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Entrevista a Inês Silva e a Vasco Fernandes, dois jovens Portugueses representantes de dois painéis na Conferência sobre o Futuro da Europa (COFOE). A conferência realizar-se-á nos próximos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro em Maastricht, Países Baixos. 8 de Fevereiro de 2022, Lisboa TOMÁS SILVA/OBSERVADOR
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Inês Silva e Vasco Fernandes são embaixadores dos painéis de cidadãos da Conferência sobre o Futuro da Europa. Não representam Portugal, representam grupos de trabalho

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Inês Silva e Vasco Fernandes são embaixadores dos painéis de cidadãos da Conferência sobre o Futuro da Europa. Não representam Portugal, representam grupos de trabalho

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

O que queremos da Europa? As instituições foram perguntar a quem mais importa: os cidadãos

Qual o futuro da União Europeia? 800 cidadãos, escolhidos aleatoriamente, debatem propostas e ideias em áreas essenciais. Há dois portugueses entre 80 embaixadores. Esta é a história de Vasco e Inês.

Arrancou oficialmente em outubro do ano passado e termina no final da primavera. Chama-se Conferência sobre o Futuro da Europa mas não se trata de um  evento único. É muito mais do que isso: uma série de iniciativas que ambicionam construir um novo mapa de proximidade entre europeus e a torre de babel europeia, a partir dos assuntos e recomendações que vão ser discutidas no Plenário da Conferência da Europa.

Uma plataforma digital bilingue — que continua aberta à participação até final de fevereiro —, eventos descentralizados e quatro painéis de cidadãos escolhidos aleatoriamente, sob o princípio da diversidade (origem geográfica, género, idade, contexto socioeconómico e nível de instrução), são as coordenadas de uma mobilização inédita para escutar os cidadãos europeus. Afinal, que mudanças querem para a Europa, vislumbrando o futuro do projeto europeu?

A iniciativa envolve, essencialmente, uma task force entre cidadãos e as três principais instituições da União: o Parlamento, o Conselho e a Comissão Europeia, comprometidos em “dar seguimento, no âmbito das suas competências, às recomendações formuladas”.

Ao todo há cerca de vinte portugueses divididos pelas assembleias onde se deliberam temas como justiça social, emprego, educação, cultura, desporto, transformação digital, democracia europeia, segurança, alterações climáticas, saúde, diplomacia ou migração. Um terço dessa representatividade é composto por jovens entre os 16 e os 25 anos e foi criada uma ligação direta entre este grupo e o Encontro Europeu da Juventude.

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Os painéis 2 e 3 já fecharam os trabalhos. Ontem arrancou a terceira e última sessão de cidadãos do painel 4, do qual faz parte a portuguesa Inês Pascoal da Silva, de 24 anos, como uma das embaixadoras. A 25 de fevereiro é a vez de o painel 1 (no qual Vasco Fernandes é embaixador) fechar os trabalhos. O Observador esteve à conversa com os dois. E são eles que tomam a palavra.

Entrevista a Inês Silva e a Vasco Fernandes, dois jovens Portugueses representantes de dois painéis na Conferência sobre o Futuro da Europa (COFOE). A conferência realizar-se-á nos próximos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro em Maastricht, Países Baixos. 8 de Fevereiro de 2022, Lisboa TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Recebi um telefonema e fiquei desconfiada”, diz Inês. “A senhora da empresa de recrutamento disse que era uma seleção aleatória de cidadãos europeus. Só acreditei quando recebi os bilhetes de avião”

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Falta informação sobre as coisas que são feitas na Europa”
Inês Silva, 24 anos, trabalhadora-estudante

A minha primeira grande viagem de avião, sozinha, foi em outubro do ano passado para participar na primeira sessão de cidadãos em Estrasburgo. Faço parte do painel 4 sobre a “União Europeia no Mundo/Migração”. Até então, tinha muito pouca informação sobre estes temas. Mas o objetivo é mesmo esse: não sermos especialistas no assunto e refletir sobre eles.

No início foi tudo um pouco estranho. Recebi um telefonema que, por acaso, atendi. Fiquei um pouco desconfiada. É daqueles telefonemas com números que não conhecemos e que ninguém atende. A senhora da empresa de recrutamento explicou o que era a Conferência sobre o Futuro da Europa, que tinha de participar nas três sessões e que era uma seleção aleatória de cidadãos europeus.

No meu caso, foi uma semana antes de começar a primeira sessão do meu painel, porque houve uma desistência na minha faixa etária e do sexo feminino. Eu fui pesquisar, porque até então não tinha ouvido falar da conferência. Só acreditei quando recebi os bilhetes de avião. E só então contei aos meus pais.

No início estava toda a gente um pouco confusa. Não sabíamos bem qual era o nosso papel e o que haveríamos de fazer. Na mesa individual havia um papel com a pergunta “porquê eu?”. Houve um plenário a explicar que não estávamos a representar o país, mas a representar-nos a nós próprios, cidadãos. 
Inês Silva

No início estava toda a gente um pouco confusa, porque não sabíamos bem qual era o papel que tínhamos de ter e o que haveríamos de fazer. Na mesa individual havia um papel com a pergunta “porquê eu?”. E houve um plenário a explicar que não estávamos como representantes de país, mas a representar-nos a nós próprios, cidadãos. Depois foram feitos cinco grupos para falar sobre a União Europeia no mundo e cinco sobre migração. Eu fiquei na migração.

No final, apresentámos os resultados e ainda votámos os vinte embaixadores de painel. O meu nome saiu da urna — podíamos voluntariar-nos — e fiquei como uma das representantes. Essa responsabilidade significa que, além das sessões de painel, participamos nas sessões plenárias, apresentando aos políticos as recomendações que saem das nossas reuniões.

Noto que as sessões têm melhorado na própria organização, tanto que no final de cada uma fazemos uma reunião com os organizadores para dizermos o que achamos e o que é preciso melhorar. Na segunda sessão já se notou que nos ouviram, porque achámos que os grupos de trabalho deveriam ter um moderador/facilitador e essa medida foi implementada.

Nessa sessão, que foi online, também já nos dividiram por tópicos e fiquei no grupo dos temas sobre tomada de decisão, a regra da unanimidade e a política externa. Na terceira sessão [a decorrer entre 11 e 13 de fevereiro em Maastricht] vamos fechar as recomendações para apresentar em plenário aos políticos em março.

O meu pai brinca comigo.  Chama-me de “gata borralheira”. Houve um domingo em que voltei de uma reunião de embaixadores e, à noite, fui trabalhar, porque faço limpezas, em part-time, num centro comercial aqui da zona de Sintra. Também trabalho ao fim de semana num café. Tenho a sorte de ainda poder estar em casa dos meus pais e estes trabalhos são uma forma de ter a minha independência financeira. Desde há um ano que me ajuda a pagar as propinas da faculdade.

Estou no terceiro ano da licenciatura em Ortóptica e Ciências da Visão, na Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Instituto Politécnico de Lisboa. Quero acabar este ano e entrar noutra licenciatura de Imagem Médica e Radiologia, já como licenciada, e trabalhar em part-time na área de Ortóptica. Sempre gostei de ajudar as pessoas, da relação com o público. Se calhar por isso é que uma das minhas grandes preocupações é a falta de apoio na parte da segurança social relacionada com a saúde. Há muitas notícias a dizer que as pessoas são abandonadas nos hospitais, mas por vezes é a única alternativa. Já ouvi muitas pessoas a dizer que a família tem a obrigação de cuidar, mas eu penso: “se fosse eu, agora, sendo estudante, como iria apoiar um familiar?” É preciso reforçar este apoio em Portugal. Isso mexe comigo.

Já fomos convidados para algumas reuniões de sugestões para as próximas eleições europeias. Para ajudar as pessoas a votar. Éramos todos jovens e achamos todos o mesmo: é preciso explicar o que cada partido faz, o que são as políticas europeias. O que tem sido mais consensual é o facto de acharmos que há falta de informação sobre o que é feito na Europa. Em todo o lado, as pessoas sentem o mesmo: as políticas da União Europeia continuam fechadas.
Inês Silva

Vou fazendo voluntariado, com projetos que vão aparecendo. Operação Nariz Vermelho, Banco Alimentar, etc. Com a minha escola fazemos o hospital da bonecada, numa iniciativa no Centro Comercial Colombo, para as crianças deixarem de ter medo da bata branca. Usamos um peluche que dizemos que está doente e, para ser tratado, tem de passar pelas várias especialidades médicas da escola.

Por causa desta experiência com a Conferência, os meus anúncios no telemóvel também começaram a mudar e tive acesso a informação sobre o Corpo Europeu de Solidariedade. Estou a ver se consigo, no verão, ir trabalhar com idosos ou crianças ou pessoas com deficiência ou questões ligadas à sustentabilidade.

Não fiz Erasmus, cheguei a inscrever-me, mas depois veio a Covid, em 2020, e esse sonho ficou para trás. Ia para Itália, mas não quis arriscar. Agora, com a conferência, temos tido a oportunidade de conhecer culturas novas e política, uma coisa que infelizmente não é muito ensinada na escola mas deveria. Não sei como estão as aulas de cidadania agora, mas seria de fazer trabalhos de grupo sobre políticas. São coisas diretamente ligadas connosco.

Entrevista a Inês Silva e a Vasco Fernandes, dois jovens Portugueses representantes de dois painéis na Conferência sobre o Futuro da Europa (COFOE). A conferência realizar-se-á nos próximos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro em Maastricht, Países Baixos. 8 de Fevereiro de 2022, Lisboa TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Também já fomos convidados para algumas reuniões de sugestões para ajudar nas próximas eleições europeias. Para ajudar as pessoas a votar. Nessa reunião éramos todos jovens e achamos todos o mesmo: a política não é ensinada, é preciso explicar o que cada partido faz, o que são as políticas europeias. O que tem sido mais consensual é justamente o facto de acharmos que há falta de informação sobre as coisas feitas na Europa. E percebemos que, em todo o lado, as pessoas sentem o mesmo, que as políticas da União Europeia continuam muito fechadas.

Como o meu painel é sobre a União Europeia no mundo, houve um evento nacional da Conferência, em Évora, direcionado às migrações. Uma coisa que se percebe bem é que as pessoas estão mal informadas. Há preconceito porque não se sabe como as coisas são. Foi interessante, também, conhecer os testemunhos de pessoas que estão a tentar ficar regulamentadas, não ilegais. Percebi que é super complicado fazer marcações nas instituições. Évora recebe cada vez mais pessoas de fora para estudar, só que a regulamentação demora tanto que chegam quase no final do semestre.

Por isso é tão importante escutar. Numa das sessões da Conferência, ao almoço, sentaram-se na minha mesa uma senhora francesa e um senhor que tinha nascido em Portugal mas vivia na Alemanha. Eu falava em inglês com ela e em português com ele. Eles falavam em alemão. E estávamos sempre a traduzir-nos uns aos outros.

Felizmente, tenho tido a oportunidade de aproveitar o tempo de transfers e fui até Paris. Meti-me num comboio e passei pelo Louvre, Arco do Triunfo, Torre Eiffel e voltei pela margem do Sena até à estação. Um facto curioso é que viajo sempre com várias máquinas fotográficas: tipo polaroid, analógica e digital. Então foram três horas a correr com estas máquinas todas atrás de mim e a pedir a estranhos para tirar fotografias. Desta vez vou visitar Bruxelas e vou ter um intervalo de cinco horas para provar chocolatea belgas.

Entrevista a Inês Silva e a Vasco Fernandes, dois jovens Portugueses representantes de dois painéis na Conferência sobre o Futuro da Europa (COFOE). A conferência realizar-se-á nos próximos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro em Maastricht, Países Baixos. 8 de Fevereiro de 2022, Lisboa TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Sinto que representei os jovens portugueses quando falei da diferença de começar vida autónoma em Portugal, na Holanda ou na Alemanha, onde há benefícios fiscais para empresas que contratem jovens”

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Se não nos afirmarmos nas reuniões plenárias, somos submersos no mundo da política”
Vasco Fernandes, 22 anos, estudante

Quando me telefonaram estava ao computador, como sempre estou, e foi um bocado surreal. Houve muita gente que não atendeu a chamada. Houve muita gente que atendeu e não acreditou. Eu atendi e não percebi. Depois recebemos as informações e ficou tudo formalizado.

Aceitei mas deparei-me logo com um problema gigante. O meu cartão de cidadão estava caducado, houve aquela extensão de validade, por causa da pandemia, e as filas para renovar eram enormes. Da primeira vez não consegui. Da segunda vez, cheguei antes de o serviço abrir e a fila já era gigante. Havia pessoas que dormiam à porta do campus de justiça. Não sabia o que fazer. Estava a dias de viajar para Estrasburgo. Fui falar com as funcionárias, expliquei a situação e consegui um cartão temporário. Tive sorte.

Estou no painel 1: “Uma economia mais forte, justiça social e emprego / Educação, cultura, juventude e desporto / transformação digital”. Foi aleatório, mas tem a ver comigo. Licenciei-me em Tecnologias de Informação, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e agora optei por seguir outra licenciatura: Ciência Política e Relações Internacionais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi a decisão mais importante que já tomei e que acaba por ser muito conveniente com o que me está a acontecer. Essa interligação em tecnologia e política é uma coisa em que tenho pensado. Se calhar depois vou seguir mestrado numa área mais de gestão, relacionado com geopolítica.

Chegámos a ter uma reunião em Lisboa com um responsável da comunicação do Parlamento Europeu para debater algumas ideias sobre a próxima campanha para as Eleições Europeias. Querem subir a participação eleitoral dos mais jovens. Ainda passa completamente ao lado, em Portugal. Se alguém não vota nas legislativas, também não vai votar nas europeias.
Vasco Fernandes

No 10º ano fui estudar Ciências. Havia um certo preconceito em ir para Humanidades. Mas se é para estudar, ao menos que sigamos algo de que gostamos realmente. Aliás, estou também na fase em que tenho de decidir se faço Erasmus este ano, porque as candidaturas estão quase a fechar. Já fiz inter-rail, já percorri quase a Europa toda. Falta a Grécia, Ucrânia, Rússia, países bálticos, a Finlândia. Agora vou à Irlanda para a terceira sessão no final de fevereiro. Vou fechar um dos países que me faltava.

Já trabalhei numa empresa de turismo, no verão, tenho uma start up com colegas (uma aplicação sobre ocupação/lotação de espaços), embora agora esteja mais afastado porque os trabalhos da assembleia de cidadãos ocupam algum tempo. Uma das vertentes em que tenho vindo a pensar é precisamente a carreira diplomática e um dia irei fazer os exames. Gostava de me ver na política quando for mais velho.

Sou embaixador do meu painel no grupo de transformação digital. Colocamos os nossos nomes e saiu de forma aleatória. Tem sido uma experiência deliberativa interessante mas complexa, e com alguns problemas, como tudo o que está a começar. Eles têm admitido os erros e têm estado dispostos a escutar. E falamos muito sobre isso nos corredores: de como está a correr.

A Conferência tem evoluído muito ao longo do tempo e está a mudar, a adaptar-se aos melhores métodos. Até porque nós tivemos uma plenária em Estrasburgo que não correu tão bem. Os políticos estavam muito fechados em si mesmos, não estavam dispostos a ouvir. Estavam mais para falar e as pessoas do painel ficaram desapontadas. Ficou mesmo um sentimento melancólico, de que estavam a perder o tempo delas.

Eu fiz um bocado o trabalho contrário. Estava ativo nos comentários, a tentar manter as pessoas vivas dentro do espírito da Conferência e a dizer que, de facto, eles perceberam o que tinha corrido mal e estavam dispostos a corrigir. Até enviei algumas mensagens para os grupos de WhattsApp que temos e ficaram felicíssimos. Isto muda completamente a dinâmica da próxima sessão.

Eu e outras pessoas chegámos a ter uma reunião em Lisboa com um responsável da comunicação do Parlamento Europeu, para debater algumas ideias sobre a próxima campanha para as Eleições Europeias, porque querem subir a participação eleitoral dos mais jovens. Apesar de ter subido muito, ainda passa completamente ao lado, em Portugal. Se alguém não vota nas legislativas, também não vai votar nas europeias.

Na primeira sessão falei da diferença flagrante de começar um vida autónoma em Portugal ou na Holanda ou na Alemanha, onde há benefícios fiscais para empresas que contratem jovens. E essas discussões surgiam em encontros informais entre nós, de várias pessoas de vários países, já depois dos trabalhos.
Vasco Fernandes

Para as reuniões plenárias temos algumas reuniões de preparação para apresentar as recomendações. Enquanto cidadãos temos de conviver com os políticos e, se não nos afirmarmos, somos completamente submersos na política. A última sessão plenária já teve uma importância maior, porque o segundo e terceiro painéis já acabaram os trabalhos e estavam a debater as propostas de recomendações.

No meu grupo de transformação digital, há alguns temas que nos preocupam, como a falta de regulação do mercado das redes sociais e o impacto que têm na nossa democracia. Ou o controlo das fake news e a privacidade na gestão de dados. E, depois, um dos temas que me surgiram foi logo a falta de soberania digital da União Europeia. O hardware é feito na China, na Tailândia, etc. A União Europeia, a segunda maior democracia do mundo, uma das zonas económicas mais fortes, está completamente dependente num campo mais propenso a crescer nos próximos anos. É absurdo. Outra questão é a dos efeitos da transformação digital na democracia. Tem sido flagrante pela negativa, com alguns crescimentos da extrema-direita, especialmente no Brasil e EUA.

Uma das perguntas que já me colocaram, e a que é sempre complicado de responder é esta: “quem é que tu estás a representar?” Acho que depende bastante. Às vezes sinto que representei mais os jovens portugueses na primeira sessão, quando falei da diferença flagrante de começar vida autónoma em Portugal, na Holanda ou na Alemanha, onde há benefícios fiscais para empresas que contratem jovens. E essas discussões surgiam já em encontros informais entre nós, de várias pessoas de vários países, já depois dos trabalhos.

Entrevista a Inês Silva e a Vasco Fernandes, dois jovens Portugueses representantes de dois painéis na Conferência sobre o Futuro da Europa (COFOE). A conferência realizar-se-á nos próximos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro em Maastricht, Países Baixos. 8 de Fevereiro de 2022, Lisboa TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Outra questão é a desigualdade no acesso a habitação, que é diferente na União Europeia e mais difícil em Portugal. E recordo-me ainda de, num subgrupo, alguém dizer que teve que sair da universidade para  ir trabalhar, porque tinha que ajudar a pagar as contas em casa. Houve alguém de outro país que estava incrédulo e demorou um bocado a acreditar. Por isso, estes encontros também permitiram perceber que há diferenças flagrantes. Eu acho que acabo por me colocar mais nessa defesa de algumas questões da juventude em Portugal. E, agora que está a acabar, é que já começávamos a ter maior dinâmica.

Este artigo faz parte de uma série sobre a Conferência Sobre o Futuro da Europa e é uma parceria entre o Observador e o Parlamento Europeu.

Nota do Parlamento Europeu: Projeto editorial co-financiado pelo Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu não foi associado à sua preparação e não é de modo algum responsável pelos dados, informações ou pontos de vista expressos no contexto do projeto, nem está por eles vinculado, cabendo a responsabilidade dos mesmos, nos termos do direito aplicável, unicamente aos autores, às pessoas entrevistadas, aos editores ou aos difusores do programa. O Parlamento Europeu não pode, além disso, ser considerado responsável pelos prejuízos, diretos ou indiretos, que a realização do projeto possa causar.

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