Nas redes sociais corre a tese de que o Rei Carlos III morreu devido a um cancro na próstata, mas trata-se de uma informação falsa. Aliás, a morte de Carlos III já foi dada como certa há uns dias pela imprensa russa, que citava um comunicado, e foi o próprio Palácio de Buckingham a dar prova de vida do Rei.

No dia 6 de fevereiro, um comunicado oficial do Palácio de Buckingham anunciou que Carlos III foi diagnosticado com cancro na sequência do internamento para um tratamento à próstata, embora a doença não esteja diretamente relacionada. O texto em causa indicava que foi detetada no Rei britânico “uma forma de cancro”, não especificando qual e adiantado apenas apenas que esse diagnóstico não tem relação com a cirurgia à próstata a que se sujeitou.

Depois dos rumores que rapidamente se espalharam sobre a possibilidade de se tratar do cancro da próstata, um porta-voz do Palácio, citado pelo The Telegraph, disse que “não serão partilhados mais detalhes nesta fase, exceto para confirmar que Sua Majestade não tem cancro da próstata”.

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Carlos III acabou por aproveitar o diagnóstico para tentar quebrar o tabu do cancro e “evitar especulação” — e terá sido esse o motivo que levou à divulgação do seu estado de saúde, com o intuito de “evitar especulação” e na esperança de que a informação possa ajudar “todos aqueles que são afetados pelo cancro em todo o mundo”. Mais tarde, veio mesmo dizer que estava emocionado com as “muitas mensagens e cartões maravilhosos” recebidos e que o deixaram deixaram “em lágrimas”.

Sobre a afirmação em causa, proferida a 18 de março, é falsa e comprova-se por várias razões: não só seria totalmente impossível o Rei Carlos III ter morrido e isso não ser noticiado por órgãos de comunicação fidedignos, como foi anunciado que o monarca estará, no próximo domingo, no culto de Páscoa que acontece na Capela de St. George no Castelo de Windsor. Foi ainda referido que o Rei vai estar acompanhado pela rainha consorte e por vários outros membros da família real.

Além disso, no dia 19 de março, dia seguinte à publicação, foi noticiado que um falso comunicado sobre a morte do Rei Carlos III foi o mote para a impressa russa avançar com notícias de que o monarca britânico tinha morrido “inesperadamente” na tarde do dia 17 de março. A notícia foi replicada por vários órgãos de comunicação social russos e desmentida de imediato pela embaixada britânica da Rússia que, também no X, avançou que “as notícias sobre a morte de Carlos III são FALSAS!”. Horas depois, foi a vez do Palácio de Buckingham: “O rei Carlos III continua a desempenhar as suas funções oficiais e a participar em compromissos privados”, garantiu à agência de notícias TASS.

Conclusão

É falsa a informação de que o Rei Carlos III tenha morrido devido a um cancro na próstata. É verdade que o monarca foi diagnosticado com cancro, mas, logo após o comunicado, foi negado pelo Palácio de Buckingham que se trata de cancro da próstata, e mais tarde houve também um comunicado a contrariar a morte. As notícias surgiram na imprensa russa e, rapidamente, tanto a embaixada britânica da Rússia como o Palácio de Buckingham vieram confirmar que estava em causa uma notícia falsa. Desta forma, é errado que o Rei Carlos III tenha morrido, desde logo porque foi anunciado esta semana que estará presente no culto de Páscoa que acontece na Capela de St. George no Castelo de Windsor.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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