Este ano, pela primeira vez, as farmácias integram a campanha de vacinação contra a gripe e contra a COVID-19 do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Uma medida com ganhos para todos. Por um lado, este reforço de colaboração das farmácias com o SNS tem evitado a sobrecarga das unidades de saúde. Por outro, veio facilitar a vida aos cidadãos. Se dúvidas houvesse, são os próprios a dizê-lo.

95% da população concorda com o facto de as vacinas contra a gripe e contra a COVID-19 serem administradas nas farmácias e apontam a proximidade e a rapidez como os principais motivos. Os dados são de um estudo independente, realizado pela Spirituc-Investigação Aplicada e tornado público em fevereiro. Os últimos dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde revelam que foram vacinadas 2,5 milhões de pessoas contra a gripe e 1,9 milhões de pessoas contra a COVID-19, desde o início da campanha. De salientar que as farmácias administraram 70% das vacinas contra a gripe e 69% do reforço sazonal contra a COVID-19. Ora, o mesmo estudo indica que a maioria das pessoas está muito satisfeita com a experiência da vacinação, mais do que em anos anteriores.

De portas abertas e sem hora marcada, é nas farmácias que, muitas vezes, se dá o primeiro contacto com o sistema de saúde. O papel que o setor desempenha no acesso à saúde em Portugal é, hoje, reconhecido por todos: governo, parceiros e população. E isso é visível nas medidas que têm vindo a ser implementadas e que estreitam a relação das farmácias com o SNS, com grandes vantagens para as pessoas. Um bom exemplo é a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade. Depois de vinte anos de reivindicação, assistimos, em 2023, à aprovação da legislação que permite dispensar estes medicamentos nas farmácias comunitárias de todo o país. Também no ano passado, foi legislada e entrou em vigor a primeira fase da renovação terapêutica, permitindo que os medicamentos que são tomados regularmente sejam dispensados pelo farmacêutico em intervalos pré-determinados, sem que a pessoa tenha de se deslocar ao médico de família.

Em plena campanha eleitoral para os órgãos da Associação Nacional das Farmácias (ANF), é essencial manter esta trajetória de afirmação do setor, que passa também por dar continuidade à estratégia de contratualização com o SNS, sempre com o foco na implementação de políticas centradas nas pessoas. Mais do que nunca, encontramo-nos, hoje, em posição de intervir na definição das políticas públicas de saúde. Mas também de negociar uma revisão mais vantajosa das remunerações dos serviços para as farmácias. E isto porque gozamos, atualmente, de um reconhecimento público sem precedentes, resultado de um trabalho de colaboração institucional com os decisores políticos e parceiros no setor da saúde.

Mantermo-nos no rumo certo é o desafio, com a certeza de que a Saúde de Proximidade começa nas Farmácias.

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