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A hora da contagem de espingardas ainda não começou mas já começam a aparecer sinais de cansaço e de maior dificuldade em dar a mão a Passos
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A hora da contagem de espingardas ainda não começou mas já começam a aparecer sinais de cansaço e de maior dificuldade em dar a mão a Passos

ESTELA SILVA/LUSA

A hora da contagem de espingardas ainda não começou mas já começam a aparecer sinais de cansaço e de maior dificuldade em dar a mão a Passos

ESTELA SILVA/LUSA

Na rentrée, o coração do PSD ainda bate por Passos?

Um dia de cada vez: primeiro o Orçamento, a seguir autárquicas. Depois logo se vê. Passos é o plano A, mas sinais de cansaço começam a ser evidentes. Na rentrée, discurso da catástrofe é para manter.

Imagine-se PSD, PS, Bloco e PCP numa pista de atletismo. Estão lado a lado na linha de partida à espera do tiro. Mas o tiro tarda e todos olham uns para os outros na expectativa de que algum dê um passo. O primeiro depende de um passo em falso dos outros três, os outros três dependem de um passo em falso uns dos outros. Só que, no fundo, todos temem a falsa partida. “Parece que estamos num período de compasso de espera, sempre a ver quando vai haver eleições”, ouve o Observador de um social-democrata. Para a direção do PSD, não há pressa: é tempo de apontar o dedo ao fracasso do modelo económico do PS, aguçar o discurso sobre as consequências das políticas atuais para a economia e apresentar propostas alternativas. Mas os sinais de cansaço desta estratégia começam a circular — mais a mais com autárquicas à porta — e há no partido quem olhe para Pedro Passos Coelho como um líder “sem chama” e pouco indicado para este “novo ciclo”. Só que todos sabem que a hora da contagem de espingardas ainda não chegou. Antes das autárquicas não haverá crise política, acreditam.

O PSD é o primeiro partido a quebrar o jejum das férias do verão e, este domingo, organiza a tradicional festa do Pontal, no calçadão de Quarteira. É a chamada rentrée, o tiro de partida para um novo ano político. Um ano que muitos acham que pode ser decisivo, talvez o último ano político na oposição, antes de eleições antecipadas. Pedro Passos Coelho costuma usar o palco algarvio para, no seu discurso, explicar aos militantes e apoiantes quais os desafios do próximo ano e qual vai ser a postura e posicionamento do partido. Este ano não será diferente, e Passos não mudará uma vírgula no tom que lhe tem sido característico: mantém-se focado nas previsões económicas e na constatação do fracasso das políticas de António Costa. Segundo fonte próxima do ex-primeiro-ministro, está “confortável” nessa posição, porque a realidade “dá-lhe razão”.

O conforto de que se fala advém dos números que vão sendo divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e que o PSD vai cavalgando. Esta sexta-feira, na sede da São Caetano à Lapa, já se sabia que a manhã ia ser para esfregar as mãos e fazer o número do “tínhamos razão”. Às 9h30 estavam os jornais a dar a notícia de que, segundo o INE, o crescimento económico no segundo trimestre tinha sido de apenas 0,8% em relação ao ano passado (de 0,2% em relação ao trimestre anterior), registando o ritmo de crescimento mais baixo desde o final de 2014, e às 12h já estava a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque a dar uma conferência de imprensa para sublinhar que os dados punham em causa o cumprimento das metas até ao final do ano e que a seguir a isso se seguia inevitavelmente a “austeridade”.

Já antes de ir de férias, no final de julho, Passos tinha alertado, numa reunião da bancada social-democrata, para o “diabo” que ai vinha. “Gozem bem as férias que em setembro vem aí o diabo”, disse. Certo é que Passos, e o seu núcleo duro, está seguro de que a realidade dos números económicos dá razão ao seu discurso, e vai continuar a dar cada vez mais nos próximos meses. Quando chegar às autárquicas a razão estará toda do seu lado, acreditam.

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Não é que os sociais-democratas se digam contentes com o desastre. Maria Luís até se confessou “triste” perante os resultados. Só não ficou foi surpreendida. “Infelizmente é para isto que o PSD tem vindo a chamar a atenção”, disse. É este o registo que a direção do partido vai manter neste arranque de ano político, com tendência para se tornar cada vez mais fatalista e não para afrouxar. A ideia é apontar o dedo e chamar o PS e os partidos que apoiam o Governo à responsabilidade. “Acusam-no [a Passos] de ter um discurso catastrofístico, mas a realidade dá-lhe razão”, diz uma fonte próxima do líder.

É um pessimismo realista que contrasta com o “otimismo irritante” de António Costa ou o “otimismo realista” de Marcelo Rebelo de Sousa, segundo o próprio, mas este sentimento contracorrente faz muitas vezes com que Passos Coelho corra o risco de aparecer isolado. Não se importa, como de costume.

As críticas mais audíveis têm vindo, claro, de quem está fora, como é o caso do ex-líder do partido e atual comentador televisivo Luís Marques Mendes. As outras ouvem-se em surdina. No seu espaço de comentário da SIC, não são raras as vezes em que Mendes lança farpas ao maior partido da oposição, que acusa de se ter tornado num “mensageiro da desgraça”. “Marques Mendes diz mal de todos, não é isso que nos afeta”, ouve o Observador de um membro da direção mais restrita de Passos. Mas na última reunião do Conselho Nacional, Passos fez mesmo uma crítica velada aos comentadores ligados ao PSD, que perdem mais tempo a apontar os erros do que a defender o partido que outrora já lideraram. Um “sinal de fraqueza”, responde Marques Mendes em entrevista ao Observador (a ser publicada este domingo). “Todo o dirigente político que sente necessidade de dizer mal dos comentadores e da comunicação social exibe um sinal de fraqueza. E só faz isso quando está em dificuldades, que é para agradar aos seus tiffosi do aparelho”, acrescenta.

"Todo o dirigente político que sente necessidade de dizer mal dos comentadores e da comunicação social exibe um sinal de fraqueza"
Marques Mendes

Mas esta ideia de Passos, o fatalista, passa para dentro, e entre as bases há quem compreenda melhor o discurso do comentador do que a postura irreversível do líder. Certo é que com a “geringonça” prestes a completar um ano de vida, os sinais de cansaço começam a aparecer. Segundo ouviu o Observador de fonte social-democrata, “começa a haver dúvidas dentro do partido quanto à liderança”. “Ouve-se dizer que a estratégia usada pelo líder é mais do mesmo, e que o país precisava de um novo élan“, diz a mesma fonte, que sublinha que não é só o militante de base menos informado que tem esta opinião, mas que “há muita gente relevante com esta posição: não é que estejam contra Passos Coelho mas acham que estando o país numa nova fase ele não está a acompanhar o novo ciclo”.

É que o património que Passos deixou ao partido depois de ter governado quatro anos em plena crise e de, mesmo assim, ter sido a força política mais votada nas eleições, não dura para sempre. Mas não esqueçamos que Pedro Passos Coelho tem características pessoais que todos concordam ser muito próprias. “Ele é uma pessoa muito resiliente”, ouve o Observador de um alto dirigente próximo do líder, desvalorizando as críticas e acrescentando que quem as faz não conhece o partido. “O partido já aguentou mais de quatro anos de austeridade e nessa altura, quando os militantes quase tinham vergonha de dizer na rua que eram militantes do PSD, é que era difícil de explicar o que estávamos a fazer e porque o estávamos a fazer”. Só que nessa altura o PSD era Governo, agora a história é outra.

Autárquicas: o exame decisivo

Os sinais de nervosismo no partido agravam-se por se aproximar a passos largos o embate autárquico, de outubro de 2017. Se é certo que autárquicas não são legislativas — e que Passos Coelho já disse que não se sentiria derrotado enquanto líder se não ganhasse as eleições locais — também é certo que os candidatos às câmaras sabem que não se ganha eleições destas se o sentimento geral perante o partido não for favorável. Por isso se agitam nas cadeiras e trocam murmúrios em surdina. E também por isso, sabe o Observador, em todas as iniciativas que Passos tem pelo país — visitas a empresas, fábricas, empresários do setor agrícola ou o que seja — tem sempre uma parte do dia reservada para um almoço ou jantar com militantes locais. Para lhes transmitir a sua mensagem e aumentar assim os índices de confiança no líder.

Eleições autárquicas de 2017 agitam as bases partidárias. Só se ganham câmaras se a onda nacional for favorável ao partido, por isso a pressão sobre Passos é grande. Em 2013 o score do PSD foi um dos mais fracos: 106 câmaras contra 150 do PS

Os tempos políticos estão quentes e não é por ser agosto. Nunca antes o xadrez político teve tantas variáveis, e tão instáveis, e a cúpula social-democrata sabe disso. Por isso vive um dia de cada vez, ou melhor, um momento de cada vez. Primeiro, o Orçamento do Estado para 2017, que exigirá ao Governo um equilíbrio de forças entre a “geringonça” e a Europa, e que no PSD está a ser visto como uma “janela de oportunidade” para o partido brilhar. “Das duas uma, ou o Governo maquilha as contas ou faz um orçamento restritivo”, ouve o Observador de um alto dirigente. Certo é que “o Governo vai ter de fazer um ajustamento a qualquer altura”, acrescenta outro social-democrata. E essa é precisamente a altura de o PSD se impor e exigir resultados ao Governo e aos partidos que o apoiam — “e que não podem continuar a assobiar para o lado”. “É o momento de chamar os bois pelos nomes”, diz um deputado.

Depois, o segundo momento-chave: as autárquicas. E depois das autárquicas mais nada, apenas uma nuvem de fumo negro — ninguém se arrisca a prever mais além. Porque a partir daí entram na equação, não só as ilações que os partidos vão tirar da ida às urnas, como uma outra variável, que o PSD não pode controlar: a habilidade política de António Costa. Hipoteticamente, seria mais benéfico para o PS aproveitar o sopro favorável das sondagens e provocar eleições antecipadas mais cedo do que tarde. Mas também há o fator Presidente da República e, pelo menos numa coisa Marcelo e Passos estão de acordo: pelo bem da estabilidade das instituições (ou por outros motivos) nenhum quer eleições a breve trecho.

Em maio, Marcelo Rebelo de Sousa chegou a dizer uma frase que ficou na memória de todos. “O Presidente da República não vai dar um passo sequer para provocar instabilidade neste ciclo que vai até às autárquicas. Depois das autárquicas, veremos o que é que se passa. Mas o ideal para Portugal, neste momento, é que o Governo dure e tenha sucesso”. Entre os sociais-democratas, todos se lembram deste aviso do Presidente e, embora Marcelo tenha dito depois que, tanto Costa como Passos são suficientemente resistentes para sobreviverem às autárquicas, a leitura que fazem é a de que Marcelo será sempre a favor de uma renovação da liderança do partido social-democrata com vista a uma renovação dos consensos. Já que, com Passos e Costa, qualquer consenso é impossível.

Recuperar a câmara de Lisboa e ganhar pelo menos mais uma câmara do que as conquistadas em 2013 já era considerado vitória entre os sociais-democratas

A fasquia para as autárquicas está alta. Numa altura em que o partido precisava de um reforço de mobilização e confiança, Passos foi ao congresso que o reelegeu dizer que a ambição era recuperar a presidência da Associação Nacional de Municípios, ou seja, ganhar o maior número de câmaras. Mas entre os sociais-democratas sabe-se que o objetivo é ambicioso, tendo em conta o deslize de 2013 e o facto de muitos dos autarcas socialistas eleitos há três anos se prepararem para se recandidatar a um segundo mandato (e as reeleições são tradicionalmente mais fáceis do que as eleições).

Realisticamente, corre nos corredores sociais-democratas que um bom resultado autárquico pode ser Lisboa mais um. Ou seja, ganhar uma cidade-chave como Lisboa e ganhar pelo menos mais uma câmara do que as 106 câmaras (20 das quais em coligação com CDS) que conquistou em 2013 (contra as 150 socialistas). “Ganhar só Lisboa não chega, o PSD é um partido de poder autárquico e este tem de ser um momento de demonstração de força e de unidade”, ouve o Observador.

Ao Observador, em maio, Passos Coelho chegou a assumir que não iria sentir-se derrotado se perdesse as eleições locais e que “fazer pior do que em 2013 em termos de score era muito difícil”. Ora, é mais fácil ter argumentos para sair ganhador do que perdedor. Só que se o partido manteve o líder derrotado nas legislativas, por precisamente ter tido mais votos nas eleições, o mesmo já não deverá acontecer se o líder não conseguir capitalizar as eleições locais. “As autárquicas vão colocar uma grande pressão sobre o presidente do partido, e se não tiver um bom resultado terá de sair”, afirma uma fonte dentro do partido.

Os “companheiros” de Montenegro preocupados com o seu futuro

E se sair? Quem se segue? Passos até pode ser o ‘plano A’ para o PSD voltar ao Governo, mas é incontornável que se pense na sucessão. E que se comecem a mexer algumas peças do xadrez. O problema é o vazio que existe quando se olha para os quadros do partido: há o eterno Rui Rio, que muitos dizem que só avançará quando tiver a certeza de que ganha, há Maria Luís Albuquerque, que só poderia ser candidata se fosse lançada por Passos, e depois há Luís Montenegro, o líder parlamentar de Passos Coelho que recentemente foi apanhado na teia do Galpgate, o que tornou inevitável que se voltasse a falar no tema da sucessão.

Luís Montenegro é líder parlamentar do PSD desde o primeiro mandato de Passos Coelho

Paulo Cunha/LUSA

Foi, aliás, o próprio que o disse, ainda que de forma mais ou menos enigmática, quando se justificou sobre o caso da alegada viagem ao Euro paga pelo empresário Joaquim Oliveira, numa declaração aos jornalistas no Parlamento. Luís Montenegro criticou o “aproveitamento” político que foi feito por parte de alguns “companheiros” seus de partido, e no final rematou: “Infelizmente há no PSD pessoas que se preocupam mais com o meu futuro do que eu próprio”.

A farpa seria para aqueles que, como José Eduardo Martins, Pedro Rodrigues (ex-líder da JSD e ex-chefe de gabinete do ex-ministro Miguel Poiares Maduro), ou outros militantes das distritais de Aveiro e Braga, sobretudo, se apressaram a criticar o caso nas redes sociais. Mas, no entender de alguns dirigentes do partido, as justificações de Montenegro, em vez de servirem para afastar de vez a especulação sobre a liderança, serviram pelo menos para confirmar uma coisa: que há de facto alguma ambição sobre a liderança.

O caso das viagens ao Euro não deixa de ser peculiar no que à dupla Passos Coelho e Luís Montenegro diz respeito. É que as diferenças entre os dois tornaram-se evidentes e caricatas. De um lado, aparece a imagem de Passos Coelho, a viajar em turística, a falhar a cerimónia de homenagem à seleção em Belém por não ter voado a tempo, a pedir expressamente à sua comitiva para comprar os bilhetes para a bancada, passando por cidadão anónimo, e para não arranjar bilhetes para a tribuna VIP; e do outro aparecem membros do Governo socialista mergulhados em polémica por terem viajado e assistido aos jogos a convite da Galp, e também Luís Montenegro, na sombra de uma suposta viagem paga pelo empresário Joaquim Oliveira, a assistir aos jogos ao lado das altas instâncias do Estado e a justificar as faltas de presença no Parlamento como “trabalho político”.

"Não tenho funções executivas, não tenho de ir para a tribuna VIP"
Passos para a sua comitiva quando foi ver a final do Euro em Paris

“Não tenho funções executivas, não tenho de ir para a tribuna VIP”, terá dito Passos aos seus mais próximos. E o que poderia ter sido apenas mais um episódio típico da humildade do ex-primeiro-ministro, acabaria por tornar-se quase um golpe de génio digno de um filme hollywoodesco. Talvez o caso do líder parlamentar possa ter beliscado o partido, mas esse seguramente não beliscou o líder, que sai incólume a contrastar com os restantes.

É assim que o PSD chega ao comício do Pontal deste domingo. A avaliar pelos números e pela narrativa que predomina à superfície, o partido ainda está com o líder, empenhado em recuperar o Governo perdido — mais cedo ou mais tarde (talvez ligeiramente mais tarde do que cedo). A direção social-democrata espera este domingo em Quarteira mais de 1.500 pessoas (número médio de presenças nas edições anteriores, exceto na última a que se juntou o CDS), sublinhando que o número pode chegar aos 2 mil, o que já será considerado uma participação acima da média. Isto, tendo em conta que a participação no jantar tem um custo individual de 10 euros, pode ser indicador de um partido mais ou menos mobilizado em torno do líder.

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