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Benjamin Netanyahu numa visita a tropas israelitas nos Montes Golã, em 2013

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Benjamin Netanyahu numa visita a tropas israelitas nos Montes Golã, em 2013

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A ocupação dos Montes Golã, o medo de um regime islamita e a questão humanitária. A resposta de Israel à queda de Assad

Queda de Assad foi "uma surpresa total" para Israel, mas reação de ocupar os Montes Golã foi rápida. Assad era "um diabo conhecido" — e um possível novo regime islamita deixa Telavive em alerta.

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“Se eu pudesse escolher entre paz e todos os territórios que conquistámos no ano passado, eu preferia a paz”. A afirmação foi proferida por David Ben-Gurion, fundador do Estado de Israel, numa entrevista em 1968, na sequência da Guerra dos Seis Dias. Contudo, o primeiro chefe de governo israelita da História tinha duas exceções: Jerusalém e os Montes Golã. Passados 56 anos, o atual primeiro-ministro mantém a linha vermelha relativa aos Montes Golã: “Serão uma parte inseparável do Estado de Israel para sempre”, afirmou Benjamin Netanyahu na segunda-feira.

As declarações de Netanyahu foram feitas depois de Israel ter passado das palavras aos atos e ter ocupado, durante o fim de semana, a zona tampão dos Montes Golã controlada por forças das Nações Unidas. A movimentação militar foi justificada como uma medida preventiva para proteger a segurança de Israel, depois de o regime de Bashar al-Assad ter caído e o poder na Síria ter sido tomado pelo movimento islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS).

O movimento das forças israelitas foi condenado pela comunidade internacional, que reconhece os Montes Golã como parte da Síria. Mas Israel garantiu que a ocupação é apenas temporária e que o objetivo a longo prazo é manter “boas relações” com o governo sírio. Por agora, Israel diz querer prevenir um novo 7 de Outubro — e não há certezas sobre como o HST olha para Telavive. “Os israelitas esperam o pior e estão preocupados que sejam jihadistas e um inimigo ativo. Mas eles são sempre pessimistas”, argumenta Paul Scham, investigador no Middle East Institute e antigo diretor do Gildenhorn Institute for Israel Studies ao Observador.

O ponto de disputa entre Síria e Israel. A história conturbada dos Montes Golã

A primeira reação militar de Israel à queda de Assad foi desencadeada no território dos Montes Golã. Mas que território é este e o que o torna tão disputado? Território montanhoso no sudoeste da Síria, a nordeste do mar da Galileia, os Golã foram ocupados por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967 — as conquistas a que Ben-Gurion se referiu na entrevista no ano seguinte. Mas, até hoje, o território continua a ser reconhecido como parte da Síria. Apenas dois países no mundo reconhecem a soberania israelita sobre aquele pedaço de terra: Israel e os Estados Unidos.

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Os Montes Golã, uma região reconhecida como síria e ocupada por Israel

AFP via Getty Images

Em 1974, Israel e Síria assinaram um acordo que pôs fim à guerra do Yom Kippur e criou uma zona-tampão de 235 quilómetros quadrados, controlada por unidades das Nações Unidas — as UNDOF. Este território divide a parte síria dos Montes Golã e a parte ocupada por Israel, onde residem mais de 25 mil israelitas judeus e 20 mil membros da comunidade Druze, uma minoria árabe etno-religiosa que habita na região e noutros locais de Israel.

A exigência israelita de permanecer nos Montes Golã não é apenas histórica, mas estratégica. Em primeiro lugar, o perfil montanhoso da região permite a colocação de bons postos de observação e defesa. Por outro, é uma das principais fontes de água de Israel, devido à nascente do rio Banias (um dos maiores afluentes do Jordão), e local crítico para o abastecimento. Por estes motivos, “Israel não vai desistir [dos Golã] facilmente”, considera Ahron Bregman, professor israelita na King’s College, em Londres, ao Observador.

"[A falha em antecipar a queda de Assad] pode ser comparada às falhas das secretas nas vésperas do ataque do Hamas contra eles no 7 de Outubro de 2023. Uma surpresa total"
Ahron Bregman, professor israelita na King's College

Bregman, especialista nos conflitos israelo-árabes, destaca que a Síria tem interesse nos territórios pelos mesmos motivos. Além disso, o líder do HST parece ter uma ligação particular à região: Ahmed Hussein al-Shar’a escolheu para nome de guerra Abu Mohammad al-Julani, cujo apelido deriva de Golã. Afirma ser uma homenagem aos avós, que terão vivido nos Golã antes da ocupação israelita — foram muitos os sírios que abandonaram a região durante as guerras israelo-árabes do século XX.

A “falha das secretas” israelitas e a rápida resposta militar para “garantir a segurança”

Apesar do interesse israelita neste território sírio, a ofensiva dos rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham foi uma surpresa tão grande em Israel como no Ocidente. Mais do que uma surpresa, os analistas apontam que foi “uma falha das secretas”. “Pode ser comparado às falhas das secretas nas vésperas do ataque do Hamas contra eles no 7 de Outubro de 2023. Uma surpresa total“, compara Ahron Bregman.

Ehud Yaari, analista no Washington Institute, vai mais longe e elenca múltiplas falhas dos serviços de informação: o facto de não terem conhecimento das preparações que estavam a acontecer no norte da Síria ou qual o nível de apoio da Turquia. “Além disso, as secretas israelitas falharam em perceber que o exército sírio era um castelo de cartas à espera de cair quando fosse disparado o primeiro tiro”, escreveu o israelita no Jerusalem Strategic Tribune.

epaselect epa11768780 Israeli tanks at the security fence between Israel and Syria, near the Druze village of Majdal Shams, in the Israeli-annexed Golan Heights, 10 December 2024. Israel's military said that paratroopers' forces, joined by other troops, are conducting 'defense activities' to prevent 'any threat' and are deployed in key positions within the buffer zone.  EPA/ATEF SAFADI

Tanques israelitas na fronteira entre a Síria e Israel, dois dias depois da queda de Assad

ATEF SAFADI/EPA

Mas independentemente das surpresas e das falhas, Israel foi rápida a reagir e a proteger os seus interesses e a garantir a sua segurança. Ainda antes de o HTS ter tomado Damasco no domingo, Telavive já tinha ordenado às Forças de Defesa de Israel (IDF) que ocupassem a zona-tampão nos Golã. “À luz da ameaça — principalmente às comunidades nos Montes Golã — e de acordo com a decisão do Gabinete de Segurança, as IDF tomaram controlo limitado e temporário de áreas estratégicas perto da fronteira”, declarou Gideon Sa’ar, ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, na segunda-feira. Horas mais tardes, Netanyahu adiantou que a decisão do Gabinete de Guerra foi unânime.

Na mesma declaração, Sa’ar acrescentou que tinha havido ataques contra as posições da UNDOF na zona-tampão e que isso motivou Israel a tomar a ação. As Nações Unidas confirmaram que “aproximadamente 20 indivíduos armados não identificados” tinham entrado dentro de um dos postos, no extremo norte da zona de separação, o que constitui um violação do Direito Internacional.

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, apresentou mais detalhes sobre as ordens que foram dadas às IDF num comunicado na terça-feira. O objetivo é criar “uma zona de segurança livre de armas estratégicas e infraestruturas de terror” que possam visar Israel e os seus habitantes, disse. Esse objetivo foi cumprido de duas formas: ocupando a zona da fronteira, para “prevenir o contrabando de armas do Irão para o Líbano através da Síria” e atacando múltiplas posições do exército sírio por todo o país. Estes ataques aéreos, que se prolongam desde o fim de semana, destruíram a maior parte do armamento sírio, “para que não caia nas mãos de extremistas”. Os arsenais destruídos incluíam mísseis terra-ar, sistemas de defesa área, mísseis terra-terra, mísseis de cruzeiro e mísseis de longo alcance, descreveu Katz.

"Israel está amargamente dividida, se houver movimentos sérios para tomar territórios além de proteger o que Israel já tem, haverá uma oposição séria."
Paul Scham, investigador no Middle East Institute e antigo diretor do Gildenhorn Institute for Israel Studies

Contudo, não é claro até onde avançaram as tropas israelitas. Benjamin Netanyahu confirmou que as IDF ocuparam “a zona-tampão e os postos de controlo próximos, incluindo no topo do monte Hermon” — o ponto mais alto dos Golã, no norte da região, que se estende nas fronteiras de Israel, Líbano e Síria. Mas fontes sírias afirmam que as IDF ocuparam também a vertente leste do monte Hermon, que está dentro de fronteiras sírias. Mais especificamente, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos e três fontes que falaram à Reuters relataram que tanques israelitas entraram na cidade síria de Qatana — a meio caminho entre a zona-tampão e o aeroporto de Damasco. “Os relatos que circulam sobre o alegado avanço de tanques israelitas em direção da Damasco são falsos”, negou o porta-voz das IDF, Nadav Shoshani, na terça-feira.

Para além da dimensão desta ocupação, o prazo é igualmente incerto. Telavive disse apenas que o controlo se ia manter enquanto fosse necessário. Os especialistas ouvidos pelo Observador concordam que uma ocupação é improvável. Paul Scham afirma que o governo não o deve fazer por uma questão de política interna. “Israel está amargamente dividida, se houver movimentos sérios para tomar territórios além de proteger o que Israel já tem, haverá uma oposição séria”, argumenta. O especialista reconhece que dentro do governo existem alguns membros que podem querer ocupar toda a região dos Montes Golã, mas que são “uma minoria” na sociedade.

Bregman nota ainda que nenhuma ação israelita deu a entender tal ocupação. “Não construíram bunkers ou outras estruturas que demonstrem uma vontade de ficar ali permanentemente”, afirma. “Os israelitas não têm certezas. Têm muitas suspeitas sobre o HTS e estão a tomar medidas [preventivas]”, acrescenta.

Os perigos da liderança islamita do HTS e os riscos da ambição de Netanyahu face ao Irão

As suspeitas que Israel possa ter sobre o HTS justificam-se com a incerteza sobre o posicionamento deste grupo em relação a vários temas. Sobre o caso específico dos Montes Golã, o grupo ainda não se pronunciou sobre a ocupação israelita, apesar das ligações do líder à região. Já a sua posição dentro da Síria moderou-se ao longo do tempo — apesar de terem começado como um movimento jihadista e pan-árabe, aparentemente moderaram-se para se focarem nas questões internas da Síria.

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Abu Mohammad al-Julani, líder do HTS

AFP via Getty Images

Esta moderação foi visível ao longo da ofensiva de 12 dias que começou no norte da Síria, no seu reduto de Idlib, até Damasco. Em cada cidade que tomou, Julani mostrou-se disponível para dialogar com líderes de outras etnias e religiões e, nas suas mensagens de vitória, lembrava aos seus seguidores: “Sejam modelos de tolerância e perdão, estamos a trabalhar para o futuro da Síria”. Shiraz Maher, diretor do Centro Internacional para o Estado da Radicalização, em Londres, argumenta que cabe agora aos rebeldes “reconstruir um país desfeito e provar que a sua visão de justiça e inclusão — apesar do longo registo de brutalidade — é mais do que uma retórica“. O primeiro passo foi a nomeação de um governo interino, liderado por Mohamed al-Bashir, para evitar disputas internas de poder ou o aproveitamento internacional de vazios políticos.

Ainda assim, apesar de a queda de Assad ser motivo de celebração em Telavive, o HTS pode não ser a resposta que Israel queria para a Síria — principalmente por ser um grupo islamita, enquanto o regime de Assad era secular. Por outro lado, a História mostra que há alguma previsibilidade na relação entre Israel e a Síria: o cessar-fogo de 1974 aguentou-se até este fim de semana. Como resume Paul Scham ao Observador: “Assad era um diabo já conhecido”.

"Assad era um elemento conhecido — e melhor que um governo islamita liderado por rebeldes, independentemente do quão moderados dizem ser"
Schlomo Ben-Ami, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel

“A perspetiva de um governo islamita em Damasco — particularmente um com ambições ideológicas ligadas aos Montes Golã — apresenta um desafio mais imprevisível e potencialmente volátil para a segurança israelita”, escreveu Ahmed Charai, membro da administração de vários think tanks norte-americanos.

Este perigo da imprevisibilidade de um governo islamita foi reiterado por Shlomo Ben-Ami, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel e parte do governo que assinou os acordos de paz de Camp David em 2000. “Assad era um elemento conhecido — e melhor do que um governo islamita liderado por rebeldes, independentemente do quão moderados dizem ser”, considera Ben-Ami.

O ex-ministro adianta ainda que, com tantas incertezas, Israel corre riscos se se tentar aproveitar deste golpe no “Eixo da Resistência”, liderado pelo Irão, para o derrubar definitivamente. Exemplo disso são os relatos da ocupação de posições para lá da zona-tampão — Ben-Ami concorda com a ocupação da zona-tampão, mas não de posições dentro da Síria. “A ambição do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não deve ser subestimada. Se a tirania síria colapsou, por que não derrubar também o Irão?”, escreve.

epaselect epa11727582 Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu speaks during a discussion called on by the opposition on the release of the Israeli hostages held by Hamas, at the Knesset in Jerusalem, Israel, 18 November 2024. According to Israel's military, around 100 Israeli hostages remain in captivity in the Gaza Strip, including the bodies of 33 confirmed dead.  EPA/ABIR SULTAN

Numa declaração na segunda-feira, Netanyahu assumiu responsabilidade pela queda de Assad, por meio de golpes no Irão

ABIR SULTAN/EPA

Se o discurso de Netanyahu de segunda-feira servir de base, a queda do Irão continua a ser precisamente o objetivo da campanha israelita. Durante esta intervenção, o chefe do executivo assumiu responsabilidade pela queda do regime de Assad, que diz só ter sido possível porque Israel enfraqueceu o Irão com os ataques contra o Hamas e o Hezbollah, que duram há mais de um ano. Ou seja, como o Irão tinha os olhos postos nestes dois satélites e nos seus combates com as IDF, não teve disponibilidade para ir também em auxílio de Assad. Esta campanha de Telavive, diz Netanyahu, ainda “está ativa”, com o objetivo de “desmantelar o Eixo do Mal”.

Cooperação com os Estados Unidos, a Turquia e a ONU. Israel deve focar-se na questão humanitária?

Sem surpresas, o Irão foi rápido a condenar a ocupação de Israel dos Montes Golã, que classificou como parte de uma “agressão frequente” e ainda uma “violação flagrante do Direito”. Mas as repostas do Irão mostram apenas um Estado que saiu derrotado com a queda de Assad, depois de ter investido fortemente na Síria, considera Bregman: “O Irão está humilhado e os seus aliados — Hamas, Hezbollah, e agora a Síria — estão todos a lamber as feridas.”

Outros países, como a Arábia Saudita, também condenaram a movimentação militar israelita. Riade acusou Israel de “tentar sabotar as chances de a Síria restaurar a sua segurança, estabilidade e integridade territorial”. A condenação também chegou das Nações Unidas, que sublinharam que a ocupação dos Montes Golã constitui uma violação dos Acordos de 1974 e exigiram o fim desta operação a Israel.

Analistas apontam que Netanyahu deve focar-se na cooperação com Estados Unidos e Turquia

OLIVIER HOSLET/EPA

Já os Estados Unidos justificaram os movimentos de Israel com a saída das tropas de Assad das posições na fronteira. Isto, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, deixou um vazio que podia ser preenchido por organizações terroristas que ameacem Israel. Matthew Miller notou ainda que Israel declarou que a ocupação é temporária e garantiu que os Estados Unidos vão trabalhar para que essa promessa seja cumprida.

Ehud Yaari argumenta que esta cooperação entre Telavive e Washington é preferível também para Israel lidar com toda a incerteza e instabilidade na região — mais do que continuar a campanha de vitória total contra o Irão. O analista do Washington Institute escreve que Israel deve dialogar com a futura administração Trump para manter um contingente de 900 soldados que sirva para dissuadir o Irão de tentar entrar novamente na Síria.

Ao mesmo tempo, Israel deve pôr de lado rivalidades com a Turquia e reaproximar-se de Erdoğan, argumenta. Isto porque, a par do Irão, a Turquia é um dos jogadores com mais influência na Síria. Charles Lister, diretor do programa para a Síria no Middle East Institute partilha esta visão. “A Turquia tem a responsabilidade primária de garantir que isto resulta em mais estabilidade e no regresso dos refugiados”, afirmou ao Wall Street Journal.

"Israel diz que estende a mão em paz, mas na verdade enviou o seu exército para atacar a Síria"
Ahron Bregman, professor israelita na King's College em Londres

Apesar de nunca ter mencionado a Turquia, o próprio Benjamin Netanyahu expressou esta mesma preocupação humanitária e “estendeu a mão a quem quer viver em paz“, lembrando o trabalho humanitário que Israel desenvolveu na fronteira, a abrigo da missão “Bom Vizinho”, que garantiu apoio humanitário em larga escala e a construção de hospitais de campanha na fronteira. Esta campanha beneficiou principalmente a comunidade Druze, que vive tanto em Israel como na Síria, e que os analistas mencionam diretamente como uma preocupação para Israel. Ehud Yaari vai mais longe e sugere que Telavive deve colaborar com a ONU na missão humanitária que estão a desenvolver, chamada “O dia seguinte na Síria”.

Ahron Bregman encontra uma contradição entre o desejo humanitário de Netanyahu — que os analistas sublinham como essencial — e as ações militares que desenvolveu desde a queda de Assad. “Israel diz que estende a mão em paz, mas na verdade enviou o seu exército para atacar a Síria”, declara ao Observador. “Não tenho certezas, temos de esperar para ver”, remata.

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