Dizer que Ljubomir, não estando de acordo com as medidas tomadas pelo governo português, deve fazer a mala e voltar para a parte da Jugoslávia onde nasceu é uma atitude consequente e legítima da boa cidadania. Defender que Mamadou devia ir para a terra onde nasceu – o Senegal – em vez de estar aqui num país onde só vê racistas e colonialistas é promoção do discurso de ódio e racismo.  Primeira diferença: se o nascido em terra alheia disser mal do PS ou questionar algo que possa beliscar o extraordinário acerto do nosso actual governo não merece viver entre nós. Pelo contrário devemos penitenciar-nos diante de um nascido noutra parte do mundo desde que este diga mal da História de Portugal.

Quando Mamadou diz que há que matar o homem branco estamos perante uma metáfora. Já Ljubomir ao comparar o primeiro-ministro português com Milosevic comete um inqualificável e literal insulto. Segunda diferença: as metáforas são um privilégio dos activistas promovidos pela esquerda.

Perguntar de que vive Mamadou ou referir quanto lhe tem sido pago pelo estado português é uma atitude logo vista como persecutória e obviamente nunca colocada nos devidos termos. Por exemplo, o Polígrafo explicou que a frase que dizia que Mamadou “fez negócios com a Câmara de Lisboa no valor de 157 mil euros” era falsa. Não porque Mamadou não tivesse de facto recebido os tais 157 mil euros mas porque “o meme difunde uma falsidade ao referir-se a “negócios” que consistem afinal em remunerações por trabalho realizado de assessoria ao Grupo Municipal do BE junto da Assembleia Municipal de Lisboa.” Percebido? Mamadou recebeu a quantia em causa, mas não foi um negócio. É de facto aqui que está o busílis da questão,ou parte dele: Mamadou é activista, sendo que parte da sua actividade consiste em culpabilizar-nos por aquilo que fizeram os portugueses dos séculos XV e XVI. Por estranho que pareça Mamadou consegue não só dinheiros públicos para levar a cabo essa sua actividade como questioná-la nos transforma automaticamente em proprietários de navios carregados de escravos ou seus descendentes directos. Pelo contrário o senhor Ljubomir, que viveu a guerra da Bósnia e da qual foi refugiado, optou por não fazer modo de vida da culpabilização dos países europeus pelo desastre jugoslavo (no século XX e não no XV), e tornou-se empresário. Terceira diferença: a pátria socialista paga ao activista e desconfia do empresário. Devemos desconfiar dos empresários, de todos eles mas sobretudo dos pequenos empresários. Devemos respeitar o activista desde que a actividade do activista seja a desconstrução da nossa sociedade ocidental, de raiz cristã. (Aliás fora dessa estrita area nada mais interessa ao activista. Por exemplo,  apesar da fixação que Mamadou Ba mostra pelo esclavagismo nunca até agora se interessou pelo papel dos diversos chefes e reis africanos ou dos mercadores muçulmanos  no tráfico de escravos a partir de África. Muito menos o vimos ou ouvimos abordar o destino dos pescadores algarvios, habitantes do litoral, tripulações e passageiros de navios sequestrados por piratas na costa portuguesa e levados como escravos para Argel. Fora da culpa do homem branco e cristão não há activismo.)

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