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DAVE HUNT/EPA

DAVE HUNT/EPA

Noruega já deteve sete russos que usavam drones para gravar imagens de aeroportos do país. O que está a acontecer?

Entre os drones confiscados pelas autoridades há imagens de vários aeroportos do país e também de equipamento militar norueguês. Primeiro-ministro norueguês aponta o dedo à Rússia.

Nos últimos dias a Noruega anunciou a detenção de, pelo menos, sete russos por estarem a utilizar drones no país. Um dos homens identificados é Andrey Yakunin, filho de um dos homens fortes de Putin outro um cidadão que tem também cidadania israelita. As detenções acontecem depois de detetados drones a sobrevoar áreas como aeroportos ou zonas de fronteira com a Rússia e depois de nas últimas semanas terem sido identificados também drones a sobrevoar as zonas dos gasodutos noruegueses.

Andrey Yakunin, um dos russos — que também tem cidadania britânica — detidos, já recorreu da decisão. De acordo com o comunicado dos advogados do filho de um dos homens forte de Putin, a detenção “não é legal”, alegando que Yakunin “não infringiu as sanções aplicadas”.

E se as detenções acontecem ao abrigo das sanções impostas desde o início do invasão russa à Ucrânia, com os incidentes nos gasodutos no Mar do Norte, o primeiro-ministro norueguês não teve qualquer dificuldade em apontar culpados para as ações de registo de imagens com recurso a drones no território do país: a Rússia.

Noruega aplica sanções que impedem russos de voar drones no país

Na base das detenções está a sanção aplicada pela Noruega a todos os russos que os impede de “pousar, descolar ou sobrevoar o território noruguês”. Qualquer drone que seja operado por empresas ou cidadãos russos está impedido de ser utilizado em território norueguês. Para quem infrinja a sanção está prevista a pena de prisão até três anos, no caso de registos em vídeo, e de até um ano no caso de fotografias não autorizadas.

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Depois das explosões nos gasodutos no Mar Báltico, a Noruega reforçou a segurança nas áreas da energia, internet e infraestruturas de energia e está especialmente vigilante a hipotéticas ameaças. “Sabemos que há uma ameaça da inteligência contra nós que foi reforçada pelos acontecimentos na Europa”, afirmou a ministra da Justiça norueguesa Emilie Enger Mehl.

Sobre as detenções, Enger Mehl diz ser “muito cedo para tirar conclusões”, mas a sucessão de incidentes com drones e cidadãos russos está a deixar as autoridades norueguesas em maior estado de alerta.

Kirkenes

Storskog é a última fronteira terrestre aberta entre a Rússia e a Europa e Kirkenes é a cidade mais próxima do lado norueguês

The Washington Post via Getty Im

Entre os detidos há quem tenha também cidadania israelita e britânica

Uma das primeiras detenções, de um homem com 50 anos, aconteceu no Ártico. O homem, cuja identidade não foi divulgada, tinha dois drones em sua posse e foi detido no dia 11 de outubro. Segundo os jornais noruegueses, foram os agentes da alfândega, num controlo de rotina, que encontraram os dois drones na bagagem do homem além de “vários dispositivos de armazenamento eletrónico”.

A detenção foi realizada na fronteira de Storskog, o único ponto de passagem entre a Noruega e a Rússia, e o homem foi presos por suspeita de violar as sanções.

Ao jornal Dagbladet, o advogado do homem confirmou que o russo tinha “pilotado os drones”, mas recusou-se a dizer o motivo da presença em território norueguês ou da captura de imagens em fotografia e vídeo. Em Tribunal, o homem confirmou que estava na Noruega desde agosto e que tinha pilotado drones “por todo o país”.

Três dias depois, outro homem foi detido por voar um drone num aeroporto no norte da Noruega, confirmou a polícia do país no sábado. A detenção do homem de 51 anos aconteceu na sexta-feira, dia 14, quando foi apanhado a pilotar um drone no aeroporto de Trosmo. Segundo as autoridades, foi apreendida uma “grande quantidade de equipamentos fotográficos, incluindo o drone e cartões de memória.”

Vitaly Rostanov, o detido, tinha fotografias do aeroporto de Kirkenes, uma cidade na fronteira com a Rússia, e ainda de um helicóptero militar norueguês. Segundo as autoridades norueguesas, o homem não vive na Noruega, e entrou no país no dia 13 de outubro, através do ponto fronteiriço de Storskog, na costa norte da Noruega, perto da Rússia. A polícia acrescentou ainda que o suspeito se dirigia a Svalbard, um arquipélago no Oceano Ártico que faz parte da Noruega, ainda que a Rússia tenha alguns direitos sobre os recursos naturais da zona e haja assentamentos russos em Svalbard.

Rostanov tinha em sua posse três passaportes, um dos quais israelita. As autoridades norueguesas determinaram a detenção do homem “durante duas semanas” para que possam analisar “todas as imagens recolhidas” pelo suspeito que tentava voltar à Rússia em carro próprio.

A defesa de Rostanov alega que o homem é apenas um “fotógrafo que viaja pelo mundo” e que trabalha numa empresa de design em Moscovo. O jornal norueguês Verdens Gang falou com alguns amigos do homem que garantem tratar-se apenas de um “fotógrafo amador”. “É apenas um fotógrafo amador, às vezes trabalha como jornalista freelance. Tenho a certeza que não está envolvido em nada mau e que estava apenas a registar a beleza da Noruega. Tenho a certeza que não é um espião”, disse o amigo identificado como Artyom Chernov, que acrescentou ainda que o Rostanov recebeu a cidadania israelita no ano passado.

Também o advogado de Rostanov, Jens Bernhard Herstad, disse ao Verdens Gang que caso Rostanov fosse um “espião especializado nunca teria levado cartões de memória e equipamento pela única passagem fronteiriça entre a Nortuega e a Rússia.”

Já da mais recente detenção pouco se sabe. Andrey Yakunin foi detido esta segunda-feira depois de ter sido detetado a pilotar um drone sobre as ilhas de Svalbard, o mesmo local onde outro homem registou imagens.

Andrey Yakunin é filho do ex-diretor da Ferrovia Russa, Vladimir Yakunin, um dos homens próximos de Putin. O russo, que tem também nacionalidade britânica, foi detido em Hammerfest no norte do país, de acordo com os documentos das autoridades do país. “O suspeito admitiu pilotar um drone em Svalbard”, afirmou a agente Anja Mikkelsen, citada pelos meios de comunicação locais.

Sign post to various capitals, Finnmark county

O aeroporto de Kirkenes fica a menos de 20 quilómetros do ponto fronteiriço com a Rússia, Storskog, onde é possível passar entre os dois países

De Agostini via Getty Images

Primeiro-ministro noruguês aponta dedo à Rússia: “É inaceitável”

O primeiro-ministro Jonas Gahr Store apontou, esta quarta-feira, diretamente para os serviços de “inteligência estrangeira”, considerando os voos de drones “inaceitáveis” no país e não teve pudor em apontar o dedo à Rússia.

“É obviamente inaceitável que os serviços de inteligência estrangeira voem drones sobre aeroportos nortugueses”, afirmou Store à NRK. O primeiro-ministro norueguês falava à imprensa nacional depois de esta quarta-feira ter sido detetado mais um drone a sobrevoar um aeroporto do país.

O alvo do dia foi um aeroporto doméstico a norte da segunda maior cidade do país, Bergen, chegou a estar encerrado depois de ter sido detetado um drone a sobrevoar o espaço aéreo. O aeroporto de Foerde esteve encerrado durante algumas horas.

A embaixada russa em Oslo já reagiu às detenções dos cidadãos russos, considerando a conduta norueguesa “histérica” e que está a afetar “turistas comuns”, classificando a sanção que impede russos de voar drones na Noruega como “injustificada e discriminatória”.

 
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