“É a nova estrela da política nacional”. Era assim que o Expresso, há menos de um mês, introduzia uma entrevista à deputada Joacine Katar Moreira. A estrela, entretanto, eclipsou-se. A controversa conta de Twitter foi apagada. O originalíssimo assessor igualmente silenciado. Mas é importante entender como é que alguém que hostilizou a imprensa durante a campanha eleitoral, polarizou o debate em torno de si mesma e se diz anti-colonial num parlamento onde felizmente não há partidos colonialistas chegou aqui. E meu caro leitor, deixe-me que lhe diga, a culpa não foi só dela.
Com uma campanha em torno da sua raça e de políticas identitárias, birras por outros candidatos receberem mais protagonismo na capa de um jornal e amuos nas redes sociais quando a tratavam por tu, a popularidade de Joacine foi de uma persistência notável. Das escassas vezes que a criticaram, respondeu com acusações e colagens à “extrema-direita”, incluindo a personalidades que sempre combateram a extrema-direita. Às perguntas inconvenientes, naturais numa democracia, pediu que não a irritassem nem perturbassem o seu trabalho, sendo verdadeiramente hilariante imaginar o que aconteceria se um assessor de um partido não-socialista, publicamente maçom, chamasse um GNR para escoltar o seu deputado diante de um jornalista.
O episódio, apesar de tudo, contribuiu para pôr termo ao casulo acrítico antes concedido a Joacine.
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