Em 2022, a família Mesquita Guimarães vai ser convidada a ir à Web Summit? Só pode. Não nos disseram durante não sei quantos dias que a Web Summit quer ser palco de “discussões difíceis”? Que devemos ser quem somos? Não ter medo?… Ou será que a expressão “discussões difíceis” se deve traduzir por “discussões com guião pré-definido sobre assuntos mediaticamente obrigatórios”?

(Último dia da Web Summit, Marcelo sobe ao palco e faz uma performance de orador motivacional. Vê-se que está feliz. Nada do que afirma o compromete. É só esperança e boa vontade. O apresentador-motivador imaginário vai ser o novo boneco de Marcelo.)

Antes de passarmos à hipocrisia das “discussões difíceis” devo fazer uma declaração de interesse: embirro com unicórnios. Ao contrário dos carrinhos, dos legos e das bonecas que me faziam sorrir quando surgiam nos mais inesperados recantos do espaço doméstico, os unicórnios, talvez por causa daqueles olhos de carneiro mal morto, nunca despertaram em mim outro interesse que não fosse enfiá-los numa caixa qualquer à espera que a mania passasse. Ora não só a mania não passou como extravasou das caixas dos brinquedos para o país, que parece cada vez mais uma ficção de homens infantilizados que ora andam à procura da bazuka ora anunciam o sonho de uma Fábrica de Unicórnios.

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