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A carrinha do professor Rui Garcia, no documentário "Sem Professores Não há Políticos", em 2023
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Rui Garcia

Rui Garcia

Rui Garcia viveu numa carrinha durante um ano para poder dar aulas longe de casa. Agora, pede boleias para se deslocar até à escola

No ano passado, Rui Garcia viajou de carrinha de Ponte de Lima até Elvas, para dar aulas. Hoje, vive em casa e dá aulas em Arcos de Valdevez. Mas avisa que a situação pode mudar já em setembro.

No ano letivo passado, Rui Garcia foi durante meses o centro de todas as atenções. Natural de Ponte de Lima, o professor tinha acabado de ser colocado em Elvas — a 428km de casa. Fazer todos os dias o caminho entre a sua casa e a escola onde foi colocado não era, simplesmente, uma opção. A solução passou por preparar uma carrinha, fazer-se à estrada e dormir no próprio carro, em parques de estacionamento de diferentes centros comerciais, tomar banho nos balneários da escola onde dava aulas e comer na cantina, como contou pela primeira vez à SIC, numa manifestação à porta da Assembleia da República.

Este ano, o professor conseguiu colocação bem mais perto de casa, mas a situação pode ser provisória e, conta Rui Garcia ao Observador, se voltar a ficar numa escola longe de Ponte de Lima, já tem uma “surpresa” preparada para lidar com essa logística.

A carrinha do professor Rui Garcia estacionada junto ao Palácio de Belém, em outubro de 2023

A carrinha do professor Rui Garcia estacionada junto ao Palácio de Belém, em outubro de 2023

Rui Garcia

Durante o período em que esteve a viver numa carrinha por várias zonas de Lisboa, Rui Garcia chegou a ter uma noite oferecida por Marcelo Rebelo de Sousa num hotel, depois de levar a sua “casa” temporária para a porta do Palácio de Belém e, meses depois, esgrimiu argumentos com António Costa, quando ouviu o primeiro-ministro de então dizer: “Eu mudei as regras para resolver o seu problema e o senhor engoliu e nada disse a nenhum dos outros primeiros-ministros.”

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Marcelo pagou uma noite de alojamento a professor que vive numa carrinha

Um ano depois, Rui Garcia continua a dar aulas, mas agora bem mais perto de casa. O professor deixou de viver na carrinha, neste novo ano letivo, e está colocado no agrupamento escolar de Arcos de Valdevez, a apenas 30km de Ponte de Lima.

Como? Ao Observador, explica que conseguiu entrar nos quadros do Ministério da Educação, concorrendo à vinculação dinâmica dos docentes. Ainda assim ficou colocado na zona centro do país, em Penela e voltou a precisar de fazer contas de calculadora, ficava a dar aulas a 250km da sua zona de residência. O que mudou? Ao concorrer ao concurso da Mobilidade Interna, ficou colocado no agrupamento escolar de Arcos de Valdevez.

"As mudanças não são assim tão significativas. Estou vinculado, mas apenas longe de casa. Tenho o mesmo índice salarial, continuo a receber o primeiro escalão. Posso voltar a ter de dormir na carrinha, dependendo do próximo ano letivo."
Rui Garcia, professor de Educação Física

Há apenas um problema. A colocação em Arcos de Valdevez só é válida durante um ano letivo. Ou seja, em setembro do próximo ano, quando chegar o novo concurso nacional de professores, a vida de Rui Garcia pode voltar ao que era. E, como não desiste de dar aulas, o professor de Educação Física está a preparar-se para o pior.

Ouça aqui o “Onde Pára o Caso?”

Já não vive na carrinha. Pede boleia para ensinar

“Posso voltar a ter de dormir na carrinha.” Por agora, o “T0 está encostado”

A vida de Rui Garcia mudou de 2023 para 2024. Mas, em entrevista ao Observador, o professor insiste que não mudou assim tanto, uma vez que continua colocado a 250km da sua zona de residência. “Não sei o que me reserva o próximo concurso nacional de professores”, admite. Duvida que consiga manter o lugar que hoje tem em Arcos de Valdevez, até porque não prescinde da sua área – a Educação Física – em troca de uma colocação mais próxima.

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estripador foto link

Concorreu ao concurso de mobilidade interna, à procura de “uma mudança radical” de vida. A situação em que estava era “demasiado precária”, diz. “Não era dono do meu lugar” e, durante anos, teve surpresas como “interrupções de contrato, nunca trabalhava anos completos”. “A minha vida era instável”, desabafa. “As mudanças não são assim tão significativas” em relação à situação do último ano. “Estou vinculado, mas apenas longe de casa. Tenho o mesmo índice salarial, continuo a receber o primeiro escalão. Posso voltar a ter de dormir na carrinha, dependendo do próximo ano letivo.”

A carrinha está neste momento encostada, mas Rui Garcia esclarece que espera pelo próximo ano letivo preparado para uma nova ação de “luta”, caso acabe por ficar colocado a centenas de quilómetros de casa. Apesar de prometer uma “surpresa”, caso essa venha a ser a sua realidade, para já vai fazendo pequenas preparações no seu “T0”, a sua carrinha. “Estou a trabalhar para ter luz disponível. No ano passado tinha imensas dificuldades, vivia essencialmente na escola, ficava lá praticamente até a escola fechar.”

A carrinha do professor Rui Garcia, no documentário "Sem Professores Não há Políticos", em 2023

A carrinha do professor Rui Garcia, no documentário "Sem Professores Não há Políticos", em 2023

Rui Garcia

Hoje, alerta que o problema continua sem estar resolvido, apesar dos apoios prometidos pelo Governo a professores deslocados. Até porque a situação que viveu há um ano, não foi única. “No ano passado conheci realidades semelhantes. Fiquei a saber em julho que tinha uma colega que vivia a 30km de Elvas e que tinha ficado o ano todo a viver numa auto-caravana.

O ano letivo de 2024/2025 arrancou com um novo desafio e uma nova forma de luta para Rui Garcia. “Quando concorremos ao concurso nacional de professores, existe a máxima imprevisibilidade. Só sabemos que vamos ter uma vaga, não sabemos o tipo de vaga, sabemos que vamos lecionar uma disciplina, mas não sabemos se é em uma, duas ou três escolas“. Em janeiro de 2025, Rui Garcia é obrigado a deslocar-se “pelo menos uma vez por semana, entre duas escolas no mesmo dia”. E, sem compatibilidade dos horários dos transportes públicos em Arcos de Valdevez, o professor de educação física anda “à boleia”, por se recusar a usar os seus próprios meios de deslocação. “É uma nova forma de luta, para manifestar o meu descontentamento.”

“Um número” ou “uma forma de luta”?

Mas há versões diferentes da mesma história. Fonte que acompanhou o processo de Rui Garcia durante todo o ano letivo anterior estranha algumas “inconsistências” do protesto que levou o professor a dormir numa carrinha para conseguir dar aulas em Elvas. “Teve ofertas de alojamento, não só a um preço acessível, até por colegas, mas recusou sempre, insistia que o Estado tinha a obrigação de lhe arranjar alojamento”, explica fonte próxima ao Observador.

O que Rui Garcia descreve como “ação de luta” – que durou todo o ano letivo de 2023/2024 –, outros descrevem como “um número“. Apesar das dificuldades de um professor que não tem dinheiro para pagar um quarto, Rui Garcia “andava a correr o país” em várias ações de protesto de norte a sul, o que “não batia muito certo“.

Ao Observador, Rui Garcia não esconde ter uma “filiação sindical”, mas assegura que a sua “luta é apartidária”, sem ter “nada a ver com sindicatos”. Apesar de reconhecer semelhanças no seu protesto “radical” às formas de protesto do STOP, insiste que se trata de uma “luta pessoal” e revela que recusou qualquer iniciativa sindical que procurasse dar “visibilidade” à iniciativa que promoveu.

Rui Garcia ao lado de Mário Nogueira (Fenprof) numa ação de protesto convocada pelo sindicato.

Rui Garcia ao lado de Mário Nogueira (Fenprof) numa ação de protesto convocada pelo sindicato

Rui Garcia

Mas a acusação de “fazer um número” continua a ser repetida, com outro exemplo. Quando fica colocado em Elvas, o professor de Educação Física candidata-se a uma casa através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e acaba por conseguir um apartamento – mas em Portimão, a 370km da escola onde dava aulas nesse ano letivo. Fonte ligada ao processo esclarece que o IHRU não podia “passar o apartamento a outro sem contactar primeiro o professor que ganhou, ou seja, [Rui Garcia] candidatou-se a uma casa que não queria“.

O apoio a professores deslocados (que não chega aos professores deslocados)

A Fenprof explica que a situação a envolver a colocação de Rui Garcia, através da mobilidade interna, serve como mecanismo para as escolas “preencherem as necessidades que vão surgindo ano após ano”. Ainda assim, situações que envolvem professores do norte do país a serem obrigados a vir dar aulas para o centro e o sul são recorrentes.

Francisco Gonçalves, secretário-geral adjunto da estrutura sindical, recorda ao Observador que existe um problema estrutural de falta de professores no país. “A distribuição de professores é diferente da necessidade de professores”, ou seja, enquanto existe um número maior de professores com origens na região norte, a maior necessidade encontra-se, todos os anos, na Grande Lisboa, em Setúbal, no Alentejo e no Algarve.

E essa dificuldade estrutural, de acordo com a Fenprof, obriga a um apoio aos professores deslocados. Foi isso que o Governo tentou fazer este ano. Em setembro, o ministério de Fernando Alexandre anunciou a criação de um apoio à deslocação que pode chegar aos 450 euros por mês (para professores colocados a mais de 300 quilómetros da sua morada fiscal), mas que apenas chega aos docentes das “escolas consideradas carenciadas“, que o Governo define como escolas em que se verificou a existência de alunos sem aulas durante, pelo menos, 60 dias consecutivos.

E é este modelo que é contestado por estruturas sindicais como a Fenprof e pelos professores que vivem “com a casa às costas” ouvidos pelo Observador. Francisco Gonçalves pede um “verdadeiro” apoio a professores deslocados e não um apoio a “alguns” professores deslocados. E alerta para o adensar do problema da falta de docentes: “Os professores, que sabem que na escola A têm direito a apoio (por ser considerada carenciada) e na escola B não, vão sempre concorrer para a escola em que sabem que esse apoio existe. A manta é curta e o Governo ao tapar os pés destapa a cabeça.”

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, intervém na conferência de imprensa para balanço dos dois primeiros meses de aulas e do Plano +Aulas +Sucesso, na escola secundária D. Dinis, em Lisboa, 22 de novembro de 2024. FILIPE AMORIM/LUSA

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, intervém na conferência de imprensa para balanço dos dois primeiros meses de aulas e do Plano +Aulas +Sucesso

FILIPE AMORIM/LUSA

O sindicato propõe, por isso, a existência de dois apoios: um para professores deslocados que “valorize” a profissão; e outro destinado a fixar professores nas “zonas carenciadas” onde há várias escolas com falta de docentes, em vez de um apoio escola a escola. Das 811 escolas e agrupamentos do país, 234 são consideradas escolas carenciadas, onde os alunos estiveram sem aulas durante, pelo menos, 60 dias consecutivos.

O problema, insiste Francisco Gonçalves, é estrutural: “Tivemos 3.981 professores aposentados durante 2024 e em 2025 o número vai chegar perto dos 5 mil.

Uma leitura semelhante é feita pelo Movimento Missão Escola Pública. Cristina Mota, porta-voz do movimento que se apresenta como “independente, apartidário, formado apenas por professores”, explica que o número de professores deslocados, com “a casa às costas” tem tendência a diminuir. Mas não pelas melhores razões. “As condições, como as rendas das casas, estão a agravar-se. A falta de professores é cada vez mais grave.”

Em outubro, o movimento lançou um inquérito onde questionou, entre outros temas, a situação profissional dos docentes. Numa amostra de 1.400 professores, 8% responderam que eram deslocados. “Se elevarmos a amostra ao número total de professores no país, seriam 8 mil” docentes em todo o país a dar aulas em zonas distantes da sua residência.

Cristina Mota partilha das críticas da Fenprof ao apoio aos professores deslocados. “Vai apenas deslocar o problema. Vai diminuir ainda mais o número de professores colocados nas escolas não-carenciadas.” O Movimento Missão Escola Pública tem ainda conhecimento de casos de professores que, mesmo tendo acesso ao apoio (que pode chegar a 450 euros mensais), “ficaram a receber menos do que recebiam sem o subsídio”, por causa da forma como esse valor é tributado.

O Governo continua longe de resolver o problema, acusa Cristina Mota. “A preocupação é diminuir o número de alunos sem aulas, não é diminuir a precariedade, o objetivo não é o bem estar dos professores.”

As histórias dos professores com a “casa às costas”

Joana, Georgina, Daniel e Diana nunca se cruzaram, mas as suas vidas não são assim tão diferentes. Vivem com a “casa às costas” e não recebem qualquer tipo de apoio do Governo por darem aulas em escolas distantes dos seus locais de residência.

Daniel Nunes tem 35 anos e dá aulas em Setúbal há dois, como professor de História. Nasceu e foi criado em Montemor-o-Velho, a 240km de distância do sítio onde hoje trabalha. Depois de passar pelos Açores e por Loures, hoje é mais do que um professor de História na Escola Secundária Dom Manuel Martins. Diz ao Observador que tem mais de 450 alunos e que leciona cinco disciplinas diferentes, como História, Geografia, Cidadania, História de Arte e TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação).

“Aproximar-me de casa não é fácil.” Daniel vive numa casa arrendada a 240km de distância da cidade onde cresceu, mas não recebe o apoio que o Governo prometeu a professores deslocados. “Todos os apoios que o Governo prometeu esbarram na realidade dos professores” e o apoio à deslocação é um deles, uma vez que Daniel não é professor numa escola considerada carenciada.

“Há sempre uma esperança de as coisas irem melhorando de certa forma“, admite. O apoio que não chega a professores como Daniel “poderia fazer toda a diferença”. Mas, como não trabalha numa escola considerada carenciada, coisas simples como ir a casa “não são sustentáveis“.

Georgina Espírito Santo tem 40 anos e, tal como Rui Garcia, é professora de Educação Física. Dá aulas desde 2006 e, nos últimos 20 anos, trabalhou quase exclusivamente nas regiões de Lisboa e Alentejo. Hoje, apesar de ter nascido em Santa Maria da Feira, dá aulas na Pontinha, em Odivelas, a 290km de distância.

Ao Observador, diz que, “em princípio”, está quase a conseguir ficar colocada perto de casa, mas reconhece que “é uma idade tardia para se conseguir estabilidade”. Não consegue pagar mais do que um quarto em Lisboa.

Também para Georgina, o apoio à deslocação não é uma solução. A escola onde dá aulas não é carenciada, “mas a escola do lado é”. A professora de Educação Física fala de um sentimento de “injustiça”. “A minha escola só não é carenciada porque professores como eu sujeitam-se a vir para cá, mesmo sem apoios.”

346km separam a cidade da Maia do Seixal. É essa a distância que Joana Ornelas Borges teve de percorrer para poder dar aulas de Filosofia este ano letivo. É a primeira vez que tem um horário completo, mas foi contratada pela escola como uma “escolha de recurso”, por falta de professor. Ainda assim, também não recebe o apoio prometido aos professores deslocados.

“Até agora estive sempre a fazer substituições, estou um bocadinho menos precária este ano”. mas o horário de Joana na escola onde dá aulas apenas dura até dia 31 de agosto. Depois, o relógio volta a contar do zero, volta a arrumar as coisas no carro, e espera para saber onde vai ficar colocada. Ao Observador, descreve um esforço “quase impossível”. “Quero viver no Porto, na cidade onde nasci e onde estudei. Quero voltar o mais rapidamente possível.”

Tal como Georgina, Joana só consegue arrendar um quarto para viver. Vive em Lisboa, trabalha no Seixal e nasceu na Maia. Sente que vive “literalmente, com a casa às costas“. Já pensou em desistir, mas para já “resiste”. “Apesar de gostar muito do que faço, merecia muito melhores condições.”

Diana Lopes começou a dar aulas em 2005, mas só entrou para os quadros 14 anos depois, no ano letivo de 2019/2020. Nasceu em Viana do Castelo, mas hoje é professora de Matemática no agrupamento de escolas Braancamp Freire, em Odivelas. São 385km de distância.

“Já dei aulas pelo país inteiro, de Braga a Faro”, conta, admitindo que esteve perto de “desistir do ensino”, por acumular “horários incompletos” e viver “sempre com a casa às costas”. Foi quando teve “a sorte” de ficar colocada em Lisboa. Desde que dá aulas que vive em quartos, “nunca com condições para ter uma casa” própria. Da primeira vez que deu aulas em Lisboa, chegou a procurar quartos “em vários hóteis” para poder passar as primeiras noites e quando esteve em Alenquer, acabou por dormir “no sofá da sala de uma senhora” que não conhecia, mas que prometeu ajudar.

Em vários anos de ensino “nunca” recebeu “nenhum apoio”. Mas teve esperança quando leu as notícias que davam conta do plano do atual Governo para apoiar professores deslocados. “Pensei que a minha escola estivesse na lista (de escolas carenciadas), até porque não conseguiu professor de francês nos últimos dois anos. As escolas ao lado, no Bairro Padre Cruz, têm direito a apoio. É uma injustiça muito grande. Este apoio ou é para todos ou não é para nenhum, não pode ser só para alguns.”

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