O diretor do serviço de Neurorradiologia do Hospital de Egas Moniz, que é assumidamente contra o uso generalizado de máscaras como medida preventiva contra a transmissão da Covid-19, tem passado declarações médicas para que os doentes não tenham de usar máscaras ou viseiras nos locais em que são obrigatórias. Dores de cabeça, falta de ar e ansiedade são algumas das justificações referidas por Gabriel Branco para dispensar adultos e crianças do uso destes equipamentos de proteção individual.
Esses atestados dispensam pessoas com determinados problemas de saúde da obrigação de usar máscara ou viseira em espaços onde o seu uso é obrigatório — como supermercados, transportes públicos ou escolas —, de acordo com o decreto-lei n.º 24-A/2020. Essa isenção pode ser aplicada também a “pessoas com deficiência cognitiva, do desenvolvimento e perturbações psíquicas”. Mas, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), os médicos que estão habilitados a passá-los são os que seguem o doente “e na especialidade diretamente relacionada com a não possibilidade de utilização” das máscaras ou viseiras.
À primeira vista, isso excluiria o neurorradiologista. Ao Observador, Gabriel Branco garante que “99,9%” das declarações que passou descrevem sintomas que estão relacionados a Neurologia e destaca que a sua área “tem a ver com a parte neurológica”. Não é esse, porém, o entendimento do presidente da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia, que considera que os atestados que o médico do Egas Moniz já passou são “uma prática excessiva a abusiva” das competências de um neurorradiologista.
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