Dois meses, 100 milhões de utilizadores. Estes números mostram a rapidez com que o Chat GPT entrou nas nossas vidas, em todo o mundo. Se compararmos com o telefone que precisou de praticamente 75 anos para chegar aos 50 milhões de utilizadores, temos uma noção mais clara do que se está a passar.

O mundo sempre viveu mudanças, algumas delas fraturantes porque provocaram alterações de fundo no modo como vivemos e trabalhamos. Esta, contudo, pelo alcance que pode trazer, coloca pela 1ª vez de forma mais acutilante o tema da substituição da mente humana pela “mente” de uma máquina.

O “normal” hoje é, para cada tema que nos surge, perguntarmo-nos se o Chat GPT (e outros semelhantes que estão a surgir) não poderá ajudar, criar, acelerar e ter uma solução. E ficamos muitas vezes surpreendidos com a rapidez e os contributos que nos são sugeridos. Depois vem a nossa experiência, o nosso sentido crítico para apurar o que a máquina nos “ofereceu”.

Estamos todos a aprender com a “máquina” e a “máquina” connosco.

Pela experimentação que vou fazendo deste mundo novo, começo a tirar algumas conclusões…

  • A minha mente já não é suficiente para tratar toda a informação que tenho de processar, pelo que ter uma ferramenta “inteligente” ao meu lado é fundamental para mim;
  • Julgo que as pessoas que ficarão com as suas funções em risco serão as que não aprenderem a tirar o melhor partido da inteligência artificial;
  • Temos, pois, que investir muito na formação sobre como usar estas ferramentas, em vez de nos tentarmos “proteger” delas;
  • Saber fazer as perguntas certas a estas ferramentas, evoluir com elas e depois ter uma leitura crítica (não desvalorizada) do que nos oferecem, será certamente o caminho para acrescentar muito valor à nossa realidade atual.

E muito importante será, nestes próximos tempos, testar, experimentar: será que a AI nos pode ajudar nos processos de contabilidade, a preparar informação para decisão, a sugerir um dossier de informação sectorial, benchmark ou até no desenvolvimento de” produtos” para RH?

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É fascinante o mundo de hipóteses a serem exploradas que estas novas ferramentas nos trazem!?

Mais uma vez, como outros ao longo dos séculos, uns conseguirão aproveitar o vento e outros tentarão proteger-se dele… Colocaremos mais uma vez à prova a nossa capacidade de adaptação, individual e coletiva.

Reforço que nesta disrupção que estamos a viver, a formação terá um papel fundamental. Compete aos profissionais mostrarem a atitude de aprendizagem e a curiosidade para explorar estes caminhos e às empresas criarem condições para que ninguém fique para trás.

NOTA: Não sou uma especialista nesta matéria. Sou uma curiosa, interessada em refletir sobre o que nos rodeia e sempre interessada em aprender algo de novo!