1. Que fazer quando os ouço, como se fossem os primeiros, elogiar a Comporta? Sorrir, disfarçando a ironia? Dizer que fui lá pela primeira vez há quase quarenta anos e conheço tudo aquilo como os dedos da mão? Agradecer-lhes a generosa quantidade de paternalismo que nos atiram para cima por nos terem “descoberto”? Concordar amavelmente que “oui… oui” ? Para não falar em toda a sorte de revistas, “especializadas” ou apenas fúteis,onde se lê ser aquele um “fabuloso destino” ou “paraíso ainda secreto” dos ricos deste pobre mundo… Destino tão sedutor que — suspiro de alívio a soltar-se das manchetes — até dispensa “papparazzi e seguranças”.

2. “Sabe que não ‘se’ fala de outra coisa na Europa senão da Comporta?” Pausa. E onde será este “se” europeu, pergunto muito depressa a mim própria enquanto penso no que hei de dizer ao meu interlocutor, que estava aliás a ser muito mais simpático que snob?

O interlocutor era um loquaz Philippe Stark mas esta minha automática mania de tornar as conversas mais, como dizer?, produtivas, fez o diálogo voar velozmente para outras paragens que não “ce paradis perdu de Comportááá”.

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