É o segundo caso de um negro baleado pela polícia nos EUA esta semana. Depois de Alton Sterling, um vendedor de CDs do Louisiana, ter sido morto pela polícia à porta de uma loja de conveniência, um homem no Minnesota foi baleado dentro do seu carro.
De acordo com o The New York Times, a polícia confirmou o tiroteio mas não divulgou os nomes do homem morto nem dos agentes envolvidos na operação. Já o Star Tribune, jornal da cidade de Minneapolis, capital do estado do Minnesota, avançou que o homem era Philando Castile, de 32 anos, um funcionário da cantina de uma escola.
A namorada do homem, sentada ao seu lado, transmitiu o momento após o tiro em direto no Facebook. O vídeo mostra o homem coberto de sangue, caído sobre a namorada, e uma criança, a filha, no banco de trás. Philando, baleado num braço, grita com dores várias vezes, e é possível ver que o agente da polícia se mantém durante todo o tempo com a arma apontada ao homem.
A namorada vai gritando, de forma desesperada: “Por favor, senhor agente, não me diga que acabou de lhe fazer isto. Deu-lhe quatro tiros. Ele estava a tirar os documentos!”
Como se vai ouvindo ao longo do vídeo, um dos polícias grita para dentro do carro: “Eu disse-lhe para não tentar chegar [ao bolso]. Eu disse-lhe para manter as mãos no ar”. Já a namorada rebate, dizendo que o agente lhe tinha pedido para entregar os documentos. Foi no momento em que o homem tentou pegar na carteira que os tiros terão sido disparados.
O homem tinha dito à polícia que estava na posse de uma arma, que, de acordo com a namorada, estava devidamente legalizada. O agente terá pensado que Philando estava a tentar pegar na arma e disparou.
Philando Castile foi depois transportado para o hospital, e a namorada foi detida e levada para as instalações da polícia juntamente com a filha. A polícia confirmou mais tarde, num comunicado, que o homem tinha morrido.
A irmã de Philando acusou a polícia de ter “mantido uma arma apontada a ele enquanto estava ferido, e não fez nada para o ajudar”, cita o Star Tribune. Já a mãe, Valerie Castile, disse que a polícia matou “um bom homem, um trabalhador; trabalhava desde os 18 anos”. “Mataram o meu filho.”