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Os comunicados do IPMA e da GNR vistos à lupa

Este artigo tem mais de 5 anos

Os esclarecimentos do IPMA colocaram no léxico nacional a expressão downburst. As respostas da GNR confirmaram o que já se suspeitava: a estrada da morte não foi cortada. Mas há mais revelações.

Fica por esclarecer por que motivo António Costa e Jorge Gomes receberam informações contraditórias relativamente à EN 236-1
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Fica por esclarecer por que motivo António Costa e Jorge Gomes receberam informações contraditórias relativamente à EN 236-1

HENRIQUE CASINHAS/OBSERVADOR

Fica por esclarecer por que motivo António Costa e Jorge Gomes receberam informações contraditórias relativamente à EN 236-1

HENRIQUE CASINHAS/OBSERVADOR

Na passada segunda-feira, 19 de junho, já a contagem das vítimas mortais no incêndio de Pedrógão Grande ia em 64, António Costa enviou um despacho a questionar diretamente os responsáveis máximos das entidades envolvidas nas operações de combate ao fogo — GNR, Proteção Civil e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Queria respostas para três questões — Houve registo de circunstâncias meteorológicas invulgares?; A rede de comunicações do SIRESP falhou?; A Estrada Nacional 236-1 foi ou não fechada? –, e o mais rapidamente possível.

Cerca de 48 horas depois, IPMA e GNR cumpriram e fizeram chegar ao gabinete do primeiro-ministro os esclarecimentos que lhes competiam. Analisamos cada um dos comunicados ao detalhe.

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O esclarecimento do IPMA foi assinado por Jorge Miguel Miranda, presidente do organismo:

Após análise das previsões meteorológicas realizadas para a região de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, e a sua comparação com as estações meteorológicas mais próximas da região, confirma-se que os valores previstos com quatro dias de antecedência se vieram a confirmar pelos valores medidos, com desvios reduzidos em termos de temperaturas máxima e mínima, humidade relativa e velocidade média do vento.

Como o presidente do IPMA, Miguel Miranda, explicou ao Observador, no passado sábado as previsões para a zona afetada pelo incêndio previa temperaturas elevadas, baixa humidade relativa e probabilidade de ocorrência de trovoadas: “Para aqueles locais, Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, fizemos previsões de ocorrência de trovoadas. Secas, no sentido em que não estava prevista chuva”.

As temperaturas esperadas eram elevadas, mas não especialmente -- sobretudo tendo em conta o resto do país, onde se esperavam temperaturas acima dos 40ºC.

Se compararmos os valores previstos e observados na estação próxima de Ansião teremos: no que diz respeito às temperaturas máxima e mínima, os desvios foram sempre inferiores a 1.3º (Temperatura máxima) e 2.5º (Temperatura mínima), sendo ambas as temperaturas corretamente previstas logo no dia 13. No caso da humidade relativa existe uma variação um pouco mais significativa, se bem que os valores previstos no dia anterior, correspondendo à informação mais relevante, foram ligeiramente inferiores ao observado (14% em vez de 17%). Estas diferenças têm pouco significado físico. No que diz respeito à velocidade do vento, existe uma variação mais significativa ao longo dos 4 dias anteriores, mas a previsão realizada com 24h de antecedência reproduz bem as observações (21 km/h em vez de 18 km/h).

Apesar de calculadas em supercomputadores através da análise de uma série de variáveis atmosféricas, como temperatura, pressão atmosférica, vento e precipitação, as previsões meteorológicas (sendo isso mesmo, previsões) estão sempre sujeitas a determinada margem de erro.

No caso do fim de semana passado, as previsões do IPMA para o país pouco se distanciaram da realidade. O fatídico dia 17 de junho foi, até agora, segundo dados do IPMA o mais quente do ano, com cerca de 85% das estações meteorológicas a registarem mais de 40ºC de temperatura máxima.

Em média, no país, a temperatura média fixou-se nos 29.4 °C (mais 10°C do que é comum nesta altura do ano); a máxima nos 39.1 °C (mais 13.8 °C) e a mínima nos 19.7°C (mais 6.2 °C).

A estação meteorológica de Ansião, que serve a zona devastada pelos incêndios, bateu o recorde da temperatura máxima registada no mês de junho no passado sábado, dia 17: 41.6ºC. O máximo da estação, que só existe desde 2000, para o mesmo mês tinha sido registado em 2012, no dia 26: 40.6%.

Neste sentido, o sistema de previsão meteorológico para as condições de superfície, funcionou de forma correta, dentro de margens de erro expectáveis, definindo o quadro sinóptico de tempo muito quente, com temperaturas máximas muito elevadas, próximas de 40ºC, temperaturas mínimas igualmente elevadas, humidade relativa muito baixa, vento fraco ou moderado nos locais elevados, e condições de instabilidade, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros de trovoadas durante a tarde. Do mesmo modo confirma-se que os níveis de avisos emitidos estavam de acordo com as regras fixadas entre o IPMA e a ANPC.

O IPMA colocou sob alerta vermelho, o mais elevado numa escala de quatro, os distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal e Bragança e avisou que nove distritos apresentavam risco máximo de incêndio, dada a situação meteorológica, “caracterizada por temperaturas muito altas, associadas a instabilidade vertical na atmosfera”: Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Faro, Beja, Portalegre, Santarém e Vila Real. “O de Leiria não estava entre eles, Leiria estava laranja, o grau imediatamente abaixo”, recordou ao Observador Miguel Miranda.

Fonte do IPMA disse ao DN que os avisos de instabilidade meteorológica na zona centro foram feitos logo no passado dia 12 e que, a 14, o organismo deu conta da probabilidade de descargas elétricas à Proteção Civil.

No que diz respeito às condições excecionais que determinaram situações no terreno de excecional gravidade, estamos convictos que foram o resultado da conjugação da dinâmica do próprio incêndio e dos efeitos da instabilidade atmosférica, gerando “downburst”, ou seja, vento de grande intensidade que se move verticalmente em direção ao solo, que após atingir o solo sopra de forma radial em todas as direções. Este fenómeno é por vezes confundido com um tornado, e tem um grande impacto em caso de incêndio florestal por espalhar fragmentos em direções muito diversas.

No site do IPMA, que recusou comentar este comunicado e cujos meteorologistas se mostraram, esta quinta-feira, indisponíveis para responder a quaisquer questões técnicas colocadas pela imprensa, existe apenas uma referência ao downburst -- o que reforça a raridade do fenómeno.

A 7 de junho de 2015 foram registados vários, nos distritos de Lisboa e de Setúbal, em circunstâncias semelhantes às deste sábado na zona de Pedrógão Grande: temperaturas elevadas, ar seco, nebulosidade.

Já este ano, no segundo dia de janeiro, uma aldeia do concelho de Gouveia foi também afetada pelo fenómeno (confirmado na altura pelo IPMA e noticiado pela Lusa). Caíram árvores e muros e vários telhados ficaram danificados: "Foi uma situação muito local e tudo indica que tenha sido um 'minitornado'. Foram dez segundos de pavor. Alguns dizem que parecia um avião a despenhar-se e outros que parecia um camião a rebolar na estrada”, relatou na altura Glória Lourenço, presidente da Junta de Freguesia de São Paio.

A confusão é normal e frequente, como salienta o próprio IPMA. A diferença: um tornado é uma forte corrente de ar que sobe, em espiral, até à base da nuvem; um downburst, como o nome indica, é uma corrente de ar da mesma intensidade mas na direção inversa e que, assim que toca no chão, é projetado em todas as direções. Num processo que pode prolongar-se por muito tempo. Informa o site do organismo: “O downburst, embora constitua um fenómeno repentino, pode afetar o mesmo local durante um período razoavelmente longo, até dezenas de minutos, e propagar-se a alguma distância do ponto inicial”.

De acordo com as informações já recolhidas pelo IPMA, o desencadeamento e/ou a propagação do incêndio poderão ter sido amplificados pela conjugação dos fatores descritos, e a importância excecionalmente elevada de efeitos locais relacionados com fenómenos de convecção atmosférica associados à humidade muito reduzida, e a dinâmica induzida pelo próprio incêndio.

Esta situação tão complexa e excecional está a ser objeto de um estudo aprofundado. Foi já nomeada uma comissão coordenada pelo Dr. Nuno Moreira, Chefe de Divisão de Previsão. Este estudo está a ser realizado no IPMA, e quando estiver terminada será de imediato enviado.

O comunicado da GNR

O coronel José Luís Lopes Pereira assinou, à mão, a carta enviada para o gabinete do primeiro-ministro:

1. A GNR tem como missão orgânica genérica, no quadro dos incêndios florestais, “Proteger, ocorrer e auxiliar os cidadãos e defender e preservar os bens que se encontrem em situações de perigo, por causas provenientes da ação humana ou da natureza” – artº 3º nº1, alínea i, da Lei nº63/2007, de 6 de novembro.

2. Mais especificamente, no âmbito do Anexo 1, nº 3.a(2) da Diretiva Operacional Nacional nº2 –DECIF (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais 2017), homologada por despacho de 30 de março de 2017 de S. Exª o secretário de Estado da Administração Interna, “durante os períodos críticos, exerce missões de condicionamento de acesso, circulação e permanência de pessoas e bens no interior de zonas críticas”, exercendo, ainda, missões de:

a) Isolamento de áreas em zonas e períodos críticos;

b) Restrição, condicionamento da circulação e abertura de corredores de emergência para as forças de socorro;

Ao início da noite de sábado, houve na sede da Autoridade Nacional da Protecção Civil, em Lisboa, uma reunião onde estiveram presentes membros do INEM, do IPMA e GNR, para coordenar as operações no terreno.

c) Escolta e segurança de meios dos bombeiros no Teatro de Operações (TO) ou em deslocação para operações;
d) Apoio à evacuação de populações em perigo.

“Vários soldados da GNR estiveram a tirar pessoas desses locais em sítios muito perigosos, correndo também eles perigo de vida", disse ao Expresso fonte da Proteção Civil, no início da semana.

3. Tendo em conta a informação disponível neste momento, a situação relativa à questão em apreço é a que abaixo se descreve, sem prejuízo do resultado do processo de inquérito, mandado instaurar pelo General Comandante-Geral, que corre seus termos:

a) No quadro do combate ao incêndio, as patrulhas da Guarda, face à leitura da situação, havendo perigo para as pessoas e seus bens considerando a aproximação do fumo e fogo, cortaram a circulação no IC 8, cerca das 18h50;

Ao longo dos últimos dias, vários testemunhos comprovaram o corte do itinerário complementar. O de Maria de Fátima Conceição, que sobreviveu apesar de o carro onde seguia ter sido destruído pelas chamas, foi um deles: “Fugíamos do fogo. E, quando chegámos ao IC8, a GNR não nos deixou entrar, mandou-nos seguir em frente. Só se via lume e pinheiros a cair para o chão”.

b) Passado algum tempo, tornando-se insustentável, pela evolução do incêndio, permanecer no mesmo local, a força da GNR foi forçada a recuar para a zona de confluência do referido IC com a EN 236-1, mantendo-se, no entanto, no IC8, garantindo o corte do itinerário no sentido Oeste-Este;

Ao Observador, na passada segunda-feira, o porta-voz da GNR Bruno Marques confirmou que “havia estradas cortadas e estradas não cortadas” na zona. E explicou também quão volátil era a situação, o que dificultou muito a avaliação da situação e a tomada de decisões: “Dada a imprevisibilidade de uma catástrofe natural daquela dimensão, num momento vira tudo: num minuto uma estrada é segura, noutro não”.

c) Assim, o trânsito proveniente de Oeste passou a ser encaminhado para a passagem superior, existindo ali três opções para os automobilistas: retroceder pelo mesmo IC em direção a Oeste; tomar a EN 236-1 em direção a Figueiró dos Vinhos; ou a EN 236-1 em direção a Castanheira de Pera;

Vários sobreviventes garantiram ter sido encaminhados por militares da GNR diretamente para a Nacional 236-1, agora conhecida como “estrada da morte”. Como o inglês Gareth Roberts, de 36 anos e a morar naquela região há quatro, que regressava com a família de umas férias em Cádis, no sul de Espanha: “Saí do IC8 com a minha família, mas os guardas direcionaram-nos para a EN 236. Subimos a estrada repleta de labaredas. Moradores salvaram-nos.”

d) Não havia qualquer indicador ou informação que apontasse para a existência de um risco potencial ou efetivo em seguir por esta estrada (EN 236-1) em qualquer dos sentidos. Acresce, ainda, referir que o acesso à EN 236-1 se faz a partir de múltiplos locais, muitos deles provenientes de pequenas localidades e propriedades existentes nas proximidades e não apenas a partir do IC 8;

Mesmo que a GNR tivesse recebido ordens para fechar a EN 236-1 -- o que não aconteceu, confirma este comunicado -- teria sido difícil, em tempo útil, fazê-lo. A estrada, que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pera, tem 15,5 km de extensão e mais de duas dezenas de entradas, entre rotundas e cruzamentos com estradas secundárias e caminhos particulares, de acesso a propriedades privadas. 47 pessoas morreram no troço da estrada nacional a apenas 1 km do cruzamento do IC8, mas nem todas terão entrado pelo mesmo acesso.

O que fica, para já, por explicar, é a confusão de versões comunicadas logo no passado sábado ao primeiro-ministro e ao secretário de Estado da Administração Interna. Esta terça-feira, António Costa declarou em entrevista que tinha sido informado de que a estrada permanecia aberta: “Que eu tenha conhecimento, não há nenhuma instrução específica para o encerramento daquela via e, como diz a GNR, não foi dada essa instrução pelo próprio comando da Guarda, pelos militares presentes no local e provavelmente pela Autoridade Nacional da Proteção Civil - a quem também irei pôr a questão - porque a ameaça naquele local surgiu de forma repentina e inusitada”. Já Jorge Gomes garantiu que lhe tinham dito o contrário: “Uma das primeiras perguntas que fiz à Guarda Republicana foi se a via estava fechada. A Guarda Republicana informou-me que sim, que a via estava fechada”.

e) Entretanto, apesar das dificuldades nas comunicações (todas), a Guarda manteve em toda a área o socorro e apoio às populações, tendo em conta os múltiplos focos de incêndio e as povoações e casas em risco;

Há 550 estações de comunicação de emergência em todo o país, para uso exclusivo de forças de segurança, bombeiros e Ministério da Administração Interna -- o chamado SIRESP, a funcionar desde julho de 2006. Como pode acontecer em caso de incêndio, no passado sábado as estações de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Malhadas e Serra da Lousã deixaram de funcionar: os cabos derreteram.

Exatamente para precaver situações como esta, o SIRESP tem quatro estações móveis (duas carrinhas de caixa fechada, com antenas de 15 metros, e dois carros, sem ligação satélite), capazes de criar redes retransmissoras que, via satélite, estabelecem comunicações com a rede nacional de emergência e com os rádios das forças de segurança.

Pelas 23h00 de sábado, escreveu a Exame Informática, o MAI deu ordem para que as duas carrinhas, uma a cargo da PSP, outra da GNR, se encaminhassem para a zona. Primeiro problema: a carrinha SIRESP da GNR estava inoperacional e em reparações a um dano causado durante as ações de segurança de maio em Fátima, aquando da visita do Papa. Segundo problema: culpa dos incêndios, do terreno acidentado, das dimensões da própria carrinha, a unidade móvel só chegou ao local e começou a funcionar às 8h00 de domingo.

Como o Observador reportou, ainda durante a noite de sábado, a MEO colocou vários carros na rua, equipados com antenas móveis que asseguraram as comunicações. Ainda assim, durante várias horas, forças de segurança, bombeiros e autoridades viram-se obrigadas a comunicar via rádio, com “canais próprios e que nem sempre coincidem”, explica também a Exame Informática.

As redes móveis também deixaram de funcionar às primeiras horas do incêndio. Esta terça-feira, relatou o Diário de Notícias, vários trabalhadores estavam já a esticar fios e a levantar postes derrubados pelo fogo para repor as comunicações via redes móveis na área.

f) É relevante salientar que, durante o período em análise, como tem sido sustentado por vários especialistas, a zona foi alvo de condições meteorológicas verdadeiramente anómalas e adversas, com trovoadas secas e ventos intensos, que provocaram múltiplos focos de incêndio e propagações galopantes e imprevisíveis;

g) Foi no contexto deste fenómeno invulgar (como o atestam, inclusivamente, os testemunhos recolhidos pelos OCS no local) que terão ocorrido os fatídicos acontecimentos da EN 236-1, uma vez que o fogo terá atingido esta estrada de forma totalmente inesperada, inusitada e assustadoramente repentina, surpreendendo todos, desde as vítimas aos agentes de proteção civil, nos quais se incluem os militares da Guarda destacados para o local.

"Fomos mobilizados para o inferno, nunca tinha visto nada assim" — Rúben Clemente, bombeiro da corporação de Vieira de Leiria. "Completei em Maio 15 anos neste serviço e quando julgava que já tinha visto tudo afinal estava enganado" — João Silva dos Santos, piloto que combate incêndios há 15 anos.
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