Após o lançamento do livro Verdades inconvenientes sobre a agenda 2030, editado pela Editora Vida Económica e lançado no passado dia 28 de Novembro na AIP, em Lisboa, para o qual contribui com o capítulo II “O processo de transformação social” onde escrevi sobre “A defesa da vida e o aborto” e a “ideologia de género”, dei por mim a pensar na Greta Thunberg e num texto que escrevi em 2019, em resposta a alguns títulos de jornais que acusavam aqueles a quem rotulavam de “negacionistas” de odiarem a jovem activista climática.
Na altura, escrevi: «Eu NÃO ODEIO a Greta, só abomino aqueles que a instrumentalizam e usam para atingirem os seus próprios fins.»
E é verdade. A Greta nunca passou de um peão num jogo de xadrez e, graças a Deus, odiar um ser humano é algo que não encontra guarida no meu coração. O que sempre questionei é o facto de não haver, na comunicação social, que responda a algumas questões que me assolam:
- O que é que leva os «donos do mundo» a usar o choro, a emoção e o pânico de uma adolescente de 16 anos, convencida de que as mudanças climáticas não a deixarão viver muito tempo, para assustar a população mundial?
- Porque é que tantas organizações mundiais estão a dar ouvidos e a promover exaustivamente uma adolescente, que não sabe nada da vida e nem sequer tem o ensino básico completo, como imagem de marca da agenda climática?
- Será pelo facto de uma criança sensibilizar e chamar mais a atenção das pessoas?
- O que é que a agenda climática tem em comum com a ideologia de género e com o feminismo?
- A agenda climática não será apenas mais um dogma da religião woke?
Antes que o leitor, que nunca questionou a narrativa climática, me acuse de estar a disseminar “teorias da conspiração”, desafio-o a ler atentamente o Relatório apresentado no Parlamento Europeu, do qual passo a partilhar e a comentar alguns excertos:
1. B. Considerando que as alterações climáticas são vividas de forma diferente pelos homens e pelas mulheres; considerando que as mulheres são mais vulneráveis, estando expostas a riscos e condicionalismos mais elevados, por motivos diversos que vão desde a desigualdade no acesso aos recursos, à educação, a oportunidades de emprego e a direitos fundiários, a normas sociais e culturais,
Este discurso de vitimização — tão marxista e tão necessário ao socialismo — que transforma o homem em opressor e a mulher em vítima, nada mais é do que a velha luta de classes marxista travestida.
Quais riscos? Quais condicionalismos? Quais são as mulheres «mais vulneráveis» mencionadas no relatório? As que nasceram com cromossomas XX – mulheres – e se aceitam como são? Ou inclui os homens, que se auto-percebem e auto-determinam «mulheres trans» e fazem cirurgia de redesignação sexual? E os que se autopercebem e autodeterminam «mulheres trans», mas mantêm as suas características físicas e sexuais masculinas? Também são considerados «mulheres mais vulneráveis»? E as mulheres que se auto-percebebem e auto-determinam «homens trans» e fazem cirurgia de redesignação sexual? Também estão incluídas? E as que se auto-percebem e auto-determinam «homens trans», mas mantêm as suas características físicas e sexuais femininas? Também são contempladas? O que é que o relatório entende por «mulheres»? O que é «ser mulher» para os relatores, para as feministas e para os ideólogos de género, que subscrevem esta narrativa climática e militam pela causa?
2. H. Considerando que os efeitos das alterações climáticas acentuam as desigualdades de género, nomeadamente em matéria de discriminação, ameaças para a saúde, perda de meios de subsistência, deslocações, migrações forçadas, pobreza, tráfico de seres humanos, violência, exploração sexual, insegurança alimentar e acesso a infraestruturas e serviços essenciais; considerando que é necessário adotar uma abordagem sensível ao género, que associe a análise do impacto das alterações climáticas a uma reflexão crítica sobre padrões de consumo e as suas repercussões nas alterações climáticas;
As alterações climáticas «acentuam as desigualdades de género em matéria de discriminação»? Malvadas!
Como é que as alterações climáticas fazem isso? São machistas? O que é “género”? É o sexo biológico? Se a resposta for ‘claro que não’ (como costuma ser quando nos dizem que estamos sempre a confundir sexo com género), é preciso perguntar se as alterações climáticas perpetuam estereótipos na forma como homens e mulheres se vestem, maquilham, escolhem a sua profissão e vivem a sua sexualidade, se perseguem pessoas lgbt+, se são homofóbicas, transfóbicas, blá, blá, blá…
É impressão minha, ou este relatório, que se diz científico, está a fazer eco dos dogmas feministas/ideológicos do género e a acusar os homens – europeus, brancos, heterossexuais, machistas, opressores – de serem os maiores culpados das alterações climáticas? Como é que eles fazem isso? Quanto mais frio, mais os homens dominam? Ou será que eles dominam mais quando há mais calor? O clima arrefece quando eles oprimem mais? Ou quando oprimem menos? Quando há mais, ou menos gelo nos glaciares? Do sem-número de géneros, inventados e por inventar, qual é o género que mais sofre como as alterações climáticas? Qual é a letra do abecedário colorido mais afectada? E os não-binários? Foram deixados de fora neste relatório?
3. L. Considerando que a consecução de um equilíbrio de género e a plena participação das mulheres em todo e qualquer processo dependem, em última análise, da correção dos fundamentos estruturais em que assenta a discriminação com base no género;
O desequilíbrio de género (de qual género, e entre quais géneros?) é responsável pelas alterações climáticas? É o facto de não haver 50% de mulheres (ou mais, de preferência) nos locais de decisão e em altos cargos (bem remunerados) que contribui para as alterações climáticas?
4. O. Considerando que o Programa de Trabalho de Lima sobre a Igualdade entre os Géneros, adotado na COP 20 (Decisão 18/CP.20), insta as Partes a fazerem progressos em matéria de igualdade de género no domínio da representação e a promoverem a sensibilização para a dimensão de género na elaboração e execução das políticas em matéria de alterações climáticas; considerando que as Partes são encorajadas a apoiar a formação e a sensibilização de delegados, femininos e masculinos, para questões relacionadas com o equilíbrio entre os géneros e com as alterações climáticas;
UPS! Afinal, parece que só há dois géneros: masculino e feminino. O relatório pretende combater as alterações climáticas por meio de políticas que obriguem a um equilíbrio entre os dois sexos? Tipo: quando as mulheres ocuparem 50% dos cargos melhor remunerados (só por serem mulheres) e ganharem exactamente o mesmo que os homens (principalmente no futebol), acabam as alterações climáticas no Ocidente? Mudam-se definitivamente para os países onde as mulheres são invisíveis e não têm direitos nenhuns? E os outros géneros? Aqueles que não se identificam nem como homens nem como mulheres? São resultado das alterações climáticas? Ou será que o surgimento de tantos géneros (+ de 70) tem vindo a contribuir para o agravamento das alterações climáticas?
AC. Considerando que a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, não inclui a categoria «refugiado climático»;
Refugiado climático? Bem, imagino que os habitantes de todos os países africanos e de grande parte do Oriente terão de se refugiar na Europa, a Europa terá que se refugiar na África, os da América do Sul na América do Norte e os da América do Norte na América do Sul… Mas, alto lá e para o baile, onde é que não há alterações climáticas? Quais os países que estão livres das alterações climáticas para receber os refugidos dos países onde essas alterações ocorreram?
Por favor, desliguem a televisão, leiam o relatório e percebam que a farsa climática, o feminismo radical e a ideologia de género são tentáculos do mesmo polvo, dogmas da mesma religião e objectivos da mesma agenda — uma narrativa altamente financiada pela Nova Ordem Mundial — que visa destruir a sociedade tal como a conhecemos e reorientar a sexualidade humana e o género humano.
Lembra-se da teoria do “aquecimento global”? “Alterações climáticas” é só o termo linguístico que veio substituir o anterior, pois adapta-se a todas as condições atmosféricas e tem feito ganhar rios de dinheiro a meia dúzia de magnatas que fazem negócio do clima e trocam medo por dinheiro. Todo este alarmismo, que leva os activistas da climáximo a fazer figurinhas tristes e a vandalizar património público, faz-me lembrar dos falsos profetas que, ao longo dos séculos, têm falhado nas datas para o fim-do-mundo. Como nunca acontece na data prevista, marca-se outra data. Um dia, sem querer e sem saber, acertam.
Ontem, ao ler a Bíblia, reli o relato das maiores alterações climáticas da História da humanidade:
Ao cabo de sete dias, as águas do dilúvio submergiram a Terra. Tendo Noé seiscentos anos de vida, no dia dezassete do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e abriram-se as cataratas do céu. A chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. […] Choveu torrencialmente durante quarenta dias sobre a terra. As águas cresceram e levantaram a arca, que foi elevada acima da terra. As águas iam sempre crescendo e subiram muito acima da terra; e a arca flutuava à superfície das águas. A enchente aumentava cada vez mais, e tanto que cobriu todos os altos montes existentes debaixo dos céus; as águas ultrapassaram quinze côvados por cima das montanhas. Todas as criaturas que se moviam na terra pereceram: aves, animais domésticos, animais selvagens, tudo o que rastejava pela terra e todos os homens. Todos os seres que tinham sopro de vida e viviam na terra firme morreram. Foram assim exterminados todos os seres que se encontravam à superfície da terra, desde os homens até aos quadrúpedes, aos répteis e aves dos céus. Desapareceram da face da terra, excepto Noé e os que se encontravam com ele na arca. As águas cobriram a terra, durante cento e cinquenta dias. (Génesis 7:10-12, 17-24)
E descansei no Deus da Palavra, que governa céus e terra, e que já nos revelou que a vida na Terra não acabará por causa das «mudanças climáticas» provocadas pelo homem e nos disse para «aguardarmos e nos apressarmos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão. Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.» (2 Pedro 3:12-13)