Não quero falar de Assunção Cristas enquanto ex-presidente do CDS ou deputada, porque ela falou melhor de si e por si. Também não quero falar da Assunção Cristas, ex -ministra, porque não me sobram competências para tal. Quero falar de uma mulher que admiro e inaugurou este fim de semana um novo estilo político: o de assumir o que correu mal, ou menos bem, sob a sua liderança e sair com pinta, sem bater a porta, sem estrondo nem acusações.

Assunção é um nome próprio, mas também é um conceito e, quem sabe, um destino. Sinónimo do ato de assumir, assunção também significa elevação e promoção. Foi essa a marca que Assunção Cristas deixou neste congresso ao assumir a sua falha. Fê-lo com elevação e dignidade, promovendo a verdade e a credibilidade dos políticos. Todos sabemos que não falhou em toda a linha, mas errou na avaliação da linha de ação que poderia ter conduzido o partido a outro patamar e isso bastou para ter que se retirar.

Assim como ninguém consegue nada sozinho, ninguém falha sozinho e também nisso Assunção teve coragem. Assumiu que falhou, mas fez questão de lembrar que não esteve sozinha nas decisões estratégicas do partido. Entrou, falou e saiu. Não ficou a conspirar, não se deteve nos corredores, não dividiu ninguém nem contou com gestos de gratidão. Houve naturalmente quem viesse elogiar o seu trabalho e o seu mérito, quem sublinhasse a sua capacidade de trabalho e de entrega, mas ela já não estava lá para ouvir.

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