na CPLP e em todas as plataformas internacionais em que intervimos.” Para o primeiro-ministro estás são “personalidades que dão garantias de isenção e competência para cumprir as responsabilidades que a Constituição da República atribui ao mais alto magistrado da Nação.”

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Montenegro tenta baixar as expectativas de uma vitória, lembrando que atualmente há “uma situação particularmente exigente, porquanto no final do mandato do atual Presidente cumprir-se-ão 20 anos de mandatos de militantes e antigos presidentes do PSD na Presidência da República.”

Montenenegro diz que corre, no entanto, a favor do PSD “a forma como quer o Professor Aníbal Cavaco Silva quer o Professor Marcelo Rebelo de Sousa exerceram o seu magistério sem qualquer preferência partidária e com total imparcialidade e independência.”

As presidenciais é o segundo grande objetivo do mandato de dois anos de Luís Montenegro. O primeiro, diz o líder do PSD, são “as eleições autárquicas já no próximo ano”. Sobre as escolhas autárquicas, o presidente social-democrata diz que tem “muitos processos em fase adiantada de preparação” e assume o objetivo de tornar “a colocar o PSD na liderança da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE)”. Para isto ser possível, Montenegro tem de conquistar mais uma câmara que o PS e também mais uma junta de freguesia que os socialistas.

Para os próximos dois anos, Montenegro compromete-se ainda em “levar a cabo uma reforma da Justiça, em diálogo com os agentes do setor, com os partidos políticos e com a sociedade civil, para conseguirmos melhorar os prazos e reconstruir a confiança dos cidadãos no sistema judicial”. Sobre a imigração, o líder do PSD ignora o desafio de referendo e defende que é necessário “continuar a devolver confiança aos que chegam, para que não venham ao engano, atraídos por promessas vazias, sem trabalho garantido ou integração assegurada.”