“Já está aqui dentro mais um veganito.” Beatriz Batista leva a mão ao ventre: a gravidez não a levou a abrir exceções na alimentação estritamente vegetariana, nem no estilo de vida vegano, que adotou há 15 anos. Pelo contrário, reforçou a sua convicção de que é possível não consumir qualquer produto de origem animal e, mesmo assim, seguir uma alimentação completa e saudável — uma ideia longe de ser unânime entre os especialistas em nutrição.
Em 2011, Beatriz fundou o blogue Sociedade Vegan, hoje uma das mais populares páginas sobre alimentação vegetariana em Portugal, com mais de 23 mil seguidores nas redes sociais. De início, a webdesigner do Porto optou por uma “abordagem muito diferente”, como admite hoje ao Observador. Publicava “notícias mais violentas” e imagens chocantes da indústria pecuária.
“Depois, à medida que fui amadurecendo, fui procurando outro tipo de abordagem, mais ligado à alimentação, ao bem-estar, às viagens”, explica, numa conversa na sua casa, em Vila Nova de Gaia, lugar a partir do qual gere não só a página, mas também a loja digital de produtos veganos que, entretanto, se tornou o seu emprego a tempo inteiro. À mesa, biscoitos húngaros feitos sem ovos, rissóis de cogumelos, granola e um batido de frutas.
Beatriz Batista faz parte de uma minoria. Uma sondagem de 2018 da IPSOS estima que 8% da população mundial seja composta por veganos (que não consomem produtos de origem animal) e vegetarianos (que não comem carne nem peixe). Em Portugal, o vegetarianismo é menos expressivo, com um estudo de 2017 divulgado pelo Centro Vegetariano a apontar para a existência de 120 mil vegetarianos em Portugal — menos de 1,2% da população portuguesa. O número, de acordo com o mesmo estudo, quadruplicou em dez anos.
Mesmo assim, Beatriz não esconde a vontade de ver concretizada “uma utopia”: que toda a população mundial se tornasse vegana. “Sei que não vai acontecer no futuro muito próximo. Mas, com o aumento da informação, sei que havemos de chegar lá. Faz todo o sentido.”
Vários estudos mostram os benefícios de um cenário semelhante para a redução das emissões de gases de efeito de estufa para a atmosfera, mas do outro lado da balança estão as perdas sócio-económicas. Se todo o mundo se tornasse vegan, milhões de pessoas ficariam sem emprego e parte da economia mundial poderia ser posta em causa.
Alimentação na origem de um terço de todas as emissões poluentes do mundo
O que para a fundadora do Sociedade Vegan é uma utopia tem sido, para a comunidade científica, uma questão académica em grande medida ainda por explorar. Do ponto de vista ambiental, não restam grandes dúvidas de que a produção de carne contribui para o aquecimento global com uma grande fatia das emissões de gases de efeito de estufa para a atmosfera; no que diz respeito à saúde, também está comprovado que a redução do consumo de carnes, sobretudo as vermelhas e as processadas, contribui para a redução do risco de cancro.
O que aconteceria, então, ao planeta, se toda a população mundial se tornasse vegana?
A produção científica dos últimos anos permite traçar um retrato relativamente preciso do impacto ambiental concreto da produção dos alimentos consumidos pelos humanos.
Um relatório do Consultative Group on International Agricultural Research publicado em 2012 concluía que o sistema global de produção alimentar, desde a produção de fertilizantes ao fabrico das embalagens, passando por toda a cadeia de produção de alimentos, é responsável por um terço de todas as emissões de gases de efeito de estufa a nível mundial.
Mais especificamente, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a criação de gado é responsável por 14,5% de todas as emissões de gases com efeito de estufa feitas pelo ser humano. Dentro desta fatia, mais de metade (65%) vem da criação de vacas, quer para a obtenção de carne quer para a extração de leite.
Um estudo publicado no ano passado na revista científica britânica The Lancet alertava para um problema adicional. Os gases emitidos pela produção do gado são ainda mais perigosos do que o simples dióxido de carbono: “A produção de alimentos é uma fonte primordial de metano e de óxido nitroso, que têm um potencial (ao longo de 20 anos) de aquecimento global 56 e 280 vezes superior ao dióxido de carbono. O metano é produzido durante a digestão do gado ruminante, como as vacas e as ovelhas, ou durante a decomposição anaeróbica de material orgânico em arrozais inundados”.
Ainda segundo a FAO, 26% de todo o território cultivável do planeta Terra é utilizado para pastagens de gado, ao passo que 33% dos terrenos agrícolas a nível global são usados para produzir alimentação para os animais. No total, perto de dois terços de todos os terrenos agrícolas estão ao serviço da produção de gado. Ao mesmo tempo, a capacidade dos terrenos para produzir vegetais é muito maior do que para produzir carne: para produzir um quilograma de carne de vaca, são precisos sete quilogramas de cereais.
É possível, inclusivamente, perceber o impacto ambiental concreto da produção dos alimentos através de ferramentas como a calculadora ambiental alimentar da BBC, que, através da sistematização de dados da ONU, calcula a quantidade de gases de efeitos de estufa emitida por refeição. Por exemplo, uma refeição de carne de vaca (75 gramas de carne) equivale à emissão de oito quilogramas de gases de efeito de estufa para a atmosfera.
Todos estes dados têm levado repetidamente as Nações Unidas a recomendar a adoção de dietas com mais vegetais e menos produtos de origem animal, uma vez que são as que menos contribuem para as alterações climáticas.
Para a maioria das pessoas, contudo, as estatísticas globais não são suficientes para motivar uma mudança comportamental. Quase sempre, é preciso um episódio concreto. Para Beatriz Batista, foi a cadela Natty, que adotou, com os pais, em 2005, quando tinha 20 anos.
“Estava em casa dos meus pais, estava a almoçar, olhei para ela e pensei: ‘Eu não posso continuar a comer carne’. Disse à minha mãe que, a partir dali, não iria comer mais carne. Na altura, a minha mãe foi uma grande ajuda, porque eu não sabia o que era ser vegetariana. Não sabia o que era tofu, não sabia o que era nada. Foi um processo muito lento. Deixei a carne de imediato; mais tarde deixei o peixe, depois o leite e os ovos. Foi um processo de mais ou menos um ano até deixar tudo”, recorda.
Em 15 anos, o panorama do vegetarianismo em Portugal mudou drasticamente.
Um estudo de 2007 promovido pelo Centro Vegetariano apontava para a existência de 30 mil vegetarianos em Portugal. Na altura, de acordo com a sondagem, 2% dos portugueses já recusava por completo comer carne, embora a maioria consumisse outros produtos de origem animal.
Beatriz era uma dessas 30 mil pessoas. A falta de informação sobre o vegetarianismo disponível em português à época levou-a a criar, em 2011, o blogue Sociedade Vegan. “Na altura, eu não conhecia nenhum vegetariano, não conhecia nenhum vegano, e queria que as pessoas mais próximas percebessem porque é que eu tinha tomado essa decisão.”
A primeira abordagem foi a do choque. “Publicava notícias talvez um pouquinho mais violentas”, admite hoje. Mas, garante, “há muita gente que só percebe mesmo quando vê as imagens” dos animais mortos.
“Nós vemos as imagens das vacas nos Açores, todas a pastar, e é tudo muito bonito. Mas, se formos ver a realidade que está por trás, existe outra indústria que está escondida. Idealizamos a produção animal para nos sentirmos bem. Os animais felizes, as carnes felizes, as carnes biológicas. Mas, no final, eles vão todos para abate”, sublinha.
Ao fim de quase uma década, o blogue de Beatriz Batista vive agora à base de publicações mais positivas, como receitas, workshops e dicas de viagens. Todas as semanas, recebe mensagens de pessoas que querem saber mais sobre o universo do vegetarianismo. “Recebo constantemente e-mails de adolescentes que querem saber como é que podem ser vegetarianos, como é que podem dizer aos pais. E não são só adolescentes. Tenho pessoas com mais de 60 anos a contactarem-me.”
Depois do blogue, surgiu a loja vegetariana. “Nasceu a partir da necessidade que eu própria tinha de ter produtos”, explica. Quando, há três anos, foi dispensada da empresa em que trabalhava, dedicou-se a tempo inteiro à gestão da loja e do blogue, cuja audiência tem continua a crescer.
Os efeitos de uma utopia
Apesar do aumento registado nos últimos anos, o número de vegetarianos e veganos em todo o mundo está longe de chegar a uma maioria — e muito menos de atingir os 100% da humanidade. A sondagem da IPSOS publicada em setembro de 2018 detalha que 73% da população mundial se declara omnívora, ou seja, alimenta-se alternando entre produtos de origem animal, como a carne, o peixe e os lacticínios, e alimentos à base de plantas.
Uma percentagem menor — 14% — diz comer carne e peixe apenas ocasionalmente; e 3% afirmam não comer carne, mas comer peixe. Os restantes distribuem-se entre os que não comem carne nem peixe (vegetarianos, 5%) e os que não consomem nenhum produto de origem animal (veganos, 3%).
Colocar a hipótese meramente académica de toda a população mundial abandonar o consumo de produtos de origem animal de um dia para o outro obriga a uma grande cautela na análise dos resultados, uma vez que há muitos efeitos desconhecidos — sobretudo associados a uma inversão total da realidade económica global no que diz respeito à alimentação.
Alguns estudos, porém, têm procurado dar resposta a esta questão. Do ponto de vista ambiental, parece haver vantagens inegáveis. A nível socioeconómico, contudo, o aparecimento de uma humanidade vegetariana poderia colocar em causa milhões de empregos e destruir economias baseadas em tradições gastronómicas locais um pouco por todo o mundo.
Um estudo conduzido pelo investigador Joseph Poore, da Universidade de Oxford, publicado em junho de 2018 na revista Science, conclui que a adoção de uma dieta vegetariana por toda a humanidade “tem um potencial transformador, reduzindo a utilização de terras para produção de alimentos em 3,1 mil milhões de hectares”. Só no que toca à utilização de terrenos agrícolas afetas à produção de gado, seria uma redução de 76%.
Seria depois necessário utilizar pelo menos 80% dos terrenos agrícolas libertados para voltar a plantar florestas e vegetação, com o objetivo de contribuir para a captura de dióxido de carbono e para a produção de oxigénio. Os restantes 10 a 20% dos terrenos libertados, se fossem usados para plantar alimentos destinados ao consumo humano, seriam suficientes para compensar a quantidade de alimentos que se perdia com o desaparecimento do consumo de animais.
O estudo de Poore estima ainda que o abandono total do consumo de produtos de origem animal levaria a uma redução em 6,6 mil milhões de toneladas nas emissões anuais globais de gases de efeitos de estufa — uma redução de 49% em comparação com os valores de 2010.
Ao longo dos 100 anos seguintes à mudança da dieta da humanidade, a recuperação natural das florestas e da vegetação natural contribuiria para a remoção de 8,1 mil milhões de toneladas de CO2eq [equivalente em CO2, uma medida utilizada para a quantidade de componentes nocivos nos gases de efeito de estufa] da atmosfera a cada ano.
Para se ter uma ideia de como estes valores se comparam com as emissões de gases de efeito de estufa registadas atualmente, Portugal emitiu em 2017 20,8 milhões de toneladas destes gases. A Alemanha, o maior poluidor da União Europeia, emitiu 313,4 milhões. A quantidade de gases retirados da atmosfera através da recuperação das florestas no cenário anterior é ainda várias vezes superior às emissões atuais da China, o maior poluidor do mundo.
Outro estudo, conduzido pelo investigador Marco Springman, do programa Future of Food da Oxford Martin School (também da Universidade de Oxford), publicado em 2016 pela Academia Nacional das Ciências dos EUA, estudou um cenário em que toda a humanidade se torna vegetariana até ao ano 2050. De acordo com o estudo, por essa altura, as emissões de gases de efeitos de estufa seriam reduzidas em 60%. Se, em vez de vegetarianas, todas as pessoas do mundo se tornassem veganas, a redução das emissões seria de 70%.
O próprio investigador admitiu à BBC que o cenário “não é muito realista, mas coloca em evidência a importância que as emissões ligadas à produção de alimentos vão ter no futuro”. Para Marco Springman, “só será possível estabilizar o rácio das emissões relacionadas com a produção alimentar face ao total das emissões se toda a gente adotar uma dieta à base de plantas”.
O desafio socioeconómico
Para grande parte da humanidade, contudo, adotar uma dieta à base de plantas pode ser um desafio. Se é verdade que há regiões do globo — nomeadamente algumas zonas do sul da Ásia — em que a dieta à base de plantas já é a realidade dominante há séculos, o ocidente continua em larga medida a colocar a carne e o peixe no centro dos hábitos alimentares.
Basta olhar para os pratos tradicionais da gastronomia de Portugal: muito peixe (especialmente o bacalhau), muita carne e muitos enchidos. À gastronomia tradicional está, naturalmente, associada uma economia da produção animal que seria fortemente afetada por uma conversão total ao vegetarianismo.
Em 2019, a atividade de produção animal em Portugal teve um rendimento estimado em 2,9 mil milhões de euros, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. A produção de leite é uma das atividades mais significativas dentro deste setor (708 milhões de euros), seguida da carne de porco (619 milhões), de vaca (570 milhões) e de aves (517 milhões). Um valor significativo dentro do setor agrícola (que inclui produção animal, as pescas e a produção de vegetais), que em 2019 se estima ter gerado uma riqueza de 7,9 mil milhões de euros.
Segundo dados fornecidos ao Observador pelo Ministério da Agricultura, só no ano de 2019 foram abatidos em Portugal mais de 213 milhões de frangos, mais de 379 mil bovinos, mais de 4,2 milhões de porcos, mais de 1,3 leitões, perto de 800 mil ovelhas, mais de 4,3 milhões de perus, mais de 3,6 milhões de perus e mais de 4,5 milhões de coelhos. Já no que toca às pescas, em 2018 foram capturadas 128.438 toneladas de peixe em Portugal.
Em 2018, o setor da agricultura, floresta e pescas empregava em Portugal mais de 294 mil pessoas, sendo Portugal o oitavo país europeu com mais pessoas empregadas neste setor.
O fim definitivo do consumo de produtos de origem animal deixaria sem emprego milhares de pessoas em Portugal e milhões em todo o mundo — e não é certo que a indústria da alimentação vegetariana garantiria alternativas para todas estas pessoas. Esta é, aliás, uma das grandes incertezas associadas a um crescimento exponencial da adoção de dietas vegetarianas, sobretudo em regiões onde os hábitos alimentares estão muito dependentes dos produtos de origem animal, a que os cientistas ainda não conseguiram dar uma resposta clara.
Os alertas dos nutricionistas
Se entre a comunidade científica há um entendimento relativamente unânime de que uma redução do consumo de produtos de origem animal tem benefícios ambientais e de saúde, este entendimento tem sido pontuado com alertas contra os exageros.
Nuno Borges, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, salienta que há diferenças entre retirar da alimentação, por exemplo, as carnes vermelhas e retirar todos os produtos de origem animal.
“Quando falamos numa alimentação estritamente vegetariana, em que nenhum produto de origem animal entra — falamos da carne, do pescado, ovos e leite —, a partir desse momento vai haver uma dificuldade muito grande em irmos buscar determinados nutrientes que são necessários”, diz o nutricionista ao Observador.
Entre os nutrientes mais críticos encontra-se a vitamina B12. “É uma vitamina que existe exclusivamente em alimentos de origem animal. Também existe em algumas leveduras, mas ninguém come leveduras. Um vegan não ingere vitamina B12, muito menos em quantidade que chegue, e desenvolverá inexoravelmente uma carência. Começa por aparecer uma anemia, que acaba por ter as mesmas consequências da do ferro, e pode ter também consequências a nível neurológico. Quer ao nível da sensibilidade, quer ao nível do sistema nervoso central. Pode provocar alterações no comportamento e mesmo demência”, adverte Nuno Borges, sublinhando que “todos os veganos têm de suplementar a vitamina B12”.
O mesmo acontece com a vitamina D, que além de ser obtida através de produtos de origem animal também pode ser sintetizada com a exposição à luz solar. “Se eu viver no Rio de Janeiro, não há problema. Na Noruega, há. A vitamina D também praticamente só existe em alimentos de origem animal, como peixe, ovos e lacticínios.”
Para Nuno Borges, a equação é simples: “Se eu retiro da alimentação normal a carne, o peixe, os ovos, os lacticínios, no meu entender fico com menos diversidade. Se a pessoa depois come sempre bife com ovo a cavalo e arroz, isso é outra conversa. Não ser vegano não significa que não diversifique a alimentação. Os veganos, eles sim, precisam de muito maior diversidade, estão muito mais sujeitos aos malefícios da monotonia”.
Até porque, continua o nutricionista, “não há nenhuma evidência de que quem consome mais peixe ou mais leite tenha mais problemas de saúde”.
“Os bons modelos alimentares, que na história provaram ser mais saudáveis, como é o exemplo da dieta mediterrânica ou de outros exemplos no Japão e na Coreia, são muito plant-based, têm pouco consumo de origem animal. Mas não têm zero”, diz Nuno Borges, acrescentando que compreende os motivos ambientais que podem levar à adoção de uma dieta com menos produtos de origem animal. “Os nutricionistas têm isso muito presente e tem sido muito debatido em congressos e reuniões. Mas acho também que o conhecimento do verdadeiro impacto ambiental ainda não é definitivo. Os métodos de produção estão sempre a evoluir. Sabemos que a produção da carne de vaca é das que têm maior impacto, isso é indiscutível, até porque é um alimento com um rendimento muito baixo. Comemos um infinitésimo do que estamos a investir na produção.”
Apesar de tudo, Beatriz Batista não vê inconvenientes na sua alimentação — e desvaloriza o recurso a suplementos. “Só há um nutriente que, infelizmente, não conseguimos ir buscar, que é a vitamina B12, que cada vez mais tem sido recomendada para toda a gente como suplemento, seja vegetariana ou não. É muito simples. Um comprimido por semana e está feito.”
“Conheço muita gente que sofre de anemia e comem todos carne. Eu, sempre que faço análises, está sempre tudo ótimo. Aquilo que vejo na maior parte das pessoas que conheço que não são vegetarianas é que têm uma alimentação muito pobre. É arroz ou batata, pão, carne ou peixe. Se fazem uma salada, é só alface e tomate”, conta.
Quando engravidou, os médicos alertaram-na para os eventuais problemas que poderia ter devido à alimentação que faz. “Vais ter muitas carências, tens de tomar muitos suplementos”, disseram-lhe. Pediu para fazer análises. “Ao ferro, à vitamina D, a tudo. Cheguei lá, fui mostrar as análises e, de repente, já não havia problema nenhum.”
O que é certo entre a comunidade científica é que são necessárias mudanças rápidas nos hábitos alimentares da população mundial. O estudo conduzido por Marco Springman conclui que, mantendo-se os hábitos alimentares atuais, em 2050 as emissões de gases de efeitos de estufa relacionadas com a produção de alimentos terão aumentado em 51%. Em cima da mesa, começam a estar outras alternativas que não propriamente o veganismo: os insetos. “Se calhar é uma solução de futuro”, admite Nuno Borges. “E não é preciso comer uma barata viva. Há formas mais simpáticas.”