Histórico de atualizações
  • A "união" do PCP em torno de Raimundo, o perigo do Chega e o aplauso final. A despedida de Jerónimo nas entrelinhas

    Numa conferência de imprensa mais intimista do que habitual, Jerónimo fez balanços e desabafos, deixou claro que condicionou sucessão e explicou quem é Paulo Raimundo, o líder que se segue.

    A “união” do PCP em torno de Raimundo, o perigo do Chega e o aplauso final. A despedida de Jerónimo nas entrelinhas

  • Na hora da saída, Jerónimo não guarda saudades da "geringonça"

    Comunista não está arrependido da solução governativa encontrada em 2015 até porque, recorda, permitiu afastar a direita do poder. Mas não foi marcante para Jerónimo, ainda que Costa diga o contrário.

    Na hora da saída, Jerónimo não guarda saudades da “geringonça”

  • O politólogo e colunista do Observador, André Azevedo Alves, também esteve na Rádio Observador (pode ouvir aqui) a comentar a mudança comunista.

    PCP tem “medo de perder controlo dos sindicatos”. Análise do politólogo e colunista do Observador, André Azevedo Alves

  • Escolha de Raimundo "surpreende" até Comité Central, admite Jerónimo, mas é dirigente "estudioso" e "seguro"

    Em conferência de imprensa, Jerónimo de Sousa garantiu que Paulo Raimundo está preparado para o substituir e lembrou currículo no partido. E contou o aplauso que recebeu no fim do Comité Central. Pode ler aqui as declarações do líder que está de saída sobre o que o substitui.

    Escolha de Raimundo “surpreende” até Comité Central, admite Jerónimo, mas é dirigente “estudioso” e “seguro”

  • Jerónimo sai do Parlamento. Substituto deverá ser ex-deputado Duarte Alves

    Jerónimo também sai do Parlamento, para ajudar a dar “força e dinâmica” à bancada. É assim o último deputado constituinte a abandonar a Assembleia. Deve entrar Duarte Alves, jovem ex-deputado.

    Jerónimo sai do Parlamento. Substituto deverá ser ex-deputado Duarte Alves

  • "Parecia um regresso à clandestinidade", diz Zita Seabra

    À rádio Observador a antiga militante comunista Zita Seabra comentou a mudança de liderança no PCP. “No PCP não há lavagem de roupa suja nem de roupa lavada, não há roupa ou então só há roupa”, diz. Pode ouvir aqui.

    “Parecia um regresso à clandestinidade”, considera ainda Zita Seabra quando fala no pormenor referido por Jerónimo de Sousa sobre os quatro minutos de palmas do Comité Central quando anunciou a sua saída e a entrada de Paulo Raimundo.

    “Um espanto é a saída de Jerónimo ser uma surpresa”

  • Jerónimo critica "ideia peregrina" de sindicato do Chega

    Jerónimo diz agora que Raimundo terá de se afirmar por si próprio, mas sempre com ajuda dos camaradas.

    Classifica agora como “ideia peregrina” a ideia do Chega de criar uma estrutura sindical, “sem sindicatos ou trabalhadores”. “A direita quer conquistar a rua e capitalizar com o descontentamento. O reforço do movimento sindical unitário, na CGTP, é elemento de grande importância para os trabalhadores portugueses, e essa vai ser a vantagem” do PCP nos próximos tempos.

    Questionado sobre quando será a sua última intervenção parlamentar, diz que as coisas têm de ser feitas “no ritmo certo” e até admite não fazer mais nenhuma intervenção. “Se não estiver lá eu estará outro deputado”.

    E que conselho deixa ao sucessor, nomeadamente na relação com António Costa? Sobre Costa, a relação mudou porque o PS “não está a cumprir” o que chegou a estar planeado com a geringonça. O problema não é Costa individualmente, frisa: o Governo “não está a resolver os problemas e tinha a consciência antes disto de que não os iria resolver”. Tudo sem “pôr em causa o relacionamento normal, incluindo individual”.

    Acaba assim a conferência de imprensa que oficializa a saída de Jerónimo, 18 anos depois.

  • Jerónimo foi aplaudido durante quatro minutos no Comité Central. "Sabe muito bem"

    O líder cessante lembra que muitas vezes foi questionado sobre nomes diferentes para a liderança, mas o Comité Central “não fez esta opção por ser mais ou menos desconhecido. Naturalmente isso é importante, não estamos a desvalorizar, mas o Paulo está bem sustentado”, garante.

    Jerónimo explica que a proposta do nome sai do secretariado e da comissão política, que decidem juntos, recusando dizer se foi o próprio Jerónimo a propor o nome. “Não estou a inventar”, graceja. “Foi um processo natural e normal”.

    Mais uma “inconfidência”: ontem, o Comité Central aplaudiu-o “quatro minutos de pé”, orgulha-se. “Sabe mesmo muito bem sentir o abraço solidário e afetivo dos meus camaradas, militantes e muitas vezes até adversários que mantêm consideração e respeito”.

  • Jerónimo traça perfil de Raimundo, uma "solução segura". E admite que até no Comité Central houve "alguma surpresa"

    Sobre o seu sucessor, Jerónimo diz que é “um camarada estudioso, que conhece os problemas, que tem tido tarefas de reforço da organização do partido, acompanhando grandes regiões e setores”. “E ao mesmo tempo, uma atividade unitária, envolvendo “democratas e patriotas” nos debates do partido.

    É um homem “sensível”, que compreende as coisas de forma “célere”; “modesto, ouve muito os outros”, define Jerónimo.

    Tem uma ligação aos sindicatos e um “conjunto de potencialidades” que, “quando os senhores jornalistas querem, puxam para cima ou puxam para baixo. Não se pode ser conhecido sem aparecer. Quem não aparece esquece-se”, ironiza.

    “É uma solução segura, que corresponde às necessidades do partido neste momento e tenho profunda confiança de que vai ser capaz dedar conta do recado, ainda por cima pertencendo a uma nova geração que só prestigia e garante ao partido e o seu futuro”.

    É também “um homem de intervenção”, diz, recordando que Raimundo falou no centenário do partido. Além disso, tem intervenções “pemanentes” nos distritos que já acompanhou. “Por isso esta serenidade e tranquilidade. Não digo porque estou a falar com jornalistas”, garante, mesmo lembrando que Raimundo ainda será “testado e temperado” no terreno.

    Naturalmente “houve alguma surpresa” até no Comité Central, diz Jerónimo. Mas houve também uma “convergência inequívoca” e agora Raimundo será eleito à luz destas “características e traços”.

  • O fim da geringonça, segundo Jerónimo. "Como podíamos continuar a ter compreensão política?"

    Questionado sobre a sua maior vitória enquanto líder do PCP, diz que foram “momentos diversos, às vezes os mais singelos”, lembrando momentos como boas receções em escolas de crianças pequenas, ou ver um pavilhão a “transbordar, numa noite de chuva”, num “ambiente profundamente tocante”, quando foi candidato presidencial.

    “Esta questão das alegrias e das tristezas… seria uma lista longa. Nem as derrotas me desanimaram nem as vitórias me descansaram”. Mas “ninguém é dono da saúde — hoje estamos bem, amanhã podemos estar mal”, lembra. E volta a assegurar: refletiu muito. E quis decidir “enquanto tinha cabeça, racionalidade, clareza”.

    Sobre a geringonça, lembra a “raíz”, a direita minoritária no Parlamento — “foi demitida”, sentencia — e numa sala “aqui ao lado” o PCP disse publicamente que o PS só não faria Governo se não quisesse. Mesmo com um PS muito “contrariado e recuado”, avançou-se com “coisas muito importantes” para o país. Lembra a reposição das pensões, os manuais gratuitos, os passes sociais. “Mas conforme os anos se foram sucedendo, verificámos que o PS tentava ficar para trás e não corresponder a propostas concretas, fundamentais”, nomeadamente aumento dos salários e das pensões, defesa do SNS, e legislação laboral.

    “O PS não tinha resposta e colocou-se a questão: como poderíamos continuar a ter compreensão política quando no fundamental desvalorizou as nossas propostas?”. O PCP sabia que o PS ia tentar aproveitar-se da crise política e “dramatizar”, assegura. “E agora? O que faz o PS com esta maioria absoluta? O que está a fazer não é brilhante e merece uma profunda crítica”.

    “Estivemos certos a afastar a direita do poder, estivemos certos nos passos seguintes”.

  • Jerónimo garante que PCP está "unido" na escolha de Raimundo. "Houve ampla convergência"

    A substituição é “normal, natural” e aconteceu com grande “unidade” na direção do partido, garante. “Houve uma ampla convergência” nessa escolha.

    “É evidente que a maioria absoluta quando decide transforma-se num rolo compressor e a luta parlamentar tornou-se mais difícil”, admite em resposta a uma pergunta sobre as dificuldades deste ciclo, sem o líder no Parlamento. Mas diz estar “quase descansado” tendo em conta a composição muito jovem da bancada do PCP, que tem “dado conta do recado”.

    TIAGO PETINGA/LUSA

  • Jerónimo sente responsabilidade pelos maus resultados do PCP? "Não são de um homem só, são do coletivo partidário"

    Sobre uma pergunta sobre se sente responsabilidade pelos maus resultados do PCP, diz que quer dar uma “achega” sobre o funcionamento do PCP: naturalmente, fica-se “contente” com um bom resultado, mas quem fica “triste” também participa no processo de discussão. E uma coisa que o “impressionou” foi “a dimensão solidária do coletivo partidário”, mas também a sua “opinião e crítica”. “É algo que não encontrará noutro partido. Nós, muitas vezes acusados de ser duros e inflexíveis, temos esta vantagem imensa: as vitórias não são de um homem só, as derrotas não são deste ou daquele protagonista. Nas horas boas e más encontramos sempre esse coletivo solidário”.

  • Duarte Alves regressa à AR para substituir Jerónimo? "É possibilidade real"

    Em princípio, entrará agora no Parlamento o ex-deputado e assessor do PCP Duarte Alves. “É uma possibilidade real”, diz Jerónimo. “Deu prova cabal das suas capacidades. Isto só me responsabiliza a mim, mas é possibilidade real”. Duarte Alves está no lugar seguinte das listas de Lisboa.

  • Jerónimo disse "até amanhã" no Comité Central. Agora, diz que sai "de cabeça erguida"

    Citando a biografia de Pablo Neruda, remata: “Confesso que vivi”. Foram 18 anos à frente do PCP, recorda. “Tive sempre esta posição de pensar o que é melhor para o meu povo. Como faço para resolver o problema? Pode parecer estranho, e vou cometer uma inconfidência, acabar uma campanha intensíssima e no final os jornalistas convidaram-me para almoçar com eles. Demonstrando no fundo, com todas as divergências e incómodos, sempre consegui manter uma relçaõ para o bem e para o mal. Esse gesto afetuoso tem um valor intrínseco”.

    “Saio de cabeça erguida. Procurei fazer o melhor que sabia. Conheci derrotas, vitórias, avanços, recuos, uma experiência vivida, e isso devo-o ao meu partido”. E esse apoio “toca-o” profundamente, diz, emocionado, contando que ontem, no Comité Central, se despediu assim: “Até amanhã”.

    “Saio como entro, no plano económico e financeiro, de consciência tranquila”.

  • O que fica de Jerónimo? Afetos e solidez ideológica, diz o próprio

    “Segui um conselho de um camarada mais velho que me dizia: procura ser o que tu és”, conta agora Jerónimo. “Isto não é fácil de explicar, particularmente numa componente não muito apontada ao PCP, que é a política dos afetos. Mesmo perante adversários, jornalistas incómodos, sempre existiu grande franqueza, sendo como sou”.

    Neste balanço, “essa dimensão dos afetos”, a par de “solidez ideológica”, deverá ficar como uma marca sua, estabelece Jerónimo.

  • Jerónimo frisa que sai pelo seu pé. Raimundo é desconhecido? Jerónimo também era, lembra

    “Não, de todo”, responde Jerónimo a uma pergunta sobre se a sua “marca” no partido é a geringonça.

    Explica que tendo em conta a operação que fez em janeiro e as suas “sequelas” isto não se compadece com “o calendário e o programa do secretário-geral”.

    “Há aqui jornalistas que me aocmpanharam em muitas campanhas e perguntavam-me se não me cansava”, graceja. E frisa: “Fui eu que tomei a iniciativa junto dos órgãos”.

    “Paulo Raimundo pode ser desconhecido do grande público, tendo em conta que constitui uma novidade, mas queria referir o meu exemplo: quando fui indicado havia setores que se perguntavam se eu comia, se eu dançava, qual era o meu nome. lembro-me de uma cena em que um homem dirigiu-se furioso e disse: dêem cabo do resto, o poder a esse tal Germano, e vão ver”, recorda.

  • Jerónimo não vai continuar como deputado. "Temos de dar força e dinâmica à bancada"

    Jerónimo não vai continuar como deputado, confirma agora aos jornalistas. “Há uma alteração qualitativa das minhas capacidades, que não se compadece com ausências, e temos solução capaz de dar mais força e dinâmica ao grupo parlamentar”, explica.

    TIAGO PETINGA/LUSA

  • Sobre o seu sucessor, Paulo Raimundo, lembra que é de uma geração mais jovem e que tem uma experiência de vida “diversificada” e com “inserção no coletivo”, ligação aos trabalhadores e às “massas populares”.

  • Direção do PCP "compreendeu" decisão, diz Jerónimo

    Contando com a “compreensão” com os órgãos da direção do PCP, “iniciou-se e concluiu-se” assim a “devida auscultação” do partido, diz, lembrando que a eleição do sucessor será formalizada no domingo.

  • Jerónimo explica que propôs saída depois de "reflexão" sobre a sua saúde

    Só agora Jerónimo se refere à sua saída. Fá-lo em termos muito semelhantes, quase palavra por palavra, ao comunicado do partido.

    Agora, “de viva voz”, explica que “como seguimento de uma avaliação própria” e de uma “reflexão” sobre a sua saúde e exigência da tarefa como secretário-geral, propôs a sua substituição, mantendo-se no comité central.

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