A “vitória mais doce de sempre!”
Foi uma noite/dia de vitórias para David Cameron: teve, contra todas as expectativas, um resultado esmagador; conseguiu uma maioria absoluta que escapava ao partido desde 1992; e, de uma tacada só, afastou toda a oposição. Terá dois desafios importantes pela frente: o “dossier Escócia” e a questão europeia. Mas a “vitória mais doce de sempre”, essa, ninguém lhe tira.
Christopher Furlong
“Peço desculpas sinceras por não ter conseguido”
Ed Miliband sai como o grande derrotado destas eleições. Tinha partido para estas eleições depois de ter derrotado o irmão David na luta pela liderança do partido. As sondagens davam como certa uma luta renhida entre conservadores e trabalhistas até ao último voto. Mas o resultado foi desastroso: 232 deputados, menos 26 do que em 2010. Na despedida, pediu desculpa e deixou a mensagem: “Já voltámos no passado e este partido vai regressar uma vez mais”
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“O medo e o ressentimento venceram. O liberalismo perdeu”
O outro grande derrotado destas eleições. Nick Clegg, líder do partido Liberal Democrata e parceiro de coligação de David Cameron. Foi arrasado nas urnas – conseguiu eleger apenas oito deputados. As promessas que ficaram por cumprir foram decisivas nestas eleições: Clegg bem pediu desculpa aos britânicos, mas os britânicos não o perdoaram.
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“As placas tectónicas da política britânica moveram-se esta noite”
Histórico, verdadeiramente histórico. O Partido Nacional Escocês (SPN) conseguiu eleger 56 deputados. O rosto desta vitória é Nicolas Sturgeon, ministra principal da Escócia e herdeira de Alex Salmond. Em setembro, o referendo para a independência escocesa fez tremer o Reino Unido e plantou a semente. Será um dos ossos mais duros de roer de Cameron.
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“É uma desilusão. [Mas] sinto que me tiraram um peso dos ombros”
Três vezes tentou, três vezes perdeu. O controverso líder do UKIP garantiu que se demitia se não conseguisse ser eleito. Cumpriu. Na despedida, no entanto, admitiu que ia refletir no verão se se voltava a candidatar à liderança do partido em setembro. Os eleitores não perdoaram esta e outras tiradas: “Todos os anos existem 7 mil pessoas que são diagnosticadas com VIH neste país (60% deles não são cidadãos britânicos)”.
Carl Court
“É uma vitória muito, muito clara para os Conservadores e uma noite muito má para os Trabalhistas”
“Votar nos conservadores vai levar a que a sua mulher fique com os seios maiores e vai aumentar as suas hipóteses de ter um BMW M3″. Frases como estas são a imagem de marca de Boris Johnson, descrito muitas vezes como o bobo da corte da política britânica. Mas os eleitores parecem confiar nele: depois de se tornar Mayor de Londres, consegue agora ser eleito para o cargo de deputado.
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“The Portillo moment”
O jornal britânico Guardian usa esta expressão – uma referência à derrota histórica do conversador Michael Portillo em 1997 – para resumir a derrota dos trabalhistas e de Ed Balls, responsável pela pasta das finanças da oposição. Uma das suas principais bandeiras nestas eleições era abolir os privilégios fiscais para fortunas estrangeiras. Os britânicos preferiram outro caminho.
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O homem que pôs o Reino Unido a crescer
George Osbourne, ministro das Finanças de David Cameron, conseguiu baixar a taxa de desemprego – uma das mais baixas da União Europeia, 5,5% – e teve a melhor prestação económica em 2014 na Europa, com o PIB a crescer 2,6%. É, também ele, um dos responsáveis por esta vitória.
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O joker que não foi joker
O humorista e ator britânico Russel Brand passou grande parte da campanha a dizer que não ia votar – acusava todos os partidos de serem iguais. Na reta final, entrevistou Ed Miliband e, convencido, pediu aos britânicos para votarem no trabalhista. Seguido por 10 milhões de pessoas no Twitter e 1 milhão no Youtube, podia ser o joker a desequilibrar estas eleições. Não o foi e os trabalhistas tiveram um resultado desastroso.
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