A líder do Bloco de Esquerda veio tentar estancar a onda de críticas à ação do vereador do partido na Câmara de Lisboa, mas há na direção do partido quem não alinhe por esta argumentação. O dirigente, membro da Comissão Política do BE, Luís Fazenda considera que a perante a situação de Ricardo Robles “tem de se fazer uma reflexão e tirar conclusões”.

Em declarações ao jornal i (artigo apenas disponível na edição imprensa), Fazenda diz que atividades imobiliárias como as de Robles não são aceites pelo BE no seu programa: “São circunstâncias que, no Bloco de Esquerda, nós condenamos e que levam à gentrificação“. Defende que seja feita “uma reflexão” no partido sobre o caso e, questionado sobre se o negócio que o vereador do BE quer fazer contraria os princípios do partido, admite: “Sim. Não posso dizer outra coisa“.

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No sábado, através de um comunicado da Comissão Política do BE, o partido defendeu que a “conduta do vereador Ricardo Robles em nada diminui a sua legitimidade na defesa das políticas públicas que tem proposto e continuará a propor”. Ao jornal i, Luís Fazenda diz que “o Bloco não mudou de ideias” e não fica “diminuído” com este caso, ainda que assuma a situação como “adversa”. Também critica, tal como Catarina Martins, a cobertura jornalística dada à notícia, recorrendo à ironia: “Achei muito interessantes este movimento que se estendeu a todo o país. Consegui perceber que teve mais eco do que as bravatas de Manuel Pinho”.

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