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Um reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda realizou-se por videoconferência
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Um reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda realizou-se por videoconferência

Um reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda realizou-se por videoconferência

A quarentena dos partidos: um líder caseiro, um pizzaiolo, reuniões pelo Zoom e notificações de WhatsApp sem parar

Teletrabalho e inúmeras notificações no telemóvel. Os partidos habituaram-se a fazer política em casa. Houve quem se aventurasse na culinária. Líder do CDS fez pizza, PAN partilhou receitas vegan.

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Há um líder partidário que admite que “trabalha menos”, outro que ficou maravilhado com o filme da Netflix “Milagre da Cela 7” e há quem se tenha aventurado a ler um livro com mais de 700 páginas. Também há um grupo de WhatsApp criado entre deputados para trocar as melhores receitas vegan da quarentena. Pão caseiro, até ver, nenhum teve tempo para fazer. Houve sedes que fecharam, dezenas de reuniões que se fizeram por videoconferência — às vezes com mais gente do que as presenciais — e houve eleições internas que foram adiadas.

Mas, na vida partidária, o isolamento também trouxe vantagens: há partidos a admitir que tiveram mais tempo para assuntos que estavam “na gaveta”, há quem diga que as reuniões por videoconferência até permitiram otimizar o tempo e quem sugira que o teletrabalho devia ser para ficar, pelo menos em parte. As notificações no telemóvel não pararam e, para fazer jus a uma ferramenta utilizada em tempos de pandemia, vamos fazer um Zoom àquilo que foi o isolamento social dos partidos durante o estado de emergência. O Observador falou com vários partidos com assento parlamentar para perceber o que mudou para eles quando o país parou. E não foi pouco. Está estreada a telepolítica.

PS. Entre eleições canceladas, uma hashtag própria, e a “Montanha Mágica” de Thomas Mann

Durante os longos dias em que o país passou a aprender a viver em estado de emergência, o dia a dia do secretário-geral adjunto do PS deixou de ser o que era. A casa de cada um passou a ser o novo gabinete. Além de comandar as tropas, à distância, no Largo do Rato, José Luís Carneiro também é deputado e, por isso, ao contrário da maioria dos portugueses que se votaram ao confinamento, acabava por sair de casa “três a quatro vezes por semana”, geralmente para estar em reuniões presenciais no Parlamento. Sobrava-lhe apenas a noite para dedicar mais tempo a si próprio e às suas leituras, as “académicas sobre o projeto europeu” ou as mais lúdicas. Por estes dias de pandemia, segundo contou ao Observador na última semana de abril, José Luís Carneiro leu “uma versão para jovens da Odisseia” e estava naquele momento a reler a “Montanha Mágica” de Thomas Mann.

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No Largo do Rato, mudanças houve muitas, e houve de um dia para o outro. Segundo explica fonte oficial do PS ao Observador, o partido começou por pôr os funcionários da sede em teletrabalho logo numa fase inicial, em meados de março, quando o país começou a ficar em estado de alerta, tendo depois generalizado o teletrabalho assim que foi decretado o estado de emergência. Ou seja: tal como a maioria dos portugueses agiu de forma preventiva, também o PS o fez.

Mas a primeira consequência da Covid-19 para o PS foi, desde logo, o cancelamento das várias eleições para as federações e os respetivos congressos federativos, que se deviam ter realizado em março e que foram adiadas. Também o congresso do partido, que iria realizar-se no final de maio em Portimão, foi adiado para data a definir. Tudo mudou. José Luís Carneiro admite ao Observador que fala “todas as semanas” com o Governo para se manter a par do trabalho que está a ser desenvolvido de resposta à crise, e teve de ajustar também outro dossiê importante que tinha em mãos: as celebrações do 47.º aniversário do PS, em abril, que tiveram de transitar todas para o (ainda mais) pequeno ecrã, com grande enfoque nas redes sociais. Foi criada uma conferência digital, através do Zoom, sobre “Populismo Vs Democracia”, assim como foram gravados vídeos com alguns dos atuais dirigentes do PS (António Costa, Carlos César, Ana Catarina Mendes ou o próprio José Luís Carneiro) e realizados “diálogos entre gerações”. Tudo à distância, tudo separado por um ecrã.

“A Comissão Permanente passou a trabalhar via Whatsapp e a reunir através de videoconferência. Também foi criada uma rede pelo mesmo meio com as federações e concelhias”
Explica José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS

A grande aposta do partido acabou por ser, por isso, a comunicação digital. Foi até criada uma hashtag própria (#VencerJuntosCovid19) que passou a ser usada por todos os socialistas de forma a uniformizar a informação. “Envolvemos o grupo parlamentar para uma comunicação coordenada e coerente, e eles também estão a utilizar o mesmo hashtag, o que nos está a dar uma coerência ao nível da comunicação digital”, diz a mesma fonte. Além disso, o WhatsApp passou a ser a melhor ferramenta de trabalho, quer para coordenar o diálogo da direção do partido com as estruturas distritais e concelhias, quer para a direção comunicar entre si. “A Comissão Permanente passou a trabalhar via WhatsApp e a reunir através de videoconferência. Também foi criada uma rede pelo mesmo meio com as federações e concelhias”, conta.

108 deputados no Skype com o primeiro-ministro

O grupo parlamentar socialista, por seu lado, apostou tudo em manter as habituais reuniões da bancada que se realizavam todas as quintas-feiras numa sala do edifício novo da Assembleia da República — mas passou-as para o sofá. Ou melhor, para o Skype Empresas, que permite juntar os 108 deputados no mesmo ecrã. A primeira, sabe o Observador, contou com a presença do primeiro-ministro António Costa, mas as restantes (que se mantêm pontualmente às quintas-feiras) limitaram-se à bancada, sendo lideradas por Ana Catarina Mendes. Com os microfones desligados, para não haver ruído, sempre que algum deputado quer intervir inscreve-se no chat da “reunião” e é-lhe dada a palavra, apurou o Observador.

Ao mesmo tempo, os deputados das várias comissões sectoriais também se têm reunido virtualmente, e quase sempre estas reuniões contam com a presença do ministro da área respetiva. A ideia é o Governo manter o partido a par daquilo que está a ser feito na resposta à Covid-19 e ouvir as sugestões dos deputados socialistas, que estão ligados às várias regiões do país. E, no meio de tudo o que mudou, encontrou-se aqui uma vantagem: de certa forma, a distância permite conciliar agendas mais facilmente, uma vez que este tipo de reuniões não aconteceria com tanta regularidade se os ministros se tivessem de se deslocar à Assembleia para estar com grupos de deputados.

PSD. Rio mais caseiro só sai para ir à Assembleia

Durante o estado de emergência, Rui Rio limitou as suas presenças a dois momentos: os plenários da Assembleia da República e as reuniões com o primeiro-ministro. Exceção a esta regra, só mesmo quando deu uma entrevista ao programa “Isto é gozar com quem trabalha”, de Ricardo Araújo Pereira, na SIC. Ao longo destas semanas deu outras entrevistas, mas a partir do Porto. Sobre se, nestes tempos de pandemia, passa mais tempo em Lisboa ou no Porto, o presidente do PSD respondeu assim ao Observador: “Em casa“. E se dúvidas houvesse a que casa se refere o líder da oposição, Rui Rio explicou em respostas enviadas ao Observador por que tem assistido por videoconferência às últimas reuniões dos líderes políticos com os especialistas no Infarmed: “É por opção, para não ter que me deslocar propositadamente a Lisboa, quando o posso fazer a partir de casa”.

Rio está mais caseiro e admite que, com esta situação trabalha “menos“, mas mesmo assim “não dá para ter tempos livres“. Quanto ao que o fez sair de casa durante o período do estado de emergência, o presidente do PSD diz que o “critério é o da Assembleia da República”. Ou seja: sempre que tem de cumprir as suas funções como deputado, Rio vai do Porto até ao Parlamento, o que acontece cerca de uma vez por semana.

O presidente do PSD Rui Rio durante a sua comunicação sobre os contributos do partido para a área da economia no âmbito da atual situação de pandemia provocada pelo Covid-19, 06 abril 2020, Porto. ESTELA SILVA/LUSA

O presidente do PSD Rui Rio a 6 de abril, quando apresentou contributos para a área da economia no âmbito da atual situação de pandemia, no Porto.

As reuniões presenciais, garante Rio, “têm sido evitadas” no tempo de estado de emergência e “no caso de reuniões onde seja necessária a presença de dirigentes ou deputados, tenta-se assegurar as medidas de distanciamento social e de higiene”. As reuniões com a direção do PSD (a comissão política permanente) deixaram de ser presenciais neste período.

Sem especificar se ocorrem às mesmas horas e dias do pré-pandemia, Rui Rio explica nas respostas enviadas ao Observador ainda durante o estado de emergência que “o partido e a direção nacional têm recorrido à videoconferência para reunir” e revela que “tem existido até a preocupação de auscultarmos os nossos autarcas ou outros atores ou especialistas atenta a situação em que vivemos“. Quanto às outras estruturas do partido, também “vão reunindo recorrendo a esta forma de comunicação à distância”. O WhatsApp e as chamadas telefónicas “já eram usados normalmente” como meio de comunicação no dia a dia de Rui Rio, mas agora ganham outro peso.

Com o fim do estado de emergência, Rui Rio decidiu fazer aquilo que o secretário-geral do PSD, José Silvano, chama de “transição tímida e ténue” para o estado de calamidade com “alguma” agenda presencial. Esta segunda-feira, 4 de maio, Rui Rio recebeu o presidente da União das Misericórdias, Manuel de Lemos, e o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto e seu amigo, António Tavares. Na reunião estiveram presentes mais duas pessoas: o deputado Álvaro Almeida e a deputada Clara Marques Mendes.

Trabalhadores da São Caetano em teletrabalho. Povo Livre continua a sair

Na sede do PSD, na São Caetano à Lapa, trabalham 49 pessoas. O PSD, como explica em resposta oficial enviada ao Observador, “ainda antes da tomada de medidas de limitação da circulação de pessoas e antevendo-se já os riscos da pandemia, dispensou, sem perda de direitos, os colaboradores que apresentavam patologias ou doenças crónicas que pudessem fragilizar a condição de saúde dos colaboradores no caso de serem infetados”.

Depois disso, o partido optou por colocar “em teletrabalho a generalidade dos trabalhadores, existindo um número de cerca de 3 a 4 pessoas que se deslocam à sede numa base mais ou menos diária para salvaguardar o expediente que não possa ser tratado à distância”. Para que os trabalhadores pudessem iniciar o trabalho a partir de casa, a “disponibilização de VPNs e computadores em áreas críticas foi antecipada pelo PSD antes do decreto do estado de emergência, pelo que assim que este entrou em vigor rapidamente o partido fez a migração para a nova modalidade de trabalho”. Mesmo naquelas áreas que “não são suscetíveis de teletrabalho”, os trabalhadores “também foram colocados em casa.”

A videoconferência e o recurso a outras plataformas digitais têm sido privilegiados para continuar a atividade política e, como explica o PSD, “o exemplo de um documento trabalhado com a participação de vários atores” — portanto, em que há uma partilha permanente do documento em que todos vão dando contributos mesmo não estando frente a frente — “foi o das propostas para a economia”.

Além disso, mesmo nestes tempos difíceis, explica fonte oficial do partido, “o PSD (sede nacional) continua a tratar a filiação de novos militantes, alteração de dados ou processos de desfiliação, por teletrabalho”. Nesta área mais administrativa e de funcionamento interno, garante o PSD, “não existem pendências ou atrasos em decorrência do decreto de estado de emergência”.

Também na área da comunicação, quer seja em teletrabalho ou regime presencial (neste caso, a assessoria de imprensa e audiovisuais) “em dias de trabalhos parlamentares continuam a assegurar a divulgação e tratamento de informação política do partido.” Além disso, “o partido continua, também, a divulgar o Povo Livre”.

Parlamento, o principal campo de batalha (contra o vírus)

O debate político está muito circunscrito ao Parlamento e é também por lá que Rui Rio vai fazendo a esmagadora maioria da sua atividade partidária. Se tudo corresse como estava no guião, desde 19 de março que o líder parlamentar seria Adão Silva, mas a pandemia de Covid-19 forçou o grupo parlamentar a adiar eleições que já estavam marcadas e o líder continua a acumular as duas funções. Apesar disso, quem vai à conferência de líderes e trata dos aspetos mais do quotidiano parlamentar é o deputado eleito pelo círculo de Bragança.

Do ponto de vista das intervenções, Rui Rio não abdica de falar em alguns momentos-chave, como nos debates sobre a declaração de estado de emergência, mas nos quinzenais tem dado o palco aos especialistas. Num debate quinzenal onde ainda não se previam medidas de confinamento — mas no qual o governo tinha escolhido como tema a resposta ao coronavírus — António Costa escudava-se na opinião de especialistas para as medidas que tinha tomado até então e chegou a dizer a Rio: “Devemos ouvir os nossos médicos“.

Rio levou isso à letra e quem agora tem debatido com Costa é o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Ricardo Batista Leite, que é médico. A Batista Leite, Costa não pode dizer para ir ouvir o médico, embora vá experimentando bengalas, como da vez em que ensaiou: “O senhor é médico, sabe que…“. Foi também Batista Leite quem representou, a nível presencial, o PSD nas reuniões do Infarmed que junta as três principais figuras do Estado, líderes partidários, parceiros sociais e especialistas.

Ricardo Baptista Leite, deputado do PSD, fala à comunicação social no final da sessão de apresentação da "Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", no Infarmed, em Lisboa, 15 de abril de 2020. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Ricardo Baptista Leite no final da sessão de apresentação da “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal”, no Infarmed, em Lisboa, a 15 de abril de 2020.

Mas é Rui Rio quem, no entanto, continua a liderar a bancada. É ele quem envia, de véspera, um email aos deputados a dizer que só devem estar de forma permanente no Parlamento dezasseis deputados, que identifica: Adão Silva, Afonso Oliveira, André Coelho Lima, Carlos Peixoto, Catarina Rocha Ferreira, Clara Marques Mendes, Duarte Pacheco, Helga Correia, Hugo Carneiro, Isabel Meirelles, Isaura Morais, José Silvano, Lina Lopes, Luis Leite Ramos, Ricardo Baptista Leite e, claro, Rui Rio. O critério é o dos membros da direção do partido e da bancada e membros da Mesa do Parlamento. Numa das ocasiões, estavam deputados a mais e foi o próprio Rui Rio a sair.

Nesse email lê-se: “O Grupo Parlamentar do PSD deverá manter, na sessão plenária de amanhã, 2 de abril, às 10h00, A TODO O MOMENTO, APENAS UM GRUPO DE 16 DEPUTADA/OS (QUÓRUM MÍNIMO)“. Rui Rio permite, no entanto, que todos os restantes deputados vão ao parlamento: “Deverão ir ao plenário apenas para registar a presença e, de seguida, sair, de molde a contribuir para que no plenário não estejam presentes mais de 46 deputados”. Além disso, escreve que “qualquer deputado pode, a qualquer momento, ser chamado ao plenário para substituir um dos 16 colegas que tenha tido necessidade de se ausentar ou para intervir em plenário”.

Ainda a nível de organização, segundo vários deputados contaram ao Observador, foi criado um grupo de WhatsApp do grupo parlamentar, onde estão todos os deputados, incluindo Rui Rio. Por esse grupo, explica um deputado ao Observador “são esclarecidas dúvidas sobre projetos do próprio partido ou de outros partidos” E exemplifica: “São dúvidas do género: o layoff aplica-se nesta situação? Então e naquela?” Há ainda reuniões setoriais, das mais variadas áreas (saúde, educação, etc.) por Zoom. E as mudanças, mesmo no meio de um pandemia, acabam por trazer sempre algo de bom. Um deputado do PSD confessa ao Observador: “Agora há mais deputados nessas reuniões do que havia antes”.

BE. Um ecrã para 76 pessoas. E um filme por semana, escolhido à vez

Durante o estado de emergência, Catarina Martins fez a maior parte do trabalho em casa. Apesar de ser natural de Vila Nova de Gaia, ficou nestes meses em Lisboa a tempo inteiro com as filhas para a família se manter junta e facilitar as idas semanais ao Parlamento. O tempo livre não era muito, mas a líder bloquista garante ao Observador que “pelo menos uma vez por semana” há tempo para a família ver um filme em conjunto. “Escolhemos à vez”, nota Catarina Martins. É o momento de descontração possível entre as alturas em que o telefone não para de tocar.

Esses são muitos. Se não for em forma de chamada é em forma de notificação. Com as cerca de duas dezenas de pessoas que trabalham habitualmente na sede do partido deslocalizadas, em teletrabalho, o telefone está sempre a tocar. O teletrabalho até foi iniciado logo que a Direção-Geral de Saúde lançou as primeiras recomendações, antes de o Governo decretar estado de emergência e, como tal, obrigar de alguma forma a que o trabalho fosse feito à distância. Segundo apurou o Observador, o contacto estabelece-se sobretudo entre o Whatsapp e o Telegram, aplicações que os bloquistas já usavam antes da pandemia, mas que se intensificaram agora que a comunicação se faz maioritariamente à distância. No Whatsapp, por exemplo, há um grupo apenas para a direção do partido, outro para o grupo parlamentar, e um outro ainda para a comunicação do partido, onde estão os assessores de imprensa e onde se define a estratégia sobre a forma como o partido comunica as ideias agora que o palco de atuação é mais limitado.

Mas há também um outro grupo, habitualmente chamado Grupo de Trabalho da Saúde, que junta vários militantes do Bloco com ligações à área da saúde, sejam médicos, enfermeiros ou outros profissionais, que, não tendo sido criado apenas para este efeito, tem agora tido maior uso. O grupo, apurou o Observador junto de fonte oficial do partido, já tinha sido criado aquando da discussão sobre a lei de bases da Saúde, mas tem tido agora particular atividade no WhatsApp, já que serve de apoio à direção para acompanhar a evolução da situação sanitária no país.

Presencialmente, só há deslocações à sede do partido “em situações muito esporádicas em que a presença física é imprescindível”, refere fonte oficial. Na Assembleia, uma vez que só é recomendado que vá um quinto da bancada, têm sido dispensados os parlamentares que façam parte de grupos de risco e tem sido dada prioridade aos membros da direção da bancada e aos que acompanham as áreas de relevo no contexto da pandemia, como a Saúde, a Segurança Social ou a Educação.

Catarina Martins também passou pela sede do partido no dia 25 de abril, com uma tarefa específica em mente: cantar a "Grândola, Vila Morena" à janela.

O Bloco de Esquerda tem apostado muito na realização de vídeos ou de conferências de imprensa virtuais, onde o dirigente está na sede do partido mas os jornalistas estão em casa a acompanhar através da aplicação Zoom, entrando em direto para fazer perguntas. É apenas nessas alturas que o edifício da rua da Palma recebe convidados. Durante o estado de emergência, Catarina Martins passou pela sede do partido no dia 25 de abril, mas para fazer algo diferente: cantar a “Grândola, Vila Morena” à janela.

As reuniões de direção também deixaram de acontecer ao vivo, tendo passado para o Zoom. Foi o que aconteceu na última reunião da Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre Convenções, em que 76 pessoas (são 80 membros, apenas não puderam estar quatro) se juntaram num mesmo ecrã. Apesar de tudo, segundo Catarina Martins, “foi possível fazer um bom debate”, mesmo tendo de ser necessário desligar o microfone de cada um, e ligar apenas no momento da intervenção. A gestão do on e off era feita pela ‘mesa’ que gere os trabalhos, tal como seria feita se a reunião tivesse sido presencial.

“A democracia não está suspensa. E a atividade do Bloco também não está suspensa, ainda que a crise pandémica nos tenha obrigado, evidentemente, a fazer adaptações”, afirma Catarina Martins em declarações ao Observador. E dá como exemplos de adaptação algumas iniciativas de proximidade que o BE desenvolveu neste período de isolamento voluntário, em que deixou de poder estar com o pé no terreno, a ouvir trabalhadores ou a visitar empresas e instituições, mas fê-lo de outra forma, à distância. É o caso da criação da plataforma despedimentos.pt, onde era pedido aos portugueses que denunciassem situações de abuso laboral ou despedimento em consequência da crise. “Estas denúncias permitiram-nos continuar a aprender com quem constrói o país e agir sobre as denúncias que nos chegam”, diz a coordenadora bloquista, notando que no final de abril foi realizada uma conferência online que juntou economistas, ativistas e organizações, para debater o caminho de uma resposta à crise sem austeridade. “Este é tempo de travar a pandemia — e o esforço das pessoas tem sido exemplar para o conseguir — e de responder pelo SNS e pela proteção do emprego. O Bloco, adaptando a atividade ao contexto, faz a sua parte”, diz ainda.

Outros exemplos foram os incentivos às denúncias de abusos da banca, a que Mariana Mortágua apelou nas redes sociais, pedindo que lhe fossem enviados e-mails com relatos de casos concretos; ou ainda o formulário que José Manuel Pureza pôs a circular nas redes sociais para advogados, solicitadores e agentes de execução preencherem por estarem “totalmente desprotegidos” em relação às medidas que o Governo foi aprovando para compensar trabalhadores e empresas dos efeitos da paralisação da economia. De resto, segundo refere fonte do partido, o Bloco tem participado nas sessões que juntam especialistas e responsáveis políticos no Infarmed e tem “falado com o governo sempre que se justifica”.

PCP. Sem redução de “atividade e iniciativa política”, mas sem se render aos documentos partilhados com alterações em simultâneo

Uma das preocupações do PCP com a alteração das rotinas nos deputados e funcionários do partido foi assegurar que o ritmo de trabalho não sofria nenhuma penalização. Assim, segundo o líder parlamentar dos comunistas, João Oliveira, ainda que “em algumas circunstâncias” e em determinadas iniciativas tivesse que ser “reorientada” a forma como o processo estava a ser conduzido, através dos meios de comunicação eletrónica, o facto de “os mecanismos do trabalho parlamentar já estarem em boa parte desmaterializados” facilitou a continuação do trabalho do partido.

O deputado dá o exemplo da audição do sindicato das artes e do espetáculo, que já tinha sido pedida antes da declaração do estado de emergência e que foi mantida, embora com a conversão para o modelo de videoconferência, que passou a ser uma constante no dia a dia dos deputados comunistas. “Para garantir a realização das iniciativas políticas entrámos em contacto com as pessoas e entidades com quem tínhamos audiências marcadas para perceber se consideravam outra solução que não a presencial”, explica ao Observador João Oliveira, acrescentando que, nos casos em que não foi possível passar os encontros para o modelo online, as reuniões foram realizadas “com todos os cuidados identificados”, seja o distanciamento entre as pessoas, seja a desinfeção das mãos, por exemplo. Na bancada do PCP apenas uma deputada ficou fora da equação das presenças no hemiciclo, por ser uma “deslocação que implicava riscos em termos da saúde pública”. Trata-se da deputada Diana Ferreira, eleita pelo Porto, que não regressou à Assembleia da República desde dia 16 de março. Os restantes deputados vão-se revezando no plenário para garantir a “representação correspondente às necessidades”, acrescenta João Oliveira.

"Google docs ou com documentos partilhados e alterações em simultâneo não é grande solução para nós", conta ao Observador João Oliveira que explica ainda que a construção dos documentos é feita através da trocas de e-mails.

Além da substituição das reuniões presenciais por videoconferências, o líder parlamentar dos PCP afirma que os mecanismos de trabalho já utilizados pelos comunistas não sofreram grandes alterações. Mantêm-se as trocas de e-mail para construção dos documentos e o partido, que já não era especial fã dos documentos partilhados, continua a manter a mesma posição. “Google docs ou com documentos partilhados e alterações em simultâneo não é grande solução para nós”, conta ao Observador o líder parlamentar, explicando que um e-mail com sugestões de alteração ou uma chamada se apresentam como melhores opções.

“A forma como o grupo parlamentar já funcionava adequa-se a esta situação, só os momentos presenciais são substituídos. Foi uma transição natural”, diz ao Observador.

Fim da oposição? “Temos muito pouca sensibilidade para proclamações românticas”

“Não deixamos de dizer ao Governo o que temos a dizer em discordância, quando ela existe, em relação ao que é decidido”, frisa João Oliveira. Perante o PCP não houve qualquer alteração na atitude do Governo, garante o líder parlamentar, que diz “não acompanhar as proclamações românticas que outros fizeram” a respeito do fim da oposição durante o combate à pandemia da Covid-19.

“Temos muito pouca sensibilidade para proclamações românticas sobre essas questões. Mantemos a nossa postura séria, responsável, correta e preocupada sobre os problemas que vão surgindo”, nota o deputado, acrescentando que o partido continua empenhado em dar “solução aos problemas independentemente dos constrangimentos que se colocam”.

Reconhecendo uma “intensidade de trabalho acrescida” durante as últimas semanas, o líder parlamentar recordou algumas das iniciativas que já tinham dado entrada e sido discutidas no parlamento e que neste novo contexto ganharam uma notoriedade maior, como o caso da regulamentação das condições de atribuição dos suplementos de risco, penosidade e insalubridade. “Neste contexto o subsídio de risco acabou por ganhar uma necessidade redobrada”, notou o deputado para acrescentar que não se “desconsideram problemas anteriores”, mas que se assistiu a um “reenquadramento dos problemas que já existiam em função das necessidades”.

CDS. Um ‘pizzaiolo’ que trabalha pelo menos 12 horas por dia

O líder do CDS diz ter a sensação que está “ligado” mais tempo do que antes da pandemia. Antes, o momento de chegada a casa era de maior descontração, mas agora essa barreira não existe. Antes partilhava a liderança do partido com a advocacia, agora está “em exclusividade” no CDS e passa pelo menos 12 horas por dia a tratar de assuntos relacionados com o partido. Além disso, a qualquer momento pode ser convocado para ajudar o exército.

Com oito anos de formação no Colégio Militar, Francisco Rodrigues dos Santos alistou-se como voluntário das Forças Armadas. Entretanto, já recebeu um email a dizer que foi admitido como voluntário e que leu em voz alta ao Observador. Irá prestar voluntariado no Regimento de Transportes, na zona de Lisboa, que é a instalação militar mais próxima da sua casa. Caso seja chamado, poderá desempenhar qualquer função num Centro de Acolhimento que eventualmente ali possa ser criado. No email fica claro que será depois o líder do CDS a apontar, “mediante a sua disponibilidade”, o número de horas que pode dedicar a esse voluntariado.

Enquanto não é chamado, Francisco Rodrigues dos Santos passa a maior parte do tempo em casa. E, nos poucos tempos livres que foi tendo, aventurou-se na culinária.

Francisco Rodrigues dos Santos a cozinhar durante o confinamento. CRÉDITO: Fotografia cedida por Francisco Rodrigues dos Santos

Sobre o tipo de cozinhados que faz, o líder do CDS diz que se tem dedicado à “cozinha italiana”. Nos últimos tempos tornou-se num aprendiz de ‘pizzaiolo‘ e cedeu ao Observador imagens que demonstram como se saiu nessa tarefa.

As pizzas feitas pelo líder do CDS: Fotografia cedida ao Observador por Francisco Rodrigues dos Santos

Quanto à atividade física, Rodrigues dos Santos confessou que antes ainda conseguia fazer um passeio por volta das 22h00, “quando não havia quase ninguém na rua”, mas ultimamente nem tem tido tempo para isso. “Fico mais pelo quintal”, confessa. Quando pode, continua a ver séries como “Prision Break” e está a ler dois livros: “Independente: A Máquina de Triturar Políticos” e o segundo volume de memórias de Freitas do Amaral. Além disso, Francisco Rodrigues dos Santos diz ao Observador que o último filme que viu, e aconselha, é “O Milagre da Cela 7“, que está disponível na Netflix.

"O WhatsApp e o Zoom" servem para fazer o debate interno no CDS. Há também um grupo de WhatsApp que une toda a direção do partido, a comissão executiva.

Zoom com autarcas

Difícil é encaixar o lazer nas cerca de doze horas que afirma passar a trabalhar na liderança do CDS. Aqui também houve mudanças forçadas. Francisco Rodrigues dos Santos explica que o confinamento provocado pela pandemia “veio trazer alterações metodológicas na forma de fazer política” e há duas ferramentas que já eram utilizadas mas que se tornaram essenciais: o WhatsApp e o Zoom. É através destas ferramentas, diz o líder do CDS, que é “feito o debate interno.” Há também um grupo de WhatsApp que une toda a direção do partido, a comissão executiva.

Em grupos de WhatsApp ou chamadas em videoconferência são discutidos “temas estruturantes, em áreas como a economia, a saúde ou a educação”, onde podem participar os deputados responsáveis pela área, mas também especialistas que ajudem a estudar determinado tema.

Francisco Rodrigues dos Santos revela ainda que em breve será iniciado “um ciclo de sessões com autarcas e vereadores do CDS“, precisamente através do Zoom. O contacto com a bancada é feito através do líder parlamentar, Telmo Correia, com quem mantém contactos telefónicos. Em finais de abril, acabaram por ter um almoço de trabalho no Parlamento, mas foi a única vez em que estiveram juntos presencialmente.

Aliás, o líder do CDS tem optado em várias circunstâncias por enviar vídeos com declarações sobre os mais variados assuntos, em vez de fazer conferências de imprensa, disponibilizando-se para responder a questões após o envio do vídeo. “Fomos o primeiro partido que iniciou a comunicação digital”, comenta o líder centrista. O CDS promoveu também “sete vídeos” para explicar sete pacotes de medidas que o partido apresentou de resposta aos efeitos de pandemia de Covid-19. Outra das formas de comunicar do CDS assenta em diretos via Facebook.

As raras presenças públicas de Francisco Rodrigues dos Santos têm sido na reunião entre a elite política e os especialistas no Infarmed, onde tem feito declarações às televisões no final de reunião. Nessas circunstâncias há marcações no chão para que sejam mantidas as distâncias de segurança para evitar qualquer contágio.

Na sede do partido, no Largo do Caldas, também muita coisa mudou. Ainda antes de ser decretado o estado de emergência, os cerca de 20 funcionários que trabalhavam na sede do partido foram, segundo o presidente do CDS, “todos enviados para casa em teletrabalho“. Antes disso, garante, a “maior parte dos funcionários já usava máscara” e o partido instalou dispensadores de “gel em todos os pisos“.

O partido suspendeu ainda todos os atos eleitorais e, portanto, a atividade das estruturas locais também está limitada. O presidente do CDS recebe, no entanto,  “muitos contactos de militantes, por SMS e por email, “de pessoas que têm a vida suspensa devido à pandemia, que tiveram de fechar as suas atividades e que pedem que o partido seja o interlocutor das suas preocupações”.

PAN não dispensa “fiscalização” ao Governo durante a pandemia

Há mais de um mês que cerca de 30 funcionários do PAN, entre assessores parlamentares e membros dos espaços PAN em Lisboa e no Porto — as sedes do partido —, estão a trabalhar a partir de casa. São milhares de mensagens trocadas, reuniões por videoconferência e centenas de documentos partilhados que permitem ao partido continuar a produzir, com o número de encontros presenciais reduzidos ao mínimo.

Nas sedes do partido, uma pessoa "passa de dois em dois dias" para que haja a garantia que nenhuma correspondência importante fica perdida durante os tempos de isolamento

Há alguém que “passa de dois em dois dias” pelas sedes do partido para que haja a garantia de que nenhuma correspondência importante fica perdida durante os tempos de isolamento. Nos (poucos) dias em que há debates na Assembleia da República, o número de deputados presentes passou de quatro para dois e “nunca estão em simultâneo” sentados na bancada do partido, ainda que o pudessem fazer sem comprometer a distância de segurança recomendada. “Defendemos que os debates devem funcionar apenas com um representante de cada partido, por isso está apenas um deputado. Bater palmas não é para nós uma função essencial”, explica ao Observador o líder do partido, André Silva.

Já a habitual oposição ao Governo é substituída pela “fiscalização”. “É o tempo do Governo, de governar. Temos apoiado, mas não dispensamos nunca a ação fiscalizadora que o PAN tem que fazer ao Governo e de fazer propostas que melhorem a ação governativa”, frisa ao Observador André Silva, acrescentando que durante o “momento excecional” que se vive “o PAN está muito vigilante”.

O Governo foi contando com o apoio do PAN na tomada de decisões sobre as medidas para tentar controlar o crescimento exponencial da pandemia, nomeadamente no que diz respeito à declaração e prolongamento do estado de emergência, além das medidas mais apertadas decididas pelo Governo para o período da Páscoa. Há pontos em que o PAN pretendia que o Executivo tivesse ido ainda mais longe, nomeadamente na restrição dos voos provenientes do Brasil uma vez terminado o encerramento do espaço aéreo que vigorou até 13 de abril.

Antes da abertura faseada anunciada esta semana, e para além das medidas para tentar travar o número de casos de contágio por Covid-19, o PAN foi-se batendo pela “nova emergência” económica que Portugal enfrenta, com a paralisação do comércio e serviços considerados não essenciais e não incluídos na lista de exclusões definida pelo Governo durante o estado de emergência. “Estamos ao lado daquilo que têm sido estas medidas de emergência assistencialista pelos que perderam rendimentos e apoios e têm que ser de alguma forma salvaguardados”, afirmou o deputado André Silva frisando as iniciativas legislativas que o partido apresentou no Parlamento para tentar dar resposta às necessidades que floresceram com o início da pandemia no país.

Pandemia libertou algum espaço para assuntos que estavam na gaveta por falta de tempo

Haverá algumas associações ou movimentos cívicos a retirar coisas boas da pandemia da Covid-19. O PAN confessa que o facto de a prioridade ter sido o coronavírus libertou assessores que tinham em mãos outros dossiês — que agora estão em segundo, terceiro ou quarto plano — e que usaram o tempo que ficou mais livre para “aprofundar temas para os quais não havia tempo”.

“Temos uma série de solicitações de entidades que já nos tinham pedido reuniões. Estamos a realizar as reuniões com associações ou movimentos cívicos. Os assessores vão recebendo as pessoas por teleconferência e dá para ir adiantando trabalho”, explica André Silva, esclarecendo que não se trata tanto de desenvolver “iniciativas legislativas”, mas sim de “aprofundar temas para os quais no dia a dia não há tempo”.

O objetivo, segundo André Silva, é ir trabalhando nos temas que tinham menos disponibilidade de agenda para serem tratados, para que o trabalho inicial já esteja desenvolvido e “quando o país regressar à normalidade que aí vem” possam “continuar a ser trabalhados”.

Primeira “Digital Talk” do PAN chegou a mais de quatro mil pessoas através do Facebook

O PAN também utiliza as redes sociais, nomeadamente o Facebook para promover “digital talks”. O objetivo é “substituir” os habituais “eventos e palestras” que dinamizam nas sedes do partido. Houve uma sobre saúde mental, outra sobre “violência doméstica em isolamento”, por exemplo. Na primeira edição da iniciativa, com a participação da líder parlamentar, de um psicólogo e da diretora executiva da AlertaMente, a Associação Nacional para a Saúde Mental, o partido chegou a mais de 4.100 pessoas, quer através das visualizações em direto, quer através da posterior visualização do vídeo na página do Facebook.

Mais de uma dezena de grupos no WhatsApp e Messenger: uns minutos sem olhar para o telemóvel e as dezenas de notificações

Há uma deputada do PAN presente em todos os grupos que o partido criou — ou aos quais foi adicionado — para estar em contacto permanente com as várias associações e instituições: a líder parlamentar Inês de Sousa Real. São tantos que, num debate parlamentar, nos inícios de abril, a líder parlamentar percebeu depressa o que acontece quando não se está permanentemente a prestar atenção ao telemóvel. Uns minutos sem olhar para o ecrã foram suficientes para que se tivesse acendido a bolinha vermelha de mais de 40 notificações. Isto, claro, em cada um dos grupos. E pelas contas do partido são cerca de 15. Em 15 grupos, centenas de mensagens (ou milhares) trocadas durante o dia.

Tal como o faziam já em tempos de “normalidade”, os quatro deputados do partido repartem-se pelos vários grupos consoante os temas. A deputada Bebiana Cunha, por exemplo, que acompanha a pasta da educação, mantém-se nos grupos que se reportam a este tema. O objetivo, explica fonte do partido ao Observador é também conseguir continuar a acompanhar o trabalho das várias associações e instituições que já colaboravam com o PAN. E quem compõe estes grupos? “Associações de proteção animal, causas sociais ou ambiente”, com as quais o partido “reunia regularmente, tanto a nível municipal como nacional”. “Continuamos a fazer esse trabalho agora via videochamada. O que acontece é que por vezes, por falta de disponibilidade física, algumas reuniões iam sendo mais difíceis de marcar e agora, por força das circunstâncias, tivemos esse trabalho facilitado e fomos pondo tudo em dia”, explica uma das assessoras.

Mas nem todos os grupos neste tempo de isolamento social são de trabalho. Entre os deputados e assessores do PAN há um grupo de partilha de receitas. As iguarias são sempre vegetarianas ou vegan e têm sido partilhadas diariamente para que nem só de trabalho sejam as notificações.

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