Vários utilizadores de redes sociais afirmam que as imagens em questão mostram um “polícia israelita a estrangular uma criança palestiniana até à morte” em Jerusalém, no contexto do conflito entre Israel e o Hamas. É falso. As imagens remontam a 2015 e foram captadas na Suécia.
“Polícia israelita estrangula uma criança palestiniana até à morte no sábado, durante o protesto na embaixada dos EUA em Jerusalém”, lê-se numa das muitas publicações que circulam nas redes sociais.
A publicação descreve ainda o povo israelita como “terrorista”, nas hashtags.
Mas nem o vídeo é atual nem tem qualquer relação com o conflito entre Israel e o Hamas, que atingiu um novo pico depois do ataque de combatentes do Hamas contra cidadãos e militares israelitas, a 7 de outubro, e que já provocou mais de 10 mil mortos. Na verdade, o vídeo foi gravado em fevereiro de 2015, numa estação ferroviária em Malmö, na Suécia. Mostra a imobilização de um rapaz de 9 anos por parte de dois seguranças da estação.
Na altura, vários órgãos de comunicação social suecos, como o jornal Sydsvenskan, deram conta do caso. Também órgãos de informação internacionais, como britânico Independent, ou a francesa France24, reportaram o incidente.
As imagens mostram um dos seguranças a imobilizar o rapaz na plataforma de acesso ao comboio. O rapaz tenta resistir. Neste momento, um outro segurança surge nas imagens.
Os artigos explicam que foi aberta uma investigação aos dois seguranças da estação por deterem, “de forma violenta”, o rapaz de 9 anos. Alegadamente, o rapaz estava a viajar com um amigo sem bilhete.
O jornal Sydsvenskan deu conta, já em abril de 2015, de que os seguranças não foram acusados. O procurador responsável pelo caso entendeu que os agentes “tinham o direito de proceder a tal intervenção”.
Em nenhum momento é referido que rapaz morreu.
Conclusão
Um vídeo filmado na Suécia em 2015 está a ser associado, de forma errada, ao conflito entre Israel e Hamas. As imagens mostram, na verdade, um segurança a deter um rapaz de 9 anos por viajar de comboio sem pagar bilhete. A imprensa sueca deu conta do caso e noticiou que os seguranças envolvidos não foram acusados. O rapaz também não morreu, como indicam as publicações falsas que circulam nas redes sociais, no âmbito do conflito entre Israel e Hamas.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.